quarta-feira, dezembro 28

Quem avisa amigo é

ATENÇÃO!

O Ministério do Bom Chope informa:
- Chope Lokal (sim, isso existe), apesar de muito ruim, se consumido em excesso, também deixa bêbado e causa ressaca.

terça-feira, dezembro 27

Músicaxx

CSS
O CD do
Cansei de Ser Sexy tem freqüentado meu discman constantemente. Já ouviu?
É electro. É rock. É divertido. É engraçado. Música para curtir, não para ouvir. Tem um algo de oitentista. Rola um certo déjà vu. Despretensioso. Jovial. Feito meio que por brincadeira. E passa tudo isso em sensações. É pra dançar. Música para tocar nas festas mais antenadas. Música para qualquer pista de dança. Música para qualquer ouvido sem pretensão. É deles a letra mais cool do ano:

"From all the drugs the one i like more is music, from all the junks the one i need more is music, from all the boys the one i take home is music, from all the ladies the one i kiss is music (muah!).
Music is my boyfriend. Music is my girlfriend. Music is my dead end. Music is my imaginary friend. Music is my brother. Music is my great-grand-daughter. Music is my sister. Music is my favorite mistress.
From all the shit the one i gotta buy is music, from all the jobs the one i choose is music, from all the drinks the one i get drunk is music, from all the bitches the one i wannabe is music.
Music is my beach house. Music is my hometown. Music is my kingsize bed. Music is my hot hot bath. Music is my hot hot sex. Music is my back rub. Music is where i'd like you to touch.
"


E a voz de Lovefoxx? Foda.
Um bom disco para o Reveillon.

Basquiat
O que diabos o Joy Division, a PJ Harvey, o Tom Waits e o David Bowie (para citar alguns, apenas) tem a ver com Basquiat?
Aliás, o que Basquiat tem a ver com música?
Oras, antes de mais nada, Basquiat é arte e música também. E Basquiat era transgressor. E a música de Joy Division, PJ Harvey, Tom Waits e Bowie transgrediram muito, já. Aliás, eles transgrediram não só com suas artes. Suas artes sempre foram apenas um reflexo de suas personalidades.
Então só aí, de largada, vê-se facilmente que eles têm muito a ver entre si.
Pois hoje eu pude ouvir pela primeira vez o grande disco que é a trilha sonora do filme Basquiat (aliás, para quem não assistiu, corra atrás). Você já ouviu? Putz, não é excelente? É disco para ouvir, e ouvir, e ouvir, e ouvir...
E olhe que o disco não se resume aos quatro supracitados. No disco tem também Van Morissom, tem John Cale...
Nota 9, para economizar.

Kazaa e a (boa) música dos anos 80
Tudo bem, confesso. Não tenho nenhum CD do Bolshoi. Nem do Depeche Mode. Foi por isso que resolvi, eu mesmo, produzir meu próprio disco com música deles. Na verdade, eu fiz um disco todinho by
Kazaa. Coloquei a nata do rock oitentista que eu ouvia. Tudo no mesmo CD. Estão lá, além de Bolshoi e Depeche Mode, os óbvios e necessários Joy Division, New Order, Echo and the Bunnymen, Bauhaus, Soft Cell, Talking Heads, Smiths...
Para você entender mais ou menos o resultado, é o CD que mais tenho ouvido ultimamente.
Aliás, para você entender melhor, lá estava eu, Domingo, no metrô de SP, a caminho da rodoviária, ouvindo o CD - só música boa, claro, afinal eu escolhi as músicas a dedo - e não consegui me conter. Cantava música por música (claro que sem emitir som, só mexendo a boca) e balança discretamente o corpo, que tentava dançar todas as músicas. Quando percebi, mãe e filho olhavam para mim sorrindo (creio eu que seguravam o riso). Sorri de volta e ainda ofereci um chocolate pro moleque. E não parei de cantar e de semi-chacoalhar o esqueleto.
Esse vai rolar no meu Reveillon, for sure!
Nada como o
Kazaa, não?
Ou melhor, nada como voltar no tempo e relembrar as boas músicas que você ouvia.
Coisa de louco.

Ana Luisa

Ela trabalha a duas mesas de mim. Magra, deve ter algo entre um metro e sessenta, um metro e sessenta e cinco, sei lá. E eu chuto uns vinte e seis anos, por aí. Ela é meio estranha, sei lá. Está quase sempre usando uma botinha baixa preta, daquelas fechadas que vão só até o começo do tornozelo, sabe?, e uma meia preta, que deve ir até a coxa, mais ou menos, mas que está sempre enrolada na altura na canela, cobrindo o cano da tal botinha preta. Além disso, ela usa muita saia, que nunca são maiores que o joelho, mas que também são um pouco diferentes. Mas ontem ela se superou. Tudo bem que era sexta-feira, última sexta do ano, mas exagerou. A saia deu lugar a uma bermuda/short jeans larga (aprece que ela está cagada) que vai até o meio da coxa, um pouca mais comprida. E ainda estava usando uma meia calça tipo arrastão, sabe qual é? Isso, lá, no trabalho! A camiseta era uma regatinha. Ou melhor, eram duas regatinhas. Uma por cima da outra. A de baixo era rosa-pink. A de cima era amarela. Muito estranha. O cabelo até que é normal. No ombro. Preto. Liso. Bonito até. E ela é bem branca (acho que nunca vai à praia), sei lá. Aliás, ela até tem um rosto bonito. Mas vive assim. Parece louca. Estranha. O pessoa do trabalho acha que ela é lésbica. Eu chuto que ela deva ser bi.
Ana Luisa.
Nome bonito, né? Mas é toda assim, desse jeito.
Ela é a responsável pela internet da firma. Ela que mantém nosso site no ar, ela que o criou, etc. É única do andar que tem caixinha de som no computador, e vive ouvindo umas músicas meio estranhas que, confesso, até ontem não sabia o que era.
É que ontem o Pedro, que fez Direito comigo, foi lá na empresa. Nossa firma contratou o escritório em que ele trabalha. Então ele passou lá no meu andar para colocarmos o papo em dia e almoçarmos juntos.
- Radiohead? Ei, de onde vem esse som? - ele me perguntou.
- Daquela mesa ali - e apontei com o queixo a mesa da Ana Luisa.
Ele levantou e chegou perto da mesa dela. Foi quando rolou o diálogo mais estranho que já ouvi (imaginem o diálogo abaixo, da Ana Luisa, que contei pra vocês, com o Pedro, um advogado, todo engravatado e engomado, tipo sério, conservador, de direita):
- Eu devo estar errado...
- O quê? - ela disse olhando curiosa pra ele.
- Disse que devo estar errado, me desculpe, mas..
- Talvez eu também esteja errada - ela o interrompeu, sorrindo.
- Bom saber que não sou o único errado por aqui.
- Olha, devo confessar que você é bem errado - ela disse para ele, medindo.
Não segurei o riso. Ela, daquele jeito, toda estranha, e ele era o "bem errado"?
- Preconceito?
- Não. Eu te conheço.
- Mesmo?
- Quintas, né?
- É. Terças também.
- Terça?
- É.
- Nunca fui.
- Deveria ir.
- Isso é um convite?
- Olha, não era. Mas se você topar, passa a ser.
- Então não vou.
- Azar o seu, porque meu set de terça, na boa, acho melhor que o de quinta.
- Ah, é? Como?
- Bote a prova.
- Vipado?
- Meu e-mail, com ele - e apontou pra mim - Preciso ir.
- Tem cerveja hoje a noite.
- Ótimo. Você é linda.
- E você... A gente se vê.

No final do dia ela veio falar comigo. Sabia meu nome. Pegou o e-mail do Pedro.
- Não imaginava que você tivesse algum amigo tão interessante.
- Nem eu.
- Quer tomar cerveja com a gente hoje? Ele vai.
- Não, valeu. Já marquei cinema com minha namorada.
- Vai ver o quê?
- Mergulho Radical.
- Ah. Bom filme - disse com uma cara de decepção e se virou.
- Espera, Ana. De onde você conhece o Pedro?
- Ele é DJ de uma das melhores baladas de Pinheiros, não sabia?
- Sabia. Sabia sim. - Menti.

Esse foi o maior diálogo que tivemos. Ela é muito estranha. Só o Pedro mesmo para se dar bem com ela; ele também sempre foi meio estranho.

quinta-feira, dezembro 22

CineFrance

- 'Tava a fim de cineminha...
- Pode ser. Qual?
- Pois é esse o problema. Já vimos todos os filmes bons.
- É. Se por ainda estivesse passando aquele filme francês.
- Qual?
- Ah, não lembro o nome. Mas eu li que era bom e tal e acabamos não vendo.
- Mas você tem certeza que não está mais passando o filme?
- Eu não sei. Não lembro o nome.
- Que merda.
- Pois é.


Calma, crianças.
Se vocês também gostam do cinema francês, esse tipo de diálogo morreu.
A "Ambassade de France au Bresil" lançou um site que é o "crème de la crème" para cinéfilos. É o
CineFrance.
Nele, você poderá consultar todos os filmes franceses em cartaz no Bresil, bem como saber os filmes franceses que por aqui foram lançados em DVD ou que passaram/ passarão na TV, e, por fim, pesquisar o acervo da cinemateca da Embaixada, ou melhor, o acervo da cinemateca da Ambassade de France au Bresil; Embaixada essa que fica aqui no Rio.

Iniciativa excelente, não?!


Obs.: falando em cinema francês...
- Um dos filmes mais interessantes que já vi é francês: Os Amantes da Ponte Neuf, de Leos Carax.
- Uma das melhoreas animações que há no mundo também é francesa: As Bicicletas de Belleville, de Sylvain Chomet

Assasinos

Eu os conheci há muito tempo. Eram dois dos meus melhores e grandes amigos.
O Antonio, na verdade, conheci há tanto tempo que nem lembro quando o conheci.
A Ana eu lembro bem. Foi na final da copa de '98, na casa de alguns amigos em comum.
Eu sempre achei que eles tinham muito a ver um com o outro. Inteligentes, divertidos, artistas (o Antonio, músico, a Ana, escritora), cativantes, apaixonantes.
Fui eu quem os apresentou, num aniversário meu, num pequeno e vazio bar em Moema. Percebi que a sintonia entre eles foi instantânea.
Namoraram por seis meses e decidiram morar juntos.
Eu nunca tinha visto um casal tão em sintonia, tanta comunhão, tanto brilho em um olhar. Nunca imaginei que o amor poderia ser tão bonito de se ver.
Aliás, foi por causa deles, foi por vê-los juntos e ver como isso os fazia bem, que eu, notívago, boêmio e poligâmico, passei a acreditar na monogamia, na vida a dois, e, finalmente, engatei um namoro sério, com a Cris, com quem estou casado há um ano.
Eles, sem querer, me fizeram acreditar na vida a dois.

Há uma semana o Antonio me ligou:
- Pedro, você tem um amigo corretor, né?
- Tenho.
- Você tem como me fazer um favor e ver com ele algum apê para alugar na região da Paulista?
- Vão se mudar?
- Não. Eu vou me mudar.
Ele enfatizou o "eu".

Eu sabia que eles vinham enfrentando alguns problemas. Gênios fortes, impulsivos, nada racionais. A vida a dois, entre eles, estava desgastando e causando rusgas. Mas não sabia que tinham ido tão longe.
Ele me pareceu calmo, sereno, mas sem aquela antiga e deliciosa paixão na voz. Quando almoçamos juntos, no mesmo dia, para conversarmos melhor, vi os olhos mais sem vida que havia visto. Mas ele não se disse triste. Disse que era melhor, que não dava mais, que estavam se matando.
Pois já tinham se matado, sem perceberam.
Antonio estava como um zumbi, sem energia, nem brilho, nem paixão pela vida. Ana também.
Eu a encontrei no mesmo dia, a noite. Liguei para ela à tarde e marcamos um jantar.
O mesmo papo.
- Ah, Pedro, não vou dizer que estou feliz, alegre. Estou muito machucada, muito magoada com tudo. O pior é que eu sei que nunca vou amar ninguém da mesma forma que o amei.
- Que o amou? Então realmente não o ama mais?
- Não sei. Não sei.
Antonio havia dito quase o mesmo quando falou que agora ele ia "ou morrer solteiro, ou casar só, para não morrer só".

Para mim foi nítido que ainda se amavam.

No dia seguinte eu não consegui falar com eles. Ambos me ligaram pela manhã, mas disse aos dois que estava ocupado. Menti. A verdade é que estava com muita raiva deles. Muita.
Antonio matou o que Ana tinha de mais bonito. E Ana fez o mesmo com Antonio.
Eles mataram também o relacionamento mais delicioso de se ver. Eu e a Cris, e todos os nossos amigos em comum, ficávamos horas olhando para eles namorarem, cheios de carinho, de amor, de liberdade, de alegria, de risadas. Dava uma paz, uma tranqüilidade. Fazia-nos acreditar que o mundo tinha seus refúgios, que o mundo podia ficar mais fácil.
Eles mataram a crença que eu tinha no mundo. Mataram a alegria que era vê-los juntos.
Naquele dia, quando eu contei pra Cris, assim que cheguei em casa, choramos juntos, como se chora a morte de um grande amigo. Porque foi isso que aconteceu. Ana e Antonio mataram um grande amigo nosso.

Esperava que a distância, um tempo afastados, pudesse fazê-los refletir melhor e, quem sabe, voltar a se encontrar.

Me enganei.


Faz seis dias que o Antonio não vai trabalhar. Não atende nenhum telefone. Não está em casa. Desapareceu. Simplesmente, sumiu. A única dica, um bilhete encontrado sobre a mesa de jantar de seu novo apartamento:
"Vagar sem alma, morte incerta. Sou humano, acho. Ou, um dia fui. Ana, nós matamos a mim, já. Alguém precisa dar o golpe de misericórdia."

A Ana está morando conosco. Tememos pela sua vida, pela sua segurança. Está um caco.

Desfalques

terça-feira, dezembro 20

"CapiNATALismo"

'Tá de bobeira?
Grana sobrando?

Tá morrendo de vontade de fazer uma mediazinha comigo?
É Natal, não se esqueçam!

E a grande oportunidade de suas vidas!

E você lembram o que é o Natal, não?
Tempo de aquecer a economia global.
É isso aí! Viva o capitalismo, porque é Natal.
E se você não quer ficar de fora dessa festa maravilhosa de compras, então se segura na cadeira.

Finalmente eu disponibilizo, de forma bem humilde, alguns produtos que você pode comprar para mim (me recuso a usar a wishlist do Froogle).
Fantástico, não?
Então dê uma espiada:

LIVROS
Charles Darwin (A Origem das espécies)
Samuel Beckett (Malone Morre; Dias Felizes; Esperando Godot)
Virginia Woolf (A Casa de Carlyle e Outros Esboços; Quarto de Jacob, Um Teto Todo Seu)
Marcel Proust (Em busca do Tempo perdido)

CDs
Maria Bethânia (Que Falta Você me Faz)
Cansei de ser Sexy (Cansei de ser Sexy)
Paul MacCartney (Chaos and Creation in the Backyard)
Matanza (Música para beber e brigar)
Ella Fitzgerald & Louis Armstrong (For Lovers)

Escolha qualquer coisa que quiser da lista e compre sem medo. Para mandar o presente, entre em contato comigo por e-mail.
Obrigado.


É isso. O Léo contribuindo arduamente para que você não fique de fora da maior festa comerciária mundial!


(Eu tinha escrito esse texto como "Dicas para presente de Natal", mas achei esse outra opção mais atrativa... pra mim)

Papo de bar

Heitor: Eu queria fazer algo a mais, sabe?
Lucas: Sei...
Rafaela: Mesmo?
Lucas: Claro que não, né, porra! Minha bola de cristal quebrou ontem....
Rafaela: Vá se fuder, Lucas. Não falei com você, porra! É com ele. O que você quer fazer, Éctor?
Heitor: Estou falando dos meus textos. Minha última coluna na revista. Achei fraca.
Rafaela: Eu gostei.
Lucas: Eu não li.
Heitor: Eu queria escrever algo que chocasse as pessoas que o lessem.
Lucas: Mas você choca. Seus textos mexem com a cabeça dos leitores. Coloca uma pulga neles.
Heitor: Mas isso não choca mais ninguém. Coloca uma pulga. Mas e daí?
Rafaela: Tá, então defina "chocar".
Heitor: Não sei. Queria escrever algo que soasse transgressor e louco, porém inteligente e poético.
Lucas: Ah, você queria ser Deus?
Rafaela: Caralho, Éctor, você ficou louco, foi?
Heitor: Deus? Talvez, um pouco. Não Deus no sentido de mexer com a vida, criar, essa merda toda que não existe. Mas queria ser foda.
Lucas: Quer SER foda?
Heitor: Un-hum...
Lucas: Bom, se quiser TER foda, fale comigo que arrumo boas pra você.
Rafaela: Não. Peraí. Seu texto instiga sim. O que o Lucas disse é verdade. Toda vez que leio uma nova crônica sua, chego em casa pensando que o André e a Débora não merecem tanto minha confiança.
Heitor: Tá, mas falta vida.
Lucas: Falta sexo.
Rafaela: É. Em termos de sexo seus textos são um porre de careta. Papai-mamãe.
Lucas: E pensar que você passou a adolescência lendo Henry Miller...
Rafaela: Você lia Henry Miller? Como pode! Então falta mesmo muito sexo no seu texto.
Lucas: Falei.
Heitor: Opa, você está com um livro meu, dele, né viado?
Rafaela: Peraí, com quantos anos o Henry publicou o primeiro livro?
Lucas: Sei lá. Velho. Quase cinquenta
Rafaela: Então ainda há salvação.
Heitor: Ah, mas o cara era um gênio, né?
Lucas: Eu também sou e não pretendo escrever livro nenhum.
Heitor: É. Eu sei.
Rafaela: Você anda meio deprê.
Heitor: Tenho achado meus textos um porre. Todos eles. Chatos, cansativos...
Lucas: Mas você é chato. Você é cansativo.
Heitor: E vocês não? Olha essa conversa. Que porre!
Rafaela: É. Nossa vida anda muito regrada.
Lucas: Ah, desde que o Dézinho nasceu, eu acalmei.
Rafaela: Acalmou? Acalmou? Quando, Luc, que eu Não vi.
Heitor: Acho que vou começar a tocar o puteiro.
Lucas: Acalmei sim, porra, Rafa. Como assim "tocar o puteiro":
Heitor: Você vai ver.
Rafaela: Não. Não. Fale pra gente.
Heitor: Que meus textos sofrerão algumas drásticas mudanças.
Lucas: Por exemplo?
Heitor: Nem eu sei, porra. Mas acho que só assim vai dar em algo.
Lucas: Vai dar em algo, sim. Vai dar em merda.
Rafaela: O quê? Tá se vendendo? Um ex-punk anarquista se vendendo? Que decepção...
Heitor: Não estou me vendendo.
Rafaela: Ah, não? Adaptar seu texto, seu estilo de escrever, só para agradar, é o quê?
Lucas: Viadagem...
Heitor: Não, é seguir a tendência do mercado, é melhorar meu estilo.
Rafaela: É, tenho que concordar com o Lucas, então. Viadagem.
Heitor: Ah, vão se fuder! Vocês não entendem!
Lucas: E só você não quer ver.
Rafaela: É mesmo. Desencana de ser escritor e escreva só por lazer. Se der, deu, ótimo. Se não, aza dos outros que não vão ler seus textos.
Heitor: Será?
Rafaela: Vai por mim.
Lucas: Cuidado. Eu fui na dela uma vez e me fudi.
Rafaela: Ah, vai tomar no cú seu viado! Quando que você foi na minha e se fudeu?
Lucas: Aquele boquete que você me pagou no Bristol, no meio da tarde, só porque o cinema estava vazio. Lembra?
Rafaela: Ah, Luc, quantos anos a gente tinha? Você mal tinha uma ereção, lembra? E aquilo foi um acidente.
Heitor: É. E se eu nunca publicar algo, será um acidente também, certo?
Lucas: Mal tinha ereção, o caralho!
Rafaela: Olha, quer saber, vão os dois a merda. E você, Éctor, faça o que quizer com seus textos. Tchau.
Heitor: Peraí, Rafa. Não vai, não. Vou pegar uma carona com você.
Rafaela: Corre.
Lucas: Falou.
Heitor: Valeu.

segunda-feira, dezembro 19

Tapas

O Juca, corinthiano roxo, aqui, dá um tapa nos demais corinthianos que insistem na primata idéia de não querer enchergar o óbvio.
E o Torero, santista e escritor que admiro muito, faz o mesmo
aqui, mas nos santistas.
Aliás, juntos, estapeiam não só corinthianos e santistas, mas qualquer torcedor de qualquer time que ainda não chegou à idade da razão.

Você é uma pessoa de sorte?

Você é brasileiro? Então você é uma pessoa de sorte. Apesar de tudo e todos quererem sempre dizer que você, por ser brasileiro, deva se preocupar tanto com tantas mazelas, ainda assim, saiba, como brasileiro, você é uma pessoa de sorte.
Aliás, como brasileiro, onde você nasceu? Qual cidade? Qual estado?
E onde você mora? Em qual cidade? Em qual estado?
Sem preconceito, e sem desmerecer nenhum outro estado brasileiro, se você respondeu a qualquer uma das perguntas acima com um "São Paulo", então você tem ainda mais sorte que os demais brasileiros. Sim, e repito que não há preconceito com os demais estados. Você entenderá o que quero dizer.

Você tem idéia de quantas cidades existem no mundo? Imagina quantos estados o mundo tem?
Muitas e muitos, né? Milhares. Sim, milhares. Mas você, sortudo que só, além de brasileiro, nasceu ou mora em São Paulo.
Veja bem, hoje, se você nasceu em São Paulo ou mora em São Paulo, você tem a sorte de ser de uma das 5 (cinco) poucas cidades, um dos 5 (cinco) poucos estados do mundo que são realmente privilegiados. Porque entre tantas cidades/ estados do mundo, entre milhares de cidades/ estados do mundo, você é um dos poucos que têm a sorte de morar em um lugar que tenha algum TRICAMPEÃO MUNDIAL. Para poucos. Para muito poucos.

Parabéns a você, por ser brasileiro, um dos poucos países que contam com um clube de futebol TRICAMPEÃO MUNDIAL
Parabéns a você, por ter nascido ou por morar em São Paulo, um dos poucos estados e cidades do mundo que tem um clube TRICAMPEÃO MUNDIAL.


Agora, se você é São Paulino, então você não tem sorte. Você tem méritos. Afinal é inteligente o suficiente para saber amar o maior e melhor clube do mundo. Ser São Paulino é para poucos, apenas para os mais inteligentes.
A você, São Paulino, parabéns.

Ontem, deu a lógica: o São Paulo foi campeão e (mais) um corinthiano foi preso (dessa vez por invadir o gramado e se agarrar à rede de um lugar que, ele sabe, seu time nunca conseguirá chegar senão for na base de invasão).

sexta-feira, dezembro 16

Algum milagre?

Tá bom, tá bom. Nem aconteceu ainda o tal milagre da ciência e eis eu aqui.
Mas é que algo aconteceu e eu perdi. Ou melhor, está acontecendo e eu estava perdendo.

Vocês lêem jornal, certo? Suponho que sim.
Lêem
JB? Suponho que não.
Bom, devem ler, pois é, na minha opinião humilde, ao lado da
Folha, um dos dois jornais dessas duas megalópolis brasileira que consegue colocar um pouco da cabeça pra fora dessa piscina de lama que assola o jornalismo brasileiro (ou sou eu que sou muito crítico?).

É de lá do
JB que saem as materias escritas por Nelson Gobbi e João Bernanrdo Caldeira.
E é da versão eletrônica do
JB que saiu alguns ótimos blogs. O dos dois supracitados inclusive.
A iniciativa é recente. O
Blog deles começou em 21/11, e é visto com bons olhos.
São dois bons repórteres e dois bons jornalistas (sim, são coisas distintas, com certeza) que escrevem um blog sobre música.

Se você gosta de música,
conheça.

Esperem um pouco

Esse post é uma exceção. Até Domingo, todas as atenções estarão voltadas exclusivamente ao evento mais importante da década e não haverá novidades por aqui, salvo ocorra algum grande milagre da ciência.


Depois de Domingo, ninguém sabe ainda se eu estarei vivo para voltar a publicar algo.
Mas, caso eu viva, não deverei demorar para voltar a publicar.

segunda-feira, dezembro 12

Chatice

Chato não é discutir política, futebol ou religião. Discutir política, futebol e região é gostoso, se você é uma pessoa sadia mentalmente, sensata, racional (ao menos o suficiente para não deixar a paixão influenciar na sua colocação) e apreciadora de um bom papo, sabendo que um bom papo só ocorre quando há duas opiniões divergentes.
Ler em um blog ou em em sua caixa de entrada algo sobre política, futebol ou religião não é chato tão pouco. Aliás, ler qualquer coisa sobre esses assuntos será sempre bom e importante para fermentar suas opiniões sobre esses temas, conhecer as demais opiniões e repensar sobre tudo, analisando os pontos fracos de seu argumento e os pontos forte do argumento adversário para, quem sabe, criar uma terceira opinião, evoluir, crescer.
Então o que afinal, sobre esses temas, é são chato?
Chato é não se interessar por política, acima de tudo. É não estudar e analisar política, e ainda assim votar em um candidato que você acredita ser o certo só porque você acredita, baseado em nada, porque você não discute, não lê, não fala, se cala.
Chato é a atual situação política do Brasil porque a maioria da população acha política uma coisa chata e não lê, não conversa, não se expõe, e acaba elegendo sempre os mesmo bobalhões porque são eles que aparecem mais na mídia, então, mesmo sem ler, conhece-se alguns nomes e vota-se neles, afinal é tudo que se sabe sobre.
Chato é saber que ainda tem muito tucano no Brasil, mesmo depois de oito anos de governo aliado ao PFL de ACM (aliás, chato é o ACM, seu passado e saber que ele ainda tem eleitores Brasil afora).
Chato é saber que aliança que está sendo reconstruída entre o PSDB e o PFL, graças Serra e ACM Neto, provavelmente, definirá o futuro presidente do Brasil.
Chato é viver numa país onde PSDB e PFL ainda tem votos.
Chato é ler tudo que se lê sobre o catolicismo e saber que o Brasil ainda é um país católico (lê-se retrógrado)
Chato é esse sentimento estranho, misto de ansiedade, angústia, alegria, euforia, tensão, paixão, medo e nervosismo que começou ontem, ficará muito intenso na quarta-feira pela manhã e, se tudo correr bem, atingirá seu ápice no Domingo, só porque eu torço pelo melhor time do Brasil.
Chato é saber que o São Paulo é o melhor time do Brasil.

domingo, dezembro 11

Al-Ittihad

É isso.
Quarta a gente se vê (se meu coração não parar antes, tamanha tensão).

Rapidinhas...

Eisenbahn

Sem querer, descobri que um dos “Gigamercados” aqui pertinho de casa está vendendo a caseira, tão falada e dificílima de achar cerveja Catarinense “Eisenbahn”.
Pilsen, escura, de trigo... Opções não faltam. Todas em Long Neck.
E por um preço bem menor que as importadas, porém um pouco mais cara que as cervejas mais comuns, pude comprar 3 garrafinhas para poder experimentar e degustar, finalmente, uma Eisenbahn.
Resultado final: excelente! Uma cerveja de sabor marcante, porém suave, que deixa um gosto final bem peculiar e interessante.
Cerveja para se apreciar, não para se embebedar.

Fondue Express
Estava eu ontem em um dos muitos shoppings que tomam conta da Barra da Tijuca, quando bateu uma ligeira e suave fome. Fominha, daquelas que pedem um simples petisco, um sorvete ou um doce.
Foi então que resolvi experimentar a tal fondue express (as tais fruta com chocolate vendidos nos tais quiosques de shoppings), após anos e anos de sua existência.
Como era de se esperar, o chocolate passa longe de estar entre os ditos de qualidade, mas também não chega a ser de todo mal, o que me surpreendeu. Mas passou bem no teste.
Passou não só porque o chocolate realmente é cremoso e endurece ligeiramente enquanto esfria tal qual na fondue, mas porque as frutas são muito boas e chocolate com frutas, venhamos e convenhamos, é sempre bom.
Mas é claro que para chamar aquilo de fondue falta muito. Falta não só o réchaud, mas o clima intimista, o charme e o bom vinho, coisas essenciais para uma verdadeira fondue.

Virtual Summer Spring Break

Logo após as frutas com chocolate, passei numa dessas bancas de jornal que vende de tudo e mais parece uma mini loja. Lá achei uma revista que trazia o Cd-rom do jogo “Virtual Summer Spring Break”. Comprei, afinal sabia que ee era estilo “Rollercoaster Tycoon”, um jogo que, apesar de bobo, gosto muito.
Pois para um clima chuvoso como o desse final de semana carioca, eis um joguinho que vale a pena. Tem uma certa dificuldade, um certo desafio, que faz valer a pena, apesar de seus gráficos terem seus pontos falhos. Afinal está acompanho de uma boa Eisenbahn...

sexta-feira, dezembro 9

Projeto fotográfico ainda sem nome

Fábio Logo, meu cunhado e um grande fotógrafo já várias vezes citado aqui, recentemente vem se dedicando a um projeto curioso, diferente e muito interessante.
Leia o release do projeto.

Pense em sua vida. Tudo. Algumas pessoas podem achar que não há muito a se pensar, mas tem.
Olhe bem lá no fundo da sua existência. Sua infância, sua juventude, suas experiências - pense na sua vida - experiências amorosas, conflitos... Tudo. Pense em tudo!
Pensou?
Pense mais um pouco.

Agora vamos ao que interessa, e onde eu acho que a coisa começa a ficar interessante.
Depois de ter refletido um pouco sobre sua vida, vamos tentar codificar sua vida no desktop (área de trabalho, para leigos) do seu computador. Tente imaginar como seria esse desktop, o desktop da sua vida.
A vida é como um desktop. Cada um tem o seu. Algumas coincidências podem acontecer no meio do caminho, mas cada um tem o seu, individual, pessoal,
intransferível.

Pensou?

Aqui é onde tudo realmente começa. Eu vou pedir a você que altere cada um dos ícones existente na maioria dos PCs que eu conheço. Altere os ícones por idéias que representem a sua vida. Pense na utilização do ícone (utilização real) e altere por uma outra que se aplicaria à reflexão da sua vida, feita no início desse texto.
Por exemplo: a minha pasta “Meus documentos” eu alteraria para uma pasta onde
colocaria “Meus sonhos”.
Entendeu a idéia? Mas vc não precisa se prender a funcionalidade do ícone, caso não queira seguir por este caminho, mas o ícone criado agora deve ser coerente sim com a sua vida.

Mais alguns exemplos:

Meu computador: Minhas memórias
Internet Explorer: Interpast Explorer (Navegando pelo passado, com banda larga)

Vc deve pensar nos itens a seguir (e se quiser, pode sugerir outros também,
informando qual o ícone original) e enviar as respostas para mim, no e-mail
fabio.silva.fs@votocel.com.br.

Iniciar?
Meu
computador?
Meus documentos?
Ambiente de rede?
Internet Explorer?
Pacote do Office (Word, Excel, Power Point)?
01 Game (qualquer game)?
Windows Media Player (ou outro tocador de mídia qualquer)?
Photoshop (ou outro editor de imagens)?
Lixeira (preste bastante atenção no que vc vai colocar na lixeira)?

Lembrem-se de me encaminhar as respostas:
fabio.silva.fs@votocel.com.br



Bom, a idéia dele, ao final, é transformar, de alguma forma que só ele sabe como, todas as respostas em fotografia.
Parece interessante? Então divulgue a todos e mande suas respostas pra ele.

quinta-feira, dezembro 8

PSDB nunca mais!

Eu estava quieto. Muito trabalho, pouco tempo, novas e outras diversões...
Mas tem coisas que vão além.

Você realmente pretende desperdiçar seu voto com o PSDB?
Reveja seus conceitos, por favor. Por que, passa dia, passa dia, passa dia, e o PSDB se mostra um partido craque em achar soluções das mais absurdas e ridículas para os problemas sociais.
Depois do Serra, na capital paulista, resolver o problema dos moradores de rua construindo rampas sob as pontes, ao invés de fazer um projeto que os tirassem da rua, que os dessem dignidade, vem o sr. Roberto Pereira da Silva, também do PSDB, prefeito da cidade de Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo, querendo
punir os que morrerem na cidade, pois a cidade não tem mais espaço para enterrar seus moradores.
É o cúmulo do ridículo!
Como podem sujeitos com idéias descabidas como essas se considerarem políticos? Como podem ser escolhidos por seu partido para concorrer a um cargo público elegível?

Eu devo ser muito burro, mesmo...

segunda-feira, dezembro 5

You're finally here and I'm a mess

Uma imagem que me marcou muito no show de ontem foi um senhor de aproximadamente 50 anos decabelos brancos e bigode branco, com seus dois filhos adolescentes. Logo que o show começou, ele disse a mim:
- Isso é Led Zeppelin puro!
Achei que ele estava ali, meio entediado até, apenas para acompanhar os filhos que deveriam ser grandes fãs da banda.
Tive a sensação, errônea, que essa frase dele vinha carregada de crítica.
Logo depois, o movimento e o empurra-empurra mandaram cada um para um lugar e o perdi de vista.

Mas foi ao final do show, antes do primeiro bis, quando o reencontrei logo atrás de mim, que percebi que ele estava muito mais emocionado com o show que seus filhos. Ali eu percebi que, na verdade, os filhos foram acompanhar o pai a um show de uma banda que o pai gosta muito.

O auge para ele foi Alive, tocava exatamente após ele gritar a plenos pulmões que se eles não tocassem Alive ele morreria, e Black.
Honestamente é uma cena muito bonita de ver: o pai levando os filhos a um show como que lhes passando o bastão:
- Toma, filho, isso é rock de verdade. Eis meu legado a você. Pode pegar, ouvir, pular, gritar, beber, amar, chorar com ele. Isso é rock. Tô entregando pra você.

É isso

Então é isso?
A banda surge do nada, há 14 anos, como a primeira banda das que eu gostava muito cujo disco foi comprado não por mim, mas pela minha irmã, pois ela finalmente gostava muito de uma mesma banda que eu, para invadir meu aparelho de som e meu walkman por todos esses anos, fazendo parte da trilha sonora de mais da metade da minha vida, para me emocionar a cada música sua que ouço, pois sempre me remete a um momento marcante e, ao vir pra cá, para o Brasil, só agora, 14 anos depois, fazer um show perfeito, memorável, histórico, impensável e fazendo eu me sentir adolescente novamente?
É isso, mesmo?

Será que alguém conseguiria explicar o que esse show significou?
É possível colocar em palavras a avalanche de sentimentos e sensações que esse show causou em mim?
Alguém seria capaz de compreender o que é estar ali, vendo ao vivo a banda que é o meu Beatles, meu Elvis?

Haverá, no mundo, algum show que me faça esquecer o que vi ontem?
Aliás, é possível um show ser tão bom que ao invés de me trazer respostas, apenas me deixar com tantas perguntas?

Ontem, no Rio, e antes, em São Paulo, em Curitiba e em Porto Alegre, foi possível assistir a um verdadeiro show de rock.
O Pearl Jam escreveu um novo capítulo na história do rock por aqui e eu estava lá. A Apotesose nunca mais será a mesma. O resto é resto, foda-se!

As músicas de ontem:

1. Last Exit (Vitology),
2. Do The Evolution (Yield),
3. Save You (Riot Act),
4. Animal (Versus),
5. Insignificance (Bianural),
6. Interstellar Overdrive/ Corduroy (Pink Floyd/ Vitology),
7. Dissident (Versus),
8. Even Flow (Ten),
9. Leatherman (b-side '98 - single da música Given To Fly),
10. Given To Fly (Yield),
11. Daughter (Versus),
12. Don't Gimme No Lip (Lost Dogs),
13. Not For You (Vitology),
14. Ederly Woman Behind The Counter in a Small Town (Versus),
15. Down (b-side '02 - single da música I Am Mine),
16. Once (Ten),
17. Go (Versus).


18. Soon Forget (Bianural),
19. Better Man (Vitology),
20. I Believe in Miracles (Ramones),
21. Blood (Versus),
22. Kick Out The Jams (MC5),
23. Alive (Ten).


24. Last Kiss (No Boundaries (Sem Fronteiras)),
25. Black (Ten),
26. Jeremy (Ten),
27. Yellow Ledbetter (b-side '92 - single da música Alive).

28. Baba O'Riley (The Who).