sexta-feira, julho 25

Paralelamente

Passou-se um mês além de um ano, já. Atrasado, um pouco por falta de tempo, outro por falta de inspiração e muito tanto pela falta de palavras que o disco causou em mim, sei que devo a alguém – se é que há alguém, e se não não o sei – um comentário sobre o mais recente álbum do Ludov, Disco Paralelo.

Aproveito as horas perdidas numa rodoviária, então...




















O que dizer quando uma de suas banda preferida se propõe a lançar um disco cuja audição se encaixa em você tal qual uma peça de um lego, é que o que não consigo encontrar.
Posso começar me derramando em elogios aos nome do disco, que, ao meu ver, se encaixa perfeitamente àquilo que a banda fez no novo trabalho, se comparado aos anteriores, fazendo parecer realmente um projeto paralelo da banda.
Mas, apesar de o nome do disco poder ser usado para traduzir tudo o mais de perfeito que a banda fez para o Disco Paralelo, não encerra-se aí o tudo que o disco representa.
Gravado no Rio de Janeiro, ao lado do apartamento onde eu morava, as vezes tenho a sensação que, mesmo à distância, a banda captou um pouco das minhas energias e as traduziram em músicas. Letras sobre distâncias, reviravoltas, voltas por cima, mudanças geográficas e internas, músicas com toques minimalistas, com melodias brilhantemente lindas, que nos pincelam uma leve melancolia... Ah, a melancolia. A mesma de uma abelha de maio. Quase que deixada de lado junto com a língua inglesa.
Há tempos que eu julgava o Ludov uma excelente banda, que perdia para o Maybees não pelo uso da língua pátria – pelo contrário – e sim pelo sentimento de uma melancolia cuidadosamente construída, não-natural (nem artificial) utilizado desde então.
Isso, até o Disco Paralelo.

De forma impecável, Mauro, Habacuque, e Vanessa superaram, finalmente, a si mesmos e se somaram perfeitamente com Chapolin.
Maybees ficou para trás. Todo o passado ficou para trás.
Incomparável.
Histórico.

Um dos poucos excelentes discos de 2007.

4 comentários: