sexta-feira, agosto 5

E todo esse ar pra respirar? Eu não vou conseguir.

Já disse uma vez para a própria banda, e para um bom grupo de fãs dela, que a música "Todo Esse Ar", do Ludov, pela sua letra, melodia e por todo o resto, dá um aperto. Hoje eu estava ouvindo novamente o excelente "O Exercício das Pequenas Coisas", o CD onde pode-se ouvir essa música, e o aperto veio novamente. Música boa é isso: transmite sua emoção.
Parabéns à banda, parabéns ao Habacuque, compositor dessa música e parabéns à Vanessa, por cantar tão bem.

Todo Esse Ar
Assim que o dia cai,
penso em nós dois e o tempo esvai lembranças ruins.
Não posso mais.
Vêm-me à memória os bons dias que ficaram pra trás.

Volta uma vez mais,
o mundo é pequeno sem ter com quem dividir coisas banais.
Faz tanto tempo
que eu não converso sobre a brisa e a sua cor.

A dor é muito pra mim,
e eu não suporto mais andar só pelo jardim.
Me lembra você.
Os seus aromas, formas voláteis do nosso amor.

E todo esse ar pra respirar?
Eu não vou conseguir, faz muito tempo e eu sei,
Eu errei mais uma vez,
tantas mentiras, tantas verdades,
me esqueci de te contar.

Atualização
Fiquei pensando na música acima. Ela inspira.
Imaginei uma situação e o seguinte diálogo:

- Olha, vou sair, tá bom?
- Tá. Divirta-se.
- Você não quer saber onde vou, nem com quem?
- Honestamente?
- Se você puder.
- Querer, claro que quero. Adoraria saber aonde você vai. Com quem, onde como, por quê, tudo! Estou me remoendo de curiosidade, de dor, de vontade de lhe agarrar as pernas e impedir que saia do meu lado. Mas acho que não tenho o direito de lhe interrogar, nem de lhe pedir nada.
- Não, não tem. Você não tem direito de nada. Não tem direito de morar aqui. Não tem direito de morar nessa cidade, nem nesse estado, nem nesse país. Você não tem direito de viver!
- Então vai logo e pare de me torturar. Vá. Saia. Saia daqui e deixe-me com minha solidão, com minha sub-vida, com minha tristeza.Vá. Divirta-se. Viva. Seja feliz. Não posso e não quero lhe impedir de viver.
- Caralho! Você não consegue ver nada! Como eu serei feliz? Como? Quer merda de direito de viver é esse que eu tenho? Quer saber, valeu por me deixar viver. Mas, porra, agora minha vida já acabou. Você era - ou é, não sei - tudo que tinha. Minha vida se resume, ou resumia, a você. Agora, sem você, que vida? Como viver? Não sei o que é isso. Não consigo. Você já tirou de mim todo o direito de viver. Você já me impede de viver. Sem você, não há vida. E, agora, você conseguiu fazer que não haja mais vida com você também. Você é um tipo de ser que deveria ficar preso por ter roubado assim minha alma.
- Desculpe. Não queria lhe magoar, nem machucar, nem lhe ferir, nada. Eu queria tanto fazer você feliz. Queria tanto dar para você tudo aquilo que você merece só por existir, por ser assim, do jeito que você é. Desculpe. Sei que agora é tarde, mas um dia você entenderá, verá o quanto você foi e sempre será importante para mim. Nunca amei assim e nunca mais amarei. Você é a coisa mais importante que tive e que conheci. Eu amo você, literalmente, da cabeça aos pés. Saber que perdi, ver o que perdi, eu não agüento. Você é o sorriso mais lindo, o olhar mais encantador, as piadas mais divertidas, o assunto mais legal, a coisa mais maravilhosa, você é uma obra de Deus que eu perdi, incapaz de segurar você pra mim. Você é mais importante que o ar que eu respiro. Você é minha vida e, se você não consegue mais viver, eu não consigo nem mais respirar. Sei que não adianta nada eu dizer isso, mas um dia você vai ver o quanto isso que eu sinto por você é importante. Espero apenas que o dia que você conseguir enxergar isso, não seja tarde demais para nós, mas acho que será.
- Cala a boca. Agora você quer fazer o que? Machucar mais? Pisar. Fique em casa que eu vou sair para esquecer você. Tchau.

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