sábado, novembro 5

Sacrilégio

- Sabe, eu adoro ver você assim, andando pra lá e pra cá, exibindo essa sua bundinha redondinha, durinha.
- Eu sei. Mas estou com frio. Posso me vestir?
- Espera só um pouco. Não se vista ainda. Vem aqui. Vem aqui que eu vou lhe aquecer.
- ‘Tô indo.
- Fique aqui, nos meus braços, que o frio passa.
- Assim?
- Isso... Não. Espera aí. Quer ver, deixe eu tirar minha roupa também.
- O senhor também ficará pelado?
- Claro! Assim você poderá me ver pelado
- Mas eu não quero ver o senhor pelado.
- Quer sim. Olha.
- Não! ‘Peraí! Solta! Me solta!
- Calma. Não precisa ficar com medo. Volte aqui.
- Não. Sai.
- Aonde você vai? Por que está colocando a roupa?
- Vou embora!
- Não! Por quê? Calma. Eu ponho a roupa de novo.
- Não interessa. Vou embora!
- Calma. O que eu fiz?
- Desculpe, padre, mas o senhor sabe que eu tenho apenas doze anos. Quando meu pai souber disso, o senhor vai se dar mal.
- Calma. Você não precisa contar ao seu pai. Não fiz nada de mal.
- Não contarei. Mas não faça mas isso.
- Ta bom, André. Desculpe.

2 comentários:

  1. Não foi desatenção. É que estive fora do ar (novamente).Estou cansada, chateada e triste.

    Seu texto está muito bom.

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  2. De novo? Vírus de novo?
    Que m...!
    Não fique triste. Pense que nosso país tem ótimos políticos, que a tristeza passa.
    :o)

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