Em uma avenida qualquer de uma metrópole ou megalópole - tanto faz - brasileira, eles estavam no carro.
Saiam de uma festa.
Quatro horas e alguns minutos.
Verão. E o Sol já ameaçava surgir.
Ela, em algum momento da conversa, disparou (não do nada):
- Ah, tá! Então agora você quer me convencer de que você não quer, nem nunca quis?
- Querer convencer? Bom, se eu quero ou não convencer, não sei. Mas nunca quis, tão pouco quero agora.
- E você, ainda assim vai dormir em casa?
Ela morava só.
- Você me convidou. A menos que você tenha se arrependido e retire o convite...
- Ah, vá a merda!
Bons minutos depois, chegaram ao apartamento.
Já na cama, sob o lençol.
O Sol nascera, mas ainda não havia clareado o quarto.
Ânimos menos exaltados, ele amenizou:
- Só queria esclarecer uma coisa: não é porque não quero, que não faria. Aliás, quem sabe eu possa passar a querer muito no futuro?
- Tudo bem, então quando você quiser, você me diz
- Digo assim, na lata?
- Não. Saia pulando, fazendo círculos à minha volta, e fazendo som de urubu!
- E qual o som do Urubu?
Dia seguinte. Sábado.
Ele havia acordado há algum tempo.
Ela estava levantando.
- Bom dia. Dormiu bem?
- Como uma pedra. E você?
- Também.
Ela entrou no banheiro.
Tomava banho enquanto ele comprava pão.
No final do dia, o Sol se punha.
Braços se roçando, estavam sentados ao sofá.
O silêncio era pleno.
Ela lia uma revista: Bravo!
Ele jogava palavras cruzadas.
De repente:
- Olha, preciso te falar um negócio.
- Que foi? Pode falar.
- Eu quero.
- Como assim, quer?
- Ué?! Deu vontade.
- Assim. Do nada?
- Não pode?
- Claro que pode.
- Então vamos!
- Vamos – ela disse num salto.
Trocaram de roupa. Ele colocou um smoking. Ela um longo.
Entraram no carro, o Sol já havia se posto.
Em poucos minutos estavam no clube.
Na piscina, de roupas sociais, ela se realizava.
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