segunda-feira, novembro 7

Intifada* na França?

"...as palavras de ordem da atual rebelião soam, mais ou menos, como "Alá é grande". E não necessariamente em francês. Quanto àqueles que as bradam, estes são na sua maioria jovens, de sexo masculino e muçulmanos. (...) Por mais que se tente tapar o crescente com peneiras de silêncio ou eufemismo, o que se presencia agora na pátria da revolução de 1789 é o início oficial da Intifada* européia."
Nelson Ascher, na Folha de S. Paulo de hoje.

O mundo está prestes a virar uma grande faixa de Gaza, é isso? É realmente o começo da Intifada européia?
Se sim, eu, que nunca fui a favor da guerra, nunca consegui ser preconceituoso, estou começando a achar que realmente o Islã deve ser repensado com muito cuidado e urgentemente.


(*): rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia.

4 comentários:

  1. O noticiário abria hoje com a notícia sobre mais uma noite de incidentes retomando a alegoria da "escumalha". Embora fazendo eco dos protestos da oposição contra o ministro do Interior (Sarkozy) o noticiário ignorou a luta intestina que atravessa o governo (e o partido de Jacques Chirac). O que mais sobressai nos noticiários não é tanto o alinhamento político ou ideológico (embora este também exista), mas sobretudo a preguiça intelectual da imprensa. Na maior parte dos casos as notícias limitam-se a transcrever o conteúdo dos noticiários internacionais.

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  2. Culpa de nossas instituições de ensino, onde, na enorme maioria dos casos, o aluno é ensinado, na faculdade de comunicação, a pasteurizar a notícia. Quando a faculdade não ensina isso, o mercado de trabalho o faz.

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  3. O Nelson Ascher é um idiota. Embora as notícias sejam meio sem consistência, o que parece mais provável, pelo que já se sabe, é que a revolta tenha mais a ver com a necessidade de inserção daquela parcela da juventude no mercado de trabalho da França (e, sim, com a integração social de imigrantes) do que com uma intifada. Problemas muito mais seculares do que a cabecinha raivosa do Ascher faz parecer.

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  4. O Islã nada tem a ver com essas e outras demonstrações de violência. É triste que uma bela doutrina de paz seja deturpada por esses fanáticos, que nem sequer levam o texto do Alcorão ao pé da letra, já que tais atos não estão nem sugeridos naquele texto. Não sou muçulmana mas a minha distante origem árabe me fez ter interesse pelo Islã e fico realmente triste que o Ocidente tenha desenvolvido esse preconceito absurdo. Portanto caro Léo, espero que você não caia nessa.

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