quarta-feira, janeiro 25

Aproveite São Paulo

Todo ano, a época do aniversário da cidade de São Paulo é a época em que várias entidades, públicas ou privadas, atingem o máximo do eufemismo sobre a amada São Paulo. Cria-se, portanto, uma ótima chance de descobrir coisas interessantes sobre a cidade e conhecê-la melhor.
Um dos bons jeitos de descobrir o que São Paulo oferece e o que está oferecendo especialmente pela comemoração do aniversário é pelo sitio SP Metrópole.

Agora, cuidado!

No meio de tanta comemoração e eufemismo que pululam pela cidade, não esqueça nunca de seus graves problemas sócio-políticos. Não se deixe enganar. A cidade é linda, uma jóia rara, mas ainda tem muito, muito, muito a melhorar.

Amor (ou Aniversário)

Engraçado o amor. Ninguém consegue explicá-lo, ninguém consegue entendê-lo. Suas razões para existir são sempre um pouco nebulosa. Muitas vezes ele é renegado, amaldiçoado - o amor é criado sobre aquele que mais lhe faz sofrer. Muitas vezes ele é abafado, escondido. Mas ele nunca é escolhido. Ama-se. Ponto. Como e por quê, não importa, não se sabe.
Bom, eu a amo. Sempre a amarei.
Eu a amo mesmo conhecendo tão bem seus tantos e muitos defeitos (e bota defeito nisso). Amo porque também conhece tão bem suas tantas e muitas qualidades, singulares, exclusivas, e que me fazem um bem tal incrível.
Sonho com um dia em que ela tenha seus defeitos mais graves corrigidos. Será quando eu nunca mais ficarei tão longe quanto estou agora.
Sim, estou longe dela.
Estou longe não porque não a suporto. Estou longe apenas porque as circunstâncias da vida me afastaram dela. Mas ainda a amo. E sei que um dia ainda voltarei para ela. E se não tenho pressa de voltar é porque sei que sou dela, sempre serei.
Eis algo que me dá orgulho: ser dela. Isso porque ela me orgulha. Eu fico feliz quando ouço ou leio algo sobre ela, algum elogio.

Bom, hoje ela faz aniversário. Hoje ela completa seus 452 anos de existência.

Parabéns, São Paulo, cidade que eu amo tanto.
Se seus governantes lhe amassem tanto quanto eu, você não seria tão mal tratada por esses imbecis.


sexta-feira, janeiro 20

Fondue digital

Imagine a seguinte cena:
Você está sentado(a) em frente ao seu computador fazendo só Deus sabe o quê (isso, claro, caso ele exista e esteja olhando para cá) quando a fome aperta. Só que você tem dois problemas:
1 - o "seja lá o que for" que você está fazendo no seu computador não pode ser interrompido;

2 - você está com muita preguiça para ir até a cozinha e preparar algo.
O que fazer? Como matar essa maldita fome que está acabando com você?

Simples.
Basta conectar seu rechaud high-tec na primeira entrada USB disponível no seu computador, jogar o queijo dentro e voila. Seu fondue está pronto para degustação.
Simples, não?
Não.
Como é que é?
Você não tem um rechaud high-tec em casa e não acredita que isso exista?
Então olhe só:




Viu como existe?
Ah, agora quer um para você, né? Então clique
aqui.

Obs.1: reparou no nome do site que vende isso? Mais apropriado impossível, não?
Obs.2: dica "roubada" do "Frugal, mas nem tanto", excelente blog gastronômico.

terça-feira, janeiro 17

Criação caótica

Ontem eu finalmente ouvi, pela primeira vez, e com a devida calma, “Chaos and Creation in the Backyard”, o novo do Paul.
As críticas foram positivas, o produtor foi escolhido a dedo e o nome do CD é fantástico. Então eu esperava muito desse CD.
E ele não me decepcionou (desculpe, Dani). Muito pelo contrário. O CD é excelente!
Quer dizer, ele começa um pouco abaixo das expectativas, com duas primeiras músicas apenas boas.
Mas a partir da terceira música, Jenny Wren, que é simplesmente Divina, o CD me ganhou por completo. A partir dali, até algumas escorregadas, como, por exemplo, em Too Much Rain, óbvia demais, puderam ser completamente perdoadas.
Saldo final do CD: fantástico.
Paul McCartney voltando a velha forma que tinha nos Beatles, realmente.
Um ótimo CD.


O problema foi quando eu cheguei na casa dos meus pais com o CD no discman.
- Pai, ouve isso – disse eu, colocando os fones de ouvido no ouvido do velho.
- O que é isso?
- Ouve e não enche o saco.
- É só tocada?
- Ouve aí, porra!
- ‘Tô ouvindo!
- E aí? Bom?
- Bom. É daquele cara que toca todos os instrumentos? – ele foi sarcástico.
- Quem? Ah, ouve aí e não enche o saco!
- A bateria tem o estilo dele! É, não é?
- Ouve e depois eu falo quem é.
...
- Sabia! É ele!
Eu ri:
- Como você sabe?
- Agora ele ta cantando.
Bom, aí não tinha mais jogo. A voz do Paul é inconfundível.
- Gostou?
- Claro! Obrigado. Não precisava. – ele disse rindo.
- Ah, ‘tá bom. Você acha que é pra você? Vai sonhando.
- Então grava lá uma cópia pra mim.
- Não posso; ‘tá no encarte que é crime.
- Então você fica com o encarte e eu com o CD...


Já gravei a cópia pro velho.

segunda-feira, janeiro 16

Mate Shake

- Calor, hein?
- ‘Tá foda!
- Porra, se ‘tá.
- Uma piscininha agora...
- Uma cervejinha agora...
- É. Precisava ter nascido rico. Pobre é isso: trabalhar com o sol queimando os miolos.
- Sorte que tem o Rei do Mate aqui perto.
- Onde?
- Ali na rua de trás.
- ‘Tá de sacanagem!
- ‘Tô não. É sério. E os caras entregam aqui.
- Você tem o telefone?
- Claro.
- Então demorô!
- Só. ‘Tô ligando lá. Vai querer o quê?
- Ah, que dúvida...
- Do quê?
- Chocolate!
- Grande ou pequeno?
- Grande, claro!

- Alô. Vê dois Mate Shakes grandes com cobertura de chocolate.

- Caralho, que delícia!
- Bota delícia nisso.
- Que piscina e cervejinha o caralho. Esse Mate Shake do Rei do Mate é de fuder.
- Nem me fale.
- Peraí.
- Que foi?
- Peraí... Alô? Oi. Vê mais um Mate Shake grande com cobertura de chocolate!
- Ei, pede mais um pra mim também, porra!
- Dois, então.

domingo, janeiro 15

Radiohead


Live at The Astoria London 27 05 04

Eis um grande DVD para se ter em casa.
Lançado no final do ano passado, mostra o Radiohead logo após o lançamento de seu segundo e genial álbum, The Bends, em um show feito na Inglaterra.
Para nós, brasileiros ou residentes daqui, que nunca tivemos a oportunidade de ver um show deles e perdemos essa turnê, é ótimo para ver que eles são capazes de reproduzir todas as músicas com seus sons "estranhos" ao vivo.
Show excelente. Fantástico!

Obrigado, Lucas, afilhado que tanto amo, por ter me dado esse excelente presente com nem mesmo 5 meses de idade. Se continuar assim, eu bem imagino o que vou ganhar dele quando ele tiver mais de dezoito anos e trabalhando. Tô feito.
Ah, e obrigado Alan e Vera, pelo afilhado.

quinta-feira, janeiro 12

Livros

Como você já leu abaixo ou viu no menu lateral, eu terminei a leitura de Amerika (ou O Desaparecido). Então, nessas duas primeiras semanas do ano, li dois livros, ambos de contos, ambos de grandes escritores nacionais, ambos divertidos.
Ler Kakfa nos causa esse tipo de reação. É preciso dar férias ao cérebro.
O livro de Veríssimo, Orgias, é bom, apesar de ser apenas uma jogada da editora Objetiva para ganhar mais em cima da obra do autor. Afinal Orgias é apenas uma recompilação dos contos que Veríssimo já publicou antes sob a alcunha de Comédias da Via Privada. Até vale a pena, mas é ridículo que o a editora fez.
Já o livro de Frei Betto, Treze Contos Diabólicos e um Angélico, é o livro de Frei Beatto, né? Eu considero Frei Betto uma das personalidades mais importantes desse país, um dos autores mais inteligentes que há. Frei Betto segue uma linha meio parecida com a do Cony, afinal um é Frei e outro foi seminarista, ambos lutaram na esqueda anti-ditatorial e são muito engraçados. Compre e leia, nem que só para ver de quantos nomes Frei Betto acha para o Coisa Ruim, o Bode, o Capeta. Hilário!

Agora, finalmente, vamos enfiar o nariz em Saramago. Eita vida boa...

O Desaparecido

Quem? Eu? Desaparecido?
Não, não, não.
O Desaparecido é Karl Rossman (ou Karl Homem-Cavalo), personagem central do livro O Desaparecido (ou Amerika), de Kafka, que eu terminei de ler, mas esqueci de comentar aqui e de trocar o livro no meu lateral ali (já troquei, calma).
Vamos ao livro, enfim.

Definitivamente, Kafka é um dos meu quatro escritores de cabeceira (para quem não sabe, eu o coloco ao lado de Dostoiévski, Cony e Henry Miller), mesmo com Ela insistindo em me dizer que na USP os leitores de Kafka são considerados loucos, literalmente.
O Desaparecido (ou Amerika) é um livro angustiante, no melhor estilo Kafka. É um livro extremamente perturbador, como só Kakfa o é. É um livro que incomoda, incomoda muito, como só nos livros de Kakfa. É um livro de humor-negro, como só Kafka sabe escrever.
Para quem leu O Processo e achou o livro angustiante, perturbador, incômodo, e não conseguiu terminá-lo (relaxe, afinal nem o Kafka conseguiu terminá-lo), nem chegue perto de O Desaparecido (ou Amerika). Isso porque o personagem central de O Desparecido (ou Amerika) não se ajuda, diferente do que ocorre em O Processo.
Em ambos o livros o personagem central vê seu mundo desabar, ver que todos o tratam com frieza, com meias verdades, com dissimulações, e vê tudo dando errado para ele, entrando num poço sem fundo, sabendo que não tem saída. Mas em O Desaparecido (ou Amerika), diferentemente de K., em O Processo, Karl Rossman não tem dicernimento, não parece ser inteligente; ele sente que tem algo errado, mas aos poucos se convence que não, que a vida é assim mesmo. Karl Rossman é uma besta, uma mula; é burro e inocente demais. Muito imaturo. Não é só o mundo que se volta contra ele. Ele mesmo não se ajuda. E você vai lendo e vai sentindo um vazio pela vida de Rossman, que é incrível.
Para piorar o incômodo, Kakfa consegue fazer um livro ter seu principal suspense, sua trama central, ser "atrapalhada" pelo excesso de detalhes que Kafka narra. Somente Kakfa narra com tanto brilhantismo tudo aquilo que circunda a cena que está a acontecer. E é com essa riqueza de detalhes geniais, engraçadas, divertidas, que Kafka faz a leitura seguir num rítmo menos acelerado. Kafka vai te freando quando você mais quer acelerar.
Kafka foi gênio. Descobriram isso tarde. Uma pena.

Ler Kafka é uma das experiências mais ricas que a literutara pode oferecer (ou pôde me oferecer até aqui).

quarta-feira, janeiro 11

Cheiros

É só uma massa, de farinha, com alguns outros produtos tais.
Mas, quando o bolo, um bolo qualquer, entra no forno quente e começa a assar, vem aquele cheiro tão gostoso, que nem Ela, cheirosa que só, principalmente por não usar perfume, tem cheiro melhor.
É então, no momento que o cheiro do bolo de milho invade meu cérebro, que coloco água para ferver, pó no coador e começo a passar o café (porque não há nada no mundo como um bom pedaço de bolo de milho com uma boa xícara de café).
Vem então o cheiro do café sendo passado. Aí fudeu. Fudeu porque, se cheiro de bolo assando é insuperável, nada provoca mais desejos que o cheiro de um café sendo passado pelo coador. Nem Ela, com seu cheiro divino.


Aos curiosos:
- sim, fui eu quem fiz o bolo.
- e sim, óbvio que sim, estava uma delícia!

terça-feira, janeiro 3

Ufa!

2005, o ano mais conturbado da história, finalmente chegou ao fim. 2006 terá que se esforçar muito para ser pior, hein? Eu duvido que consiga, espero que não consiga, mas com eleições presidenciais a vista, e com o cenário como está, não duvido de nada...

E, como que para fechar com "chave de ouro", seu último dia útil, dia 30/12, foi meu último dia com obrigações profissionais...

Agora vamos ver o que será.