Aposto que Graciliano Ramos, hoje, assim como Machado de Assis, Lygia Fagundes Telles e Clarice Lispector, entre outros, teria um blog. Claro que o blog dele, Graciliano, seria diferente do blog dos demais já citados. Cada qual com seu estilo e assuntos diversos, mas certamente, seriam blogueiros, como Xico Sá, Cora Ronái, Cecília Giannetti, entre tantos outros.
Blogar, como podemos ver, baseado não só nessa minha teoria, mas em fatos e blogs, não é demérito algum. Blogar é... blogar. Escrever. Lançar ao mundo seu olhar, suas inquietudes, pensamentos mais sombrios e sórdidos, ou não. Compartilhar um pedaço de você.
Porquê estou dizendo isso, não sei.
Veja Xico Sá, com uma obra deveras rica, interessante e blogeiro dos bons.
Cecília Giannetti então, incontestável. Seja no blog, nas revistas, nos livros, no Casino. (Aliás já falei dela, a banda, aqui uma vez, caso alguém tenha esquecido)
Cazuza, John Lennon (não estou comparando um com o outro), não sei, mas também seriam blogeiros.
Aliás, por que será que eles, bem como Thom York, Lobão e tantos outros, nunca escreveram um livro, fosse de ficção ou não?
Alguns músicos, autores de letras interessantes, com atitudes e atitudes, podem tornar-se ótimos escritores, mas nem sempre, claro. Claro é também o fato de que um livro desmascara autores de supostas ótimas letras, vide Caetano, do qual não gosto. Desculpem, pois não o acho grande letrista, nem grande compositor e, desculpe mais uma vez, não o acho grande intérpetre. Já Chico, não.
Autores de livros, escritores, portanto, podem não ser músicos, nem saber cantar bem, mas escrevem muito bem. Então, pergunto, não teríam eles obras que pudessem ser musicadas? Claro que sim. Zeca Baleiro está musicando poemas há tempos e lançara uma pequena bomba em breve. Aguardem. Aguardemos. Mas é os demais? Por que será que ninguém mais o faz?
Acho que por essas e outras que gosto de Zeca. Ele une muito bem, com nós e atas bem feitas, a música, o lirísmo e a poesia; a literatura. Imagino que um livro dele, ou um conto, seja algo meio beat. Mas posso estar errado. Porque, afinal, veja o caso da Cecília. Quando eu ouvia Casino, e claro que ainda ouço, imaginava uma pessoa; quando acesso o EscrevEscreve (blog dela), imagino outra; e quando leio algo mais literato dela, tudo se casa, mas imagino uma terceira pessoa.
Aliás, ontem fiz uma experiência interessante: Li um conto da Cecília. Parei. Quinze minutos absorvendo o tapa que ela me dera, mesmo sem nunca ter me visto. Então coloquei Casino para tocar. Outro tapa, mas do outro lado. Outra pessoa cantava, não a mesma Cecília. Não ela. Ou ela?
Obs.: estou aqui imaginando um blog do Dostoiévski. Ele, creio, não teria.
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