terça-feira, novembro 1

(Sem título)


Mil e mais mil. Milhares de vozes gritando freneticamente. Não param. Não cansam. Uma sinfonia difusa, estridente e sufocante. Agonia em forma de sons. É a loucura que lhe estende os braços e esfrega todas as infinitas mãos por todo seu corpo, que lhe rouba a razão, que lhe capa a alma. Não, nem mais o álcool lhe ameniza. Nada amortece. Não existe anestésico.
Exausto, sai às ruas. Procura algo, mas não sabe o que. A chuva não lava a alma. E agora? Para onde ir? Qual o caminho? Existe alguma direção? Está na rua de casa. Está perdido. Quer voltar, não sabe para onde, não sabe para quando.
Como se faz para surtar de vez? Calariam as vozes?
Alguém sabe as respostas, ele não sabe quem.

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