segunda-feira, janeiro 2

Em cárcere


    Há um mês, estou mantendo uma mulher encarcerada e amarrada aqui no meu sótão com vista para o mar. Ela é linda, tem um sotaque delicioso, uma risada divertidíssima, olhos espetaculares e os mais perfeitos seios que já vi. Ela é tão incrível que eu levaria dias só para descrevê-la. Tão incrível que no instante em que a vi eu me apaixonei completamente. Por isso eu a trouxe para cá e a amarrei.
    Não me julguem mal. Eu não sou um sujeito ruim. Pelo contrário. Sou bom e sensato. Por isso eu a deixo com total liberdade para fazer o que bem quiser ali. No sótão, ela tem acesso à internet, está presente em todas as redes sociais, possui uma vasta biblioteca, porque ela ama ler, tem cerveja gelada sempre à mão e, principalmente, total liberdade para receber amigos e amigas. A ideia é ser tão bom que ela desenvolva uma espécie de síndrome de Estolcomo e perceba que eu sou o cara ideal para ela passar o resto de sua vida ao lado.
    Por enquanto, tem dado certo.

Um comentário:

  1. Ai credo, Leonardo, seu safado...
    É assim, então, que você me descreve para as pessoas?!
    É isso o que você quer e espera de mim? E eu que pensava em síndrome de Madrid, de Paris, de Praga, e até de São Paulo! Mas de Stockholm, nunca...
    Olha que eu estou aqui, bem embaixo dos teus pés, com acesso à internet, e lendo tudo o que você escreve!!!!
    Esta noite nada de me fantasiar de Teletubbies, cantando a introdução do Jaspion, e dançando o Créu pra você! Pode esquecer! Humpf!

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