segunda-feira, julho 25

“É mais fácil cultuar os mortos que os vivos”

Essa frase, perfeita crítica extraída da música Minha Casa, composta por Zeca Baleiro, e que pode ser encontrada originalmente no disco Líricas, gravado em 2000, representa muito bem o que está acontecendo desde sexta-feira com uma parcela dos brasileiros, residentes aqui ou não.
Jean Charles de Menezes (N.E.: Com esse nome?) foi assassinado, na última sexta-feira, com tiros (note o plural) da polícia britânica enquanto fugia da mesma. A polícia julgava um suposto terrorista. Mas Jean, um santo, parece, será canonizado pelo papa-cão 13º e terá uma estátua de bronze com seu busto em todas as esquinas do Brasil, pelo que a mídia tem mostrado. Afinal, ele era, ainda segundo nossa mídia, um rapaz jovem, honesto e trabalhador.
OPA! Espere um pouco! Tem alguma coisa estranha ou são meus glóbulos vermelhos?
Honesto? Então por que, caralhadas atômicas, o sujeito fugia "de la policia"?
Ah, o visto dele de permanência nas gringas estava vencido, né? Ou seja, estava ilegal na Inglaterra. Mas, cá entre nós, não deixe ninguém ouvir: isso não é um crime? É?! Então ele deixa, assim, de ser honesto, não é? Ah, tá. Agora sim não entendi tudo ou nada.

Porra, era óbvio que o sujeito devia das suas. Se fosse mesmo candidato ao clero da igreja católica, por que, diabos, estaria correndo da polícia?
Eu, que Deus bem sabe, não sei o que é santidade, nem meus mais chegados nunca corremos de policial nenhum - exceto um outro chegado, mas por posse de, vixiMaria, drogas.
Agora, só porquê esses policiais não nos assassinaram, então somos muito menos especiais que o tal Jean, criminoso, segundo as leis Britânicas?
Entendi.

Mãããe!! Você me quer santo? Então estou indo agora pro Zuzu Angel correr dos polícias, ta bom?
Beijo, tchau!

Só não beira o absurdo porque efetivamente o é.

Obs.: deixo claro aqui que também julgo absurda a atitude da polícia. Mas, venhamos e convenhamos, se sujeito foge, como você perguntará a ele antes de atirar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário