quarta-feira, novembro 24

Uma rápida observação

....Ela parou, sentou e por lá ficou. Parada, ela olhava o nada. Era como se algo a tivesse hipnotizado. Ou ela era o algo que estava ali para hipnotizar? Eu não sei ao certo, mas Deus, durante os quase cinco minutos em que ela olhou aquele ponto qualquer fixamente, eu olhei para aquela mulher. Olhos grandes, redondos, porém suaves e meigos. A pele bem morena, queimada de Sol, reluzia um bronze escuro. Se você ou qualquer pessoa me perguntasse qual a roupa que ela vestia, se era saia e até onde ela ia, se camisa, camiseta ou blusa de linha, eu não saberia lhe responder. Porque fixei o olhar naquele rosto, naquele olhar que fugia.
....De repente, do mesmo jeito que chegou, se levantou, deu as costas à praça e saiu andando o andar mais provocante que já vi.
....Ainda a vi por caminhar mais quinze metros antes de virar à esquina e desaparecer.
....Não sei seu nome e nunca saberei.
....Conheci seu rosto, mas já o esqueci.
....Não sei o cheiro que ela exalava, nem conheci seu sorriso.
....Também não sei porque fixei meu olhar nela por tanto tempo, enquanto minha cerveja esquentava.

Nenhum comentário:

Postar um comentário