quarta-feira, dezembro 28

Quem avisa amigo é

ATENÇÃO!

O Ministério do Bom Chope informa:
- Chope Lokal (sim, isso existe), apesar de muito ruim, se consumido em excesso, também deixa bêbado e causa ressaca.

terça-feira, dezembro 27

Músicaxx

CSS
O CD do
Cansei de Ser Sexy tem freqüentado meu discman constantemente. Já ouviu?
É electro. É rock. É divertido. É engraçado. Música para curtir, não para ouvir. Tem um algo de oitentista. Rola um certo déjà vu. Despretensioso. Jovial. Feito meio que por brincadeira. E passa tudo isso em sensações. É pra dançar. Música para tocar nas festas mais antenadas. Música para qualquer pista de dança. Música para qualquer ouvido sem pretensão. É deles a letra mais cool do ano:

"From all the drugs the one i like more is music, from all the junks the one i need more is music, from all the boys the one i take home is music, from all the ladies the one i kiss is music (muah!).
Music is my boyfriend. Music is my girlfriend. Music is my dead end. Music is my imaginary friend. Music is my brother. Music is my great-grand-daughter. Music is my sister. Music is my favorite mistress.
From all the shit the one i gotta buy is music, from all the jobs the one i choose is music, from all the drinks the one i get drunk is music, from all the bitches the one i wannabe is music.
Music is my beach house. Music is my hometown. Music is my kingsize bed. Music is my hot hot bath. Music is my hot hot sex. Music is my back rub. Music is where i'd like you to touch.
"


E a voz de Lovefoxx? Foda.
Um bom disco para o Reveillon.

Basquiat
O que diabos o Joy Division, a PJ Harvey, o Tom Waits e o David Bowie (para citar alguns, apenas) tem a ver com Basquiat?
Aliás, o que Basquiat tem a ver com música?
Oras, antes de mais nada, Basquiat é arte e música também. E Basquiat era transgressor. E a música de Joy Division, PJ Harvey, Tom Waits e Bowie transgrediram muito, já. Aliás, eles transgrediram não só com suas artes. Suas artes sempre foram apenas um reflexo de suas personalidades.
Então só aí, de largada, vê-se facilmente que eles têm muito a ver entre si.
Pois hoje eu pude ouvir pela primeira vez o grande disco que é a trilha sonora do filme Basquiat (aliás, para quem não assistiu, corra atrás). Você já ouviu? Putz, não é excelente? É disco para ouvir, e ouvir, e ouvir, e ouvir...
E olhe que o disco não se resume aos quatro supracitados. No disco tem também Van Morissom, tem John Cale...
Nota 9, para economizar.

Kazaa e a (boa) música dos anos 80
Tudo bem, confesso. Não tenho nenhum CD do Bolshoi. Nem do Depeche Mode. Foi por isso que resolvi, eu mesmo, produzir meu próprio disco com música deles. Na verdade, eu fiz um disco todinho by
Kazaa. Coloquei a nata do rock oitentista que eu ouvia. Tudo no mesmo CD. Estão lá, além de Bolshoi e Depeche Mode, os óbvios e necessários Joy Division, New Order, Echo and the Bunnymen, Bauhaus, Soft Cell, Talking Heads, Smiths...
Para você entender mais ou menos o resultado, é o CD que mais tenho ouvido ultimamente.
Aliás, para você entender melhor, lá estava eu, Domingo, no metrô de SP, a caminho da rodoviária, ouvindo o CD - só música boa, claro, afinal eu escolhi as músicas a dedo - e não consegui me conter. Cantava música por música (claro que sem emitir som, só mexendo a boca) e balança discretamente o corpo, que tentava dançar todas as músicas. Quando percebi, mãe e filho olhavam para mim sorrindo (creio eu que seguravam o riso). Sorri de volta e ainda ofereci um chocolate pro moleque. E não parei de cantar e de semi-chacoalhar o esqueleto.
Esse vai rolar no meu Reveillon, for sure!
Nada como o
Kazaa, não?
Ou melhor, nada como voltar no tempo e relembrar as boas músicas que você ouvia.
Coisa de louco.

Ana Luisa

Ela trabalha a duas mesas de mim. Magra, deve ter algo entre um metro e sessenta, um metro e sessenta e cinco, sei lá. E eu chuto uns vinte e seis anos, por aí. Ela é meio estranha, sei lá. Está quase sempre usando uma botinha baixa preta, daquelas fechadas que vão só até o começo do tornozelo, sabe?, e uma meia preta, que deve ir até a coxa, mais ou menos, mas que está sempre enrolada na altura na canela, cobrindo o cano da tal botinha preta. Além disso, ela usa muita saia, que nunca são maiores que o joelho, mas que também são um pouco diferentes. Mas ontem ela se superou. Tudo bem que era sexta-feira, última sexta do ano, mas exagerou. A saia deu lugar a uma bermuda/short jeans larga (aprece que ela está cagada) que vai até o meio da coxa, um pouca mais comprida. E ainda estava usando uma meia calça tipo arrastão, sabe qual é? Isso, lá, no trabalho! A camiseta era uma regatinha. Ou melhor, eram duas regatinhas. Uma por cima da outra. A de baixo era rosa-pink. A de cima era amarela. Muito estranha. O cabelo até que é normal. No ombro. Preto. Liso. Bonito até. E ela é bem branca (acho que nunca vai à praia), sei lá. Aliás, ela até tem um rosto bonito. Mas vive assim. Parece louca. Estranha. O pessoa do trabalho acha que ela é lésbica. Eu chuto que ela deva ser bi.
Ana Luisa.
Nome bonito, né? Mas é toda assim, desse jeito.
Ela é a responsável pela internet da firma. Ela que mantém nosso site no ar, ela que o criou, etc. É única do andar que tem caixinha de som no computador, e vive ouvindo umas músicas meio estranhas que, confesso, até ontem não sabia o que era.
É que ontem o Pedro, que fez Direito comigo, foi lá na empresa. Nossa firma contratou o escritório em que ele trabalha. Então ele passou lá no meu andar para colocarmos o papo em dia e almoçarmos juntos.
- Radiohead? Ei, de onde vem esse som? - ele me perguntou.
- Daquela mesa ali - e apontei com o queixo a mesa da Ana Luisa.
Ele levantou e chegou perto da mesa dela. Foi quando rolou o diálogo mais estranho que já ouvi (imaginem o diálogo abaixo, da Ana Luisa, que contei pra vocês, com o Pedro, um advogado, todo engravatado e engomado, tipo sério, conservador, de direita):
- Eu devo estar errado...
- O quê? - ela disse olhando curiosa pra ele.
- Disse que devo estar errado, me desculpe, mas..
- Talvez eu também esteja errada - ela o interrompeu, sorrindo.
- Bom saber que não sou o único errado por aqui.
- Olha, devo confessar que você é bem errado - ela disse para ele, medindo.
Não segurei o riso. Ela, daquele jeito, toda estranha, e ele era o "bem errado"?
- Preconceito?
- Não. Eu te conheço.
- Mesmo?
- Quintas, né?
- É. Terças também.
- Terça?
- É.
- Nunca fui.
- Deveria ir.
- Isso é um convite?
- Olha, não era. Mas se você topar, passa a ser.
- Então não vou.
- Azar o seu, porque meu set de terça, na boa, acho melhor que o de quinta.
- Ah, é? Como?
- Bote a prova.
- Vipado?
- Meu e-mail, com ele - e apontou pra mim - Preciso ir.
- Tem cerveja hoje a noite.
- Ótimo. Você é linda.
- E você... A gente se vê.

No final do dia ela veio falar comigo. Sabia meu nome. Pegou o e-mail do Pedro.
- Não imaginava que você tivesse algum amigo tão interessante.
- Nem eu.
- Quer tomar cerveja com a gente hoje? Ele vai.
- Não, valeu. Já marquei cinema com minha namorada.
- Vai ver o quê?
- Mergulho Radical.
- Ah. Bom filme - disse com uma cara de decepção e se virou.
- Espera, Ana. De onde você conhece o Pedro?
- Ele é DJ de uma das melhores baladas de Pinheiros, não sabia?
- Sabia. Sabia sim. - Menti.

Esse foi o maior diálogo que tivemos. Ela é muito estranha. Só o Pedro mesmo para se dar bem com ela; ele também sempre foi meio estranho.

quinta-feira, dezembro 22

CineFrance

- 'Tava a fim de cineminha...
- Pode ser. Qual?
- Pois é esse o problema. Já vimos todos os filmes bons.
- É. Se por ainda estivesse passando aquele filme francês.
- Qual?
- Ah, não lembro o nome. Mas eu li que era bom e tal e acabamos não vendo.
- Mas você tem certeza que não está mais passando o filme?
- Eu não sei. Não lembro o nome.
- Que merda.
- Pois é.


Calma, crianças.
Se vocês também gostam do cinema francês, esse tipo de diálogo morreu.
A "Ambassade de France au Bresil" lançou um site que é o "crème de la crème" para cinéfilos. É o
CineFrance.
Nele, você poderá consultar todos os filmes franceses em cartaz no Bresil, bem como saber os filmes franceses que por aqui foram lançados em DVD ou que passaram/ passarão na TV, e, por fim, pesquisar o acervo da cinemateca da Embaixada, ou melhor, o acervo da cinemateca da Ambassade de France au Bresil; Embaixada essa que fica aqui no Rio.

Iniciativa excelente, não?!


Obs.: falando em cinema francês...
- Um dos filmes mais interessantes que já vi é francês: Os Amantes da Ponte Neuf, de Leos Carax.
- Uma das melhoreas animações que há no mundo também é francesa: As Bicicletas de Belleville, de Sylvain Chomet

Assasinos

Eu os conheci há muito tempo. Eram dois dos meus melhores e grandes amigos.
O Antonio, na verdade, conheci há tanto tempo que nem lembro quando o conheci.
A Ana eu lembro bem. Foi na final da copa de '98, na casa de alguns amigos em comum.
Eu sempre achei que eles tinham muito a ver um com o outro. Inteligentes, divertidos, artistas (o Antonio, músico, a Ana, escritora), cativantes, apaixonantes.
Fui eu quem os apresentou, num aniversário meu, num pequeno e vazio bar em Moema. Percebi que a sintonia entre eles foi instantânea.
Namoraram por seis meses e decidiram morar juntos.
Eu nunca tinha visto um casal tão em sintonia, tanta comunhão, tanto brilho em um olhar. Nunca imaginei que o amor poderia ser tão bonito de se ver.
Aliás, foi por causa deles, foi por vê-los juntos e ver como isso os fazia bem, que eu, notívago, boêmio e poligâmico, passei a acreditar na monogamia, na vida a dois, e, finalmente, engatei um namoro sério, com a Cris, com quem estou casado há um ano.
Eles, sem querer, me fizeram acreditar na vida a dois.

Há uma semana o Antonio me ligou:
- Pedro, você tem um amigo corretor, né?
- Tenho.
- Você tem como me fazer um favor e ver com ele algum apê para alugar na região da Paulista?
- Vão se mudar?
- Não. Eu vou me mudar.
Ele enfatizou o "eu".

Eu sabia que eles vinham enfrentando alguns problemas. Gênios fortes, impulsivos, nada racionais. A vida a dois, entre eles, estava desgastando e causando rusgas. Mas não sabia que tinham ido tão longe.
Ele me pareceu calmo, sereno, mas sem aquela antiga e deliciosa paixão na voz. Quando almoçamos juntos, no mesmo dia, para conversarmos melhor, vi os olhos mais sem vida que havia visto. Mas ele não se disse triste. Disse que era melhor, que não dava mais, que estavam se matando.
Pois já tinham se matado, sem perceberam.
Antonio estava como um zumbi, sem energia, nem brilho, nem paixão pela vida. Ana também.
Eu a encontrei no mesmo dia, a noite. Liguei para ela à tarde e marcamos um jantar.
O mesmo papo.
- Ah, Pedro, não vou dizer que estou feliz, alegre. Estou muito machucada, muito magoada com tudo. O pior é que eu sei que nunca vou amar ninguém da mesma forma que o amei.
- Que o amou? Então realmente não o ama mais?
- Não sei. Não sei.
Antonio havia dito quase o mesmo quando falou que agora ele ia "ou morrer solteiro, ou casar só, para não morrer só".

Para mim foi nítido que ainda se amavam.

No dia seguinte eu não consegui falar com eles. Ambos me ligaram pela manhã, mas disse aos dois que estava ocupado. Menti. A verdade é que estava com muita raiva deles. Muita.
Antonio matou o que Ana tinha de mais bonito. E Ana fez o mesmo com Antonio.
Eles mataram também o relacionamento mais delicioso de se ver. Eu e a Cris, e todos os nossos amigos em comum, ficávamos horas olhando para eles namorarem, cheios de carinho, de amor, de liberdade, de alegria, de risadas. Dava uma paz, uma tranqüilidade. Fazia-nos acreditar que o mundo tinha seus refúgios, que o mundo podia ficar mais fácil.
Eles mataram a crença que eu tinha no mundo. Mataram a alegria que era vê-los juntos.
Naquele dia, quando eu contei pra Cris, assim que cheguei em casa, choramos juntos, como se chora a morte de um grande amigo. Porque foi isso que aconteceu. Ana e Antonio mataram um grande amigo nosso.

Esperava que a distância, um tempo afastados, pudesse fazê-los refletir melhor e, quem sabe, voltar a se encontrar.

Me enganei.


Faz seis dias que o Antonio não vai trabalhar. Não atende nenhum telefone. Não está em casa. Desapareceu. Simplesmente, sumiu. A única dica, um bilhete encontrado sobre a mesa de jantar de seu novo apartamento:
"Vagar sem alma, morte incerta. Sou humano, acho. Ou, um dia fui. Ana, nós matamos a mim, já. Alguém precisa dar o golpe de misericórdia."

A Ana está morando conosco. Tememos pela sua vida, pela sua segurança. Está um caco.

Desfalques

terça-feira, dezembro 20

"CapiNATALismo"

'Tá de bobeira?
Grana sobrando?

Tá morrendo de vontade de fazer uma mediazinha comigo?
É Natal, não se esqueçam!

E a grande oportunidade de suas vidas!

E você lembram o que é o Natal, não?
Tempo de aquecer a economia global.
É isso aí! Viva o capitalismo, porque é Natal.
E se você não quer ficar de fora dessa festa maravilhosa de compras, então se segura na cadeira.

Finalmente eu disponibilizo, de forma bem humilde, alguns produtos que você pode comprar para mim (me recuso a usar a wishlist do Froogle).
Fantástico, não?
Então dê uma espiada:

LIVROS
Charles Darwin (A Origem das espécies)
Samuel Beckett (Malone Morre; Dias Felizes; Esperando Godot)
Virginia Woolf (A Casa de Carlyle e Outros Esboços; Quarto de Jacob, Um Teto Todo Seu)
Marcel Proust (Em busca do Tempo perdido)

CDs
Maria Bethânia (Que Falta Você me Faz)
Cansei de ser Sexy (Cansei de ser Sexy)
Paul MacCartney (Chaos and Creation in the Backyard)
Matanza (Música para beber e brigar)
Ella Fitzgerald & Louis Armstrong (For Lovers)

Escolha qualquer coisa que quiser da lista e compre sem medo. Para mandar o presente, entre em contato comigo por e-mail.
Obrigado.


É isso. O Léo contribuindo arduamente para que você não fique de fora da maior festa comerciária mundial!


(Eu tinha escrito esse texto como "Dicas para presente de Natal", mas achei esse outra opção mais atrativa... pra mim)

Papo de bar

Heitor: Eu queria fazer algo a mais, sabe?
Lucas: Sei...
Rafaela: Mesmo?
Lucas: Claro que não, né, porra! Minha bola de cristal quebrou ontem....
Rafaela: Vá se fuder, Lucas. Não falei com você, porra! É com ele. O que você quer fazer, Éctor?
Heitor: Estou falando dos meus textos. Minha última coluna na revista. Achei fraca.
Rafaela: Eu gostei.
Lucas: Eu não li.
Heitor: Eu queria escrever algo que chocasse as pessoas que o lessem.
Lucas: Mas você choca. Seus textos mexem com a cabeça dos leitores. Coloca uma pulga neles.
Heitor: Mas isso não choca mais ninguém. Coloca uma pulga. Mas e daí?
Rafaela: Tá, então defina "chocar".
Heitor: Não sei. Queria escrever algo que soasse transgressor e louco, porém inteligente e poético.
Lucas: Ah, você queria ser Deus?
Rafaela: Caralho, Éctor, você ficou louco, foi?
Heitor: Deus? Talvez, um pouco. Não Deus no sentido de mexer com a vida, criar, essa merda toda que não existe. Mas queria ser foda.
Lucas: Quer SER foda?
Heitor: Un-hum...
Lucas: Bom, se quiser TER foda, fale comigo que arrumo boas pra você.
Rafaela: Não. Peraí. Seu texto instiga sim. O que o Lucas disse é verdade. Toda vez que leio uma nova crônica sua, chego em casa pensando que o André e a Débora não merecem tanto minha confiança.
Heitor: Tá, mas falta vida.
Lucas: Falta sexo.
Rafaela: É. Em termos de sexo seus textos são um porre de careta. Papai-mamãe.
Lucas: E pensar que você passou a adolescência lendo Henry Miller...
Rafaela: Você lia Henry Miller? Como pode! Então falta mesmo muito sexo no seu texto.
Lucas: Falei.
Heitor: Opa, você está com um livro meu, dele, né viado?
Rafaela: Peraí, com quantos anos o Henry publicou o primeiro livro?
Lucas: Sei lá. Velho. Quase cinquenta
Rafaela: Então ainda há salvação.
Heitor: Ah, mas o cara era um gênio, né?
Lucas: Eu também sou e não pretendo escrever livro nenhum.
Heitor: É. Eu sei.
Rafaela: Você anda meio deprê.
Heitor: Tenho achado meus textos um porre. Todos eles. Chatos, cansativos...
Lucas: Mas você é chato. Você é cansativo.
Heitor: E vocês não? Olha essa conversa. Que porre!
Rafaela: É. Nossa vida anda muito regrada.
Lucas: Ah, desde que o Dézinho nasceu, eu acalmei.
Rafaela: Acalmou? Acalmou? Quando, Luc, que eu Não vi.
Heitor: Acho que vou começar a tocar o puteiro.
Lucas: Acalmei sim, porra, Rafa. Como assim "tocar o puteiro":
Heitor: Você vai ver.
Rafaela: Não. Não. Fale pra gente.
Heitor: Que meus textos sofrerão algumas drásticas mudanças.
Lucas: Por exemplo?
Heitor: Nem eu sei, porra. Mas acho que só assim vai dar em algo.
Lucas: Vai dar em algo, sim. Vai dar em merda.
Rafaela: O quê? Tá se vendendo? Um ex-punk anarquista se vendendo? Que decepção...
Heitor: Não estou me vendendo.
Rafaela: Ah, não? Adaptar seu texto, seu estilo de escrever, só para agradar, é o quê?
Lucas: Viadagem...
Heitor: Não, é seguir a tendência do mercado, é melhorar meu estilo.
Rafaela: É, tenho que concordar com o Lucas, então. Viadagem.
Heitor: Ah, vão se fuder! Vocês não entendem!
Lucas: E só você não quer ver.
Rafaela: É mesmo. Desencana de ser escritor e escreva só por lazer. Se der, deu, ótimo. Se não, aza dos outros que não vão ler seus textos.
Heitor: Será?
Rafaela: Vai por mim.
Lucas: Cuidado. Eu fui na dela uma vez e me fudi.
Rafaela: Ah, vai tomar no cú seu viado! Quando que você foi na minha e se fudeu?
Lucas: Aquele boquete que você me pagou no Bristol, no meio da tarde, só porque o cinema estava vazio. Lembra?
Rafaela: Ah, Luc, quantos anos a gente tinha? Você mal tinha uma ereção, lembra? E aquilo foi um acidente.
Heitor: É. E se eu nunca publicar algo, será um acidente também, certo?
Lucas: Mal tinha ereção, o caralho!
Rafaela: Olha, quer saber, vão os dois a merda. E você, Éctor, faça o que quizer com seus textos. Tchau.
Heitor: Peraí, Rafa. Não vai, não. Vou pegar uma carona com você.
Rafaela: Corre.
Lucas: Falou.
Heitor: Valeu.

segunda-feira, dezembro 19

Tapas

O Juca, corinthiano roxo, aqui, dá um tapa nos demais corinthianos que insistem na primata idéia de não querer enchergar o óbvio.
E o Torero, santista e escritor que admiro muito, faz o mesmo
aqui, mas nos santistas.
Aliás, juntos, estapeiam não só corinthianos e santistas, mas qualquer torcedor de qualquer time que ainda não chegou à idade da razão.

Você é uma pessoa de sorte?

Você é brasileiro? Então você é uma pessoa de sorte. Apesar de tudo e todos quererem sempre dizer que você, por ser brasileiro, deva se preocupar tanto com tantas mazelas, ainda assim, saiba, como brasileiro, você é uma pessoa de sorte.
Aliás, como brasileiro, onde você nasceu? Qual cidade? Qual estado?
E onde você mora? Em qual cidade? Em qual estado?
Sem preconceito, e sem desmerecer nenhum outro estado brasileiro, se você respondeu a qualquer uma das perguntas acima com um "São Paulo", então você tem ainda mais sorte que os demais brasileiros. Sim, e repito que não há preconceito com os demais estados. Você entenderá o que quero dizer.

Você tem idéia de quantas cidades existem no mundo? Imagina quantos estados o mundo tem?
Muitas e muitos, né? Milhares. Sim, milhares. Mas você, sortudo que só, além de brasileiro, nasceu ou mora em São Paulo.
Veja bem, hoje, se você nasceu em São Paulo ou mora em São Paulo, você tem a sorte de ser de uma das 5 (cinco) poucas cidades, um dos 5 (cinco) poucos estados do mundo que são realmente privilegiados. Porque entre tantas cidades/ estados do mundo, entre milhares de cidades/ estados do mundo, você é um dos poucos que têm a sorte de morar em um lugar que tenha algum TRICAMPEÃO MUNDIAL. Para poucos. Para muito poucos.

Parabéns a você, por ser brasileiro, um dos poucos países que contam com um clube de futebol TRICAMPEÃO MUNDIAL
Parabéns a você, por ter nascido ou por morar em São Paulo, um dos poucos estados e cidades do mundo que tem um clube TRICAMPEÃO MUNDIAL.


Agora, se você é São Paulino, então você não tem sorte. Você tem méritos. Afinal é inteligente o suficiente para saber amar o maior e melhor clube do mundo. Ser São Paulino é para poucos, apenas para os mais inteligentes.
A você, São Paulino, parabéns.

Ontem, deu a lógica: o São Paulo foi campeão e (mais) um corinthiano foi preso (dessa vez por invadir o gramado e se agarrar à rede de um lugar que, ele sabe, seu time nunca conseguirá chegar senão for na base de invasão).

sexta-feira, dezembro 16

Algum milagre?

Tá bom, tá bom. Nem aconteceu ainda o tal milagre da ciência e eis eu aqui.
Mas é que algo aconteceu e eu perdi. Ou melhor, está acontecendo e eu estava perdendo.

Vocês lêem jornal, certo? Suponho que sim.
Lêem
JB? Suponho que não.
Bom, devem ler, pois é, na minha opinião humilde, ao lado da
Folha, um dos dois jornais dessas duas megalópolis brasileira que consegue colocar um pouco da cabeça pra fora dessa piscina de lama que assola o jornalismo brasileiro (ou sou eu que sou muito crítico?).

É de lá do
JB que saem as materias escritas por Nelson Gobbi e João Bernanrdo Caldeira.
E é da versão eletrônica do
JB que saiu alguns ótimos blogs. O dos dois supracitados inclusive.
A iniciativa é recente. O
Blog deles começou em 21/11, e é visto com bons olhos.
São dois bons repórteres e dois bons jornalistas (sim, são coisas distintas, com certeza) que escrevem um blog sobre música.

Se você gosta de música,
conheça.

Esperem um pouco

Esse post é uma exceção. Até Domingo, todas as atenções estarão voltadas exclusivamente ao evento mais importante da década e não haverá novidades por aqui, salvo ocorra algum grande milagre da ciência.


Depois de Domingo, ninguém sabe ainda se eu estarei vivo para voltar a publicar algo.
Mas, caso eu viva, não deverei demorar para voltar a publicar.

segunda-feira, dezembro 12

Chatice

Chato não é discutir política, futebol ou religião. Discutir política, futebol e região é gostoso, se você é uma pessoa sadia mentalmente, sensata, racional (ao menos o suficiente para não deixar a paixão influenciar na sua colocação) e apreciadora de um bom papo, sabendo que um bom papo só ocorre quando há duas opiniões divergentes.
Ler em um blog ou em em sua caixa de entrada algo sobre política, futebol ou religião não é chato tão pouco. Aliás, ler qualquer coisa sobre esses assuntos será sempre bom e importante para fermentar suas opiniões sobre esses temas, conhecer as demais opiniões e repensar sobre tudo, analisando os pontos fracos de seu argumento e os pontos forte do argumento adversário para, quem sabe, criar uma terceira opinião, evoluir, crescer.
Então o que afinal, sobre esses temas, é são chato?
Chato é não se interessar por política, acima de tudo. É não estudar e analisar política, e ainda assim votar em um candidato que você acredita ser o certo só porque você acredita, baseado em nada, porque você não discute, não lê, não fala, se cala.
Chato é a atual situação política do Brasil porque a maioria da população acha política uma coisa chata e não lê, não conversa, não se expõe, e acaba elegendo sempre os mesmo bobalhões porque são eles que aparecem mais na mídia, então, mesmo sem ler, conhece-se alguns nomes e vota-se neles, afinal é tudo que se sabe sobre.
Chato é saber que ainda tem muito tucano no Brasil, mesmo depois de oito anos de governo aliado ao PFL de ACM (aliás, chato é o ACM, seu passado e saber que ele ainda tem eleitores Brasil afora).
Chato é saber que aliança que está sendo reconstruída entre o PSDB e o PFL, graças Serra e ACM Neto, provavelmente, definirá o futuro presidente do Brasil.
Chato é viver numa país onde PSDB e PFL ainda tem votos.
Chato é ler tudo que se lê sobre o catolicismo e saber que o Brasil ainda é um país católico (lê-se retrógrado)
Chato é esse sentimento estranho, misto de ansiedade, angústia, alegria, euforia, tensão, paixão, medo e nervosismo que começou ontem, ficará muito intenso na quarta-feira pela manhã e, se tudo correr bem, atingirá seu ápice no Domingo, só porque eu torço pelo melhor time do Brasil.
Chato é saber que o São Paulo é o melhor time do Brasil.

domingo, dezembro 11

Al-Ittihad

É isso.
Quarta a gente se vê (se meu coração não parar antes, tamanha tensão).

Rapidinhas...

Eisenbahn

Sem querer, descobri que um dos “Gigamercados” aqui pertinho de casa está vendendo a caseira, tão falada e dificílima de achar cerveja Catarinense “Eisenbahn”.
Pilsen, escura, de trigo... Opções não faltam. Todas em Long Neck.
E por um preço bem menor que as importadas, porém um pouco mais cara que as cervejas mais comuns, pude comprar 3 garrafinhas para poder experimentar e degustar, finalmente, uma Eisenbahn.
Resultado final: excelente! Uma cerveja de sabor marcante, porém suave, que deixa um gosto final bem peculiar e interessante.
Cerveja para se apreciar, não para se embebedar.

Fondue Express
Estava eu ontem em um dos muitos shoppings que tomam conta da Barra da Tijuca, quando bateu uma ligeira e suave fome. Fominha, daquelas que pedem um simples petisco, um sorvete ou um doce.
Foi então que resolvi experimentar a tal fondue express (as tais fruta com chocolate vendidos nos tais quiosques de shoppings), após anos e anos de sua existência.
Como era de se esperar, o chocolate passa longe de estar entre os ditos de qualidade, mas também não chega a ser de todo mal, o que me surpreendeu. Mas passou bem no teste.
Passou não só porque o chocolate realmente é cremoso e endurece ligeiramente enquanto esfria tal qual na fondue, mas porque as frutas são muito boas e chocolate com frutas, venhamos e convenhamos, é sempre bom.
Mas é claro que para chamar aquilo de fondue falta muito. Falta não só o réchaud, mas o clima intimista, o charme e o bom vinho, coisas essenciais para uma verdadeira fondue.

Virtual Summer Spring Break

Logo após as frutas com chocolate, passei numa dessas bancas de jornal que vende de tudo e mais parece uma mini loja. Lá achei uma revista que trazia o Cd-rom do jogo “Virtual Summer Spring Break”. Comprei, afinal sabia que ee era estilo “Rollercoaster Tycoon”, um jogo que, apesar de bobo, gosto muito.
Pois para um clima chuvoso como o desse final de semana carioca, eis um joguinho que vale a pena. Tem uma certa dificuldade, um certo desafio, que faz valer a pena, apesar de seus gráficos terem seus pontos falhos. Afinal está acompanho de uma boa Eisenbahn...

sexta-feira, dezembro 9

Projeto fotográfico ainda sem nome

Fábio Logo, meu cunhado e um grande fotógrafo já várias vezes citado aqui, recentemente vem se dedicando a um projeto curioso, diferente e muito interessante.
Leia o release do projeto.

Pense em sua vida. Tudo. Algumas pessoas podem achar que não há muito a se pensar, mas tem.
Olhe bem lá no fundo da sua existência. Sua infância, sua juventude, suas experiências - pense na sua vida - experiências amorosas, conflitos... Tudo. Pense em tudo!
Pensou?
Pense mais um pouco.

Agora vamos ao que interessa, e onde eu acho que a coisa começa a ficar interessante.
Depois de ter refletido um pouco sobre sua vida, vamos tentar codificar sua vida no desktop (área de trabalho, para leigos) do seu computador. Tente imaginar como seria esse desktop, o desktop da sua vida.
A vida é como um desktop. Cada um tem o seu. Algumas coincidências podem acontecer no meio do caminho, mas cada um tem o seu, individual, pessoal,
intransferível.

Pensou?

Aqui é onde tudo realmente começa. Eu vou pedir a você que altere cada um dos ícones existente na maioria dos PCs que eu conheço. Altere os ícones por idéias que representem a sua vida. Pense na utilização do ícone (utilização real) e altere por uma outra que se aplicaria à reflexão da sua vida, feita no início desse texto.
Por exemplo: a minha pasta “Meus documentos” eu alteraria para uma pasta onde
colocaria “Meus sonhos”.
Entendeu a idéia? Mas vc não precisa se prender a funcionalidade do ícone, caso não queira seguir por este caminho, mas o ícone criado agora deve ser coerente sim com a sua vida.

Mais alguns exemplos:

Meu computador: Minhas memórias
Internet Explorer: Interpast Explorer (Navegando pelo passado, com banda larga)

Vc deve pensar nos itens a seguir (e se quiser, pode sugerir outros também,
informando qual o ícone original) e enviar as respostas para mim, no e-mail
fabio.silva.fs@votocel.com.br.

Iniciar?
Meu
computador?
Meus documentos?
Ambiente de rede?
Internet Explorer?
Pacote do Office (Word, Excel, Power Point)?
01 Game (qualquer game)?
Windows Media Player (ou outro tocador de mídia qualquer)?
Photoshop (ou outro editor de imagens)?
Lixeira (preste bastante atenção no que vc vai colocar na lixeira)?

Lembrem-se de me encaminhar as respostas:
fabio.silva.fs@votocel.com.br



Bom, a idéia dele, ao final, é transformar, de alguma forma que só ele sabe como, todas as respostas em fotografia.
Parece interessante? Então divulgue a todos e mande suas respostas pra ele.

quinta-feira, dezembro 8

PSDB nunca mais!

Eu estava quieto. Muito trabalho, pouco tempo, novas e outras diversões...
Mas tem coisas que vão além.

Você realmente pretende desperdiçar seu voto com o PSDB?
Reveja seus conceitos, por favor. Por que, passa dia, passa dia, passa dia, e o PSDB se mostra um partido craque em achar soluções das mais absurdas e ridículas para os problemas sociais.
Depois do Serra, na capital paulista, resolver o problema dos moradores de rua construindo rampas sob as pontes, ao invés de fazer um projeto que os tirassem da rua, que os dessem dignidade, vem o sr. Roberto Pereira da Silva, também do PSDB, prefeito da cidade de Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo, querendo
punir os que morrerem na cidade, pois a cidade não tem mais espaço para enterrar seus moradores.
É o cúmulo do ridículo!
Como podem sujeitos com idéias descabidas como essas se considerarem políticos? Como podem ser escolhidos por seu partido para concorrer a um cargo público elegível?

Eu devo ser muito burro, mesmo...

segunda-feira, dezembro 5

You're finally here and I'm a mess

Uma imagem que me marcou muito no show de ontem foi um senhor de aproximadamente 50 anos decabelos brancos e bigode branco, com seus dois filhos adolescentes. Logo que o show começou, ele disse a mim:
- Isso é Led Zeppelin puro!
Achei que ele estava ali, meio entediado até, apenas para acompanhar os filhos que deveriam ser grandes fãs da banda.
Tive a sensação, errônea, que essa frase dele vinha carregada de crítica.
Logo depois, o movimento e o empurra-empurra mandaram cada um para um lugar e o perdi de vista.

Mas foi ao final do show, antes do primeiro bis, quando o reencontrei logo atrás de mim, que percebi que ele estava muito mais emocionado com o show que seus filhos. Ali eu percebi que, na verdade, os filhos foram acompanhar o pai a um show de uma banda que o pai gosta muito.

O auge para ele foi Alive, tocava exatamente após ele gritar a plenos pulmões que se eles não tocassem Alive ele morreria, e Black.
Honestamente é uma cena muito bonita de ver: o pai levando os filhos a um show como que lhes passando o bastão:
- Toma, filho, isso é rock de verdade. Eis meu legado a você. Pode pegar, ouvir, pular, gritar, beber, amar, chorar com ele. Isso é rock. Tô entregando pra você.

É isso

Então é isso?
A banda surge do nada, há 14 anos, como a primeira banda das que eu gostava muito cujo disco foi comprado não por mim, mas pela minha irmã, pois ela finalmente gostava muito de uma mesma banda que eu, para invadir meu aparelho de som e meu walkman por todos esses anos, fazendo parte da trilha sonora de mais da metade da minha vida, para me emocionar a cada música sua que ouço, pois sempre me remete a um momento marcante e, ao vir pra cá, para o Brasil, só agora, 14 anos depois, fazer um show perfeito, memorável, histórico, impensável e fazendo eu me sentir adolescente novamente?
É isso, mesmo?

Será que alguém conseguiria explicar o que esse show significou?
É possível colocar em palavras a avalanche de sentimentos e sensações que esse show causou em mim?
Alguém seria capaz de compreender o que é estar ali, vendo ao vivo a banda que é o meu Beatles, meu Elvis?

Haverá, no mundo, algum show que me faça esquecer o que vi ontem?
Aliás, é possível um show ser tão bom que ao invés de me trazer respostas, apenas me deixar com tantas perguntas?

Ontem, no Rio, e antes, em São Paulo, em Curitiba e em Porto Alegre, foi possível assistir a um verdadeiro show de rock.
O Pearl Jam escreveu um novo capítulo na história do rock por aqui e eu estava lá. A Apotesose nunca mais será a mesma. O resto é resto, foda-se!

As músicas de ontem:

1. Last Exit (Vitology),
2. Do The Evolution (Yield),
3. Save You (Riot Act),
4. Animal (Versus),
5. Insignificance (Bianural),
6. Interstellar Overdrive/ Corduroy (Pink Floyd/ Vitology),
7. Dissident (Versus),
8. Even Flow (Ten),
9. Leatherman (b-side '98 - single da música Given To Fly),
10. Given To Fly (Yield),
11. Daughter (Versus),
12. Don't Gimme No Lip (Lost Dogs),
13. Not For You (Vitology),
14. Ederly Woman Behind The Counter in a Small Town (Versus),
15. Down (b-side '02 - single da música I Am Mine),
16. Once (Ten),
17. Go (Versus).


18. Soon Forget (Bianural),
19. Better Man (Vitology),
20. I Believe in Miracles (Ramones),
21. Blood (Versus),
22. Kick Out The Jams (MC5),
23. Alive (Ten).


24. Last Kiss (No Boundaries (Sem Fronteiras)),
25. Black (Ten),
26. Jeremy (Ten),
27. Yellow Ledbetter (b-side '92 - single da música Alive).

28. Baba O'Riley (The Who).

quarta-feira, novembro 30

E, no bar...

- Graças a Deus a administração do PT está ruim.
- Por quê? Torces contra o Brasil?
- Não. Apenas contra o PT.
- Mas tu és burro ou o quê?
- Não sou burro. Mas PSDBista.
- Pois eu, quando petísta, não torcia contra FHC. Torci para que ele acertasse sempre, para o Brasil melhorar.
- Então você é um PSDBista enrustido!
- Não. Sou brasileiro. E se o Bush assumir nossa presidência, torcerei muito para que ele seja iluminado o suficiente, que aconteça um milagre, e que acerte em sua gestão, para que o Brasil cresça.
- Ah, mas se ele for bem, será reeleito. Imagine só ter o Bush como presidente reeleito?
- É. Infelizmente és burro.
- Opa! Peraí! Por que você está me xingando?
- Porque, porra, se o passado do sujeito eleito é infeliz, pouco me importará, afinal ele já estará eleito, mesmo. O importante é que no presente ele seja um grande presidente, alavancando o Brasil. E podes acreditar que se o FHC tivesse ido bem, eu votaria novamente no PSDB.
- Mas o PSDB foi bem.
-
Tens certeza?
- Bem..., melhor que o PT sim!
-
Tens certeza?
- Mas olha o Serra em São Paulo!
- Pois é. "
Olheis o Serra"...
- Olha, já vi que vai votar no PT ano que vem, acertei?
- Errastes feio. Não votarei nem no PT, nem no PSDB, nem no PFL, pois todos mostraram ser péssimos administradores públicos.
- Votará em quem, então?
- Temos outros tantos partidos, outros tantos políticos e eu tenho ainda um ano para pensar, com calma, e sem pressa.
- Pois boa sorte.
- A todos nós, pois estamos precisando. E muito!

Final de Semana Esportivo

Não sei se pra você também foi, mas pra mim foi muito curioso o final de semana esportivo, no que diz respeito, exclusivamente, ao fator Globo.
Se você não reparou, então repare agora como a Globo tentou usar seu "poder" a favor de si própria e de seus beneficiados e de como o tiro saiu pela culatra.

Sábado.
Última rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série B, ou, como preferimos, Segundona. Rodada emocionante, pois todos os quatro times do quadrangular final ainda tinha chances de subir à série A, sendo que 3 desses lutavam pelo título.
O campeonato inteiro foi renegado pela Globo, que cedeu seu direito de transmissão à RedeTV, que soube explorar o torneio muito bem, conseguindo uma boa audiência e alavancando o torneio.
Porém, devido ao prestígio que a Segundona tinha adquirido (repito, graças as transmissões da RedeTV, por onde eu assiti o jogo) e ao espetáculo emocionante que a tarde prometia para os amantes do futebol, a Globo resolveu usar seu direito de transmissão.
Com isso, o horário dos jogos foram alterados do original horário das 18h para o tradicional horário das 16h, para que o futebol se "encaixe" na grade de programação da Globo.
A Globo assim usou seu poder. Azar dos demais interesses.
Bom, o negócio já começou mal, porque o Grêmio atrasou sua entrada em campo e o jogo só foi começar as 16h20. Ou seja, as novelas, os jornais, tudo seria adiado em alguns minutos.
O jogo, ou melhor, os jogos foram mesmo emocionantes, bem jogados, agradáveis de se ver.
Porém, aos 30 e alguns minutos do segundo tempo aconteceu o que todos já sabem. Com toda aquela confusão e toda aquela briga, o segundo tempo teve mais de 60 minutos, acabando por volta das 18h40, horário em que a Globo já deveria estar transmitindo os telejornais locais.
Resultado disso, para a Globo, é que sua arbitrariedade lhe custou alteração completa em sua programação noturna daquele dia.

Domingo
Quem acompanha a Stock Car há algum tempo sabe, e sabe bem, que a Stock Light sempre foi a prova de abertura da categoria principal, a Stock Car.
Porém, desde que Cacá Bueno entrou nessa brincadeira, o "paitrocínio" foi além do apoio financeiro. Galvão usou a máquina Global a favor de seu filho, para divulgá-lo, para tentar alçá-lo a um plano de grande piloto. O primeiro passo foi o surpreendente e repentino interesse da Globo em transmitir a categoria, que antes era restrita à canais fechados. Até aí, sem problemas, pois era uma relação de interesses mútuos: enquanto a Globo tentava projetar Cacá, a Stock recebia uma bela injeção de dinheiro e maior visibilidade, o que trouxe ainda mais dinheiro.
Então, veio o famoso "encaixe na grade de programação Global". As provas de Stock costumavam começar as 13hs, aproximadamente. O horário matinal era da Stock Light. Mas essa situação foi invertida pela Globo, afinal a Stock tinha que encaixar no Esporte Espetacular. E foda-se se a partir de então a Stock Light acabou tendo menos atenção do que tinha antes, pois ficou renegada, jogada de canto. A Stock Light perdeu público e dinheiro.
Pois a Globo e Galvão entraram em estado de gozos múltiplos quando, faltando três corridas, Cacá tinha uma vantagem tal na classificação que bastaria chegar em 8º para ser campeão.
E corrida após corrida, o mundo de Galvão, Globo e Cacá foram ruindo. Cacá não conseguia mais pontuar. Sentiu a pressão externa e errava erros infantis, tinha medo de ser arrojado, de bater.
O final, todos viram Domingo, ao vivo. Aquilo que era pra ser a grande consagração de Cacá como grande piloto, virou do avesso.
Cacá foi apresentado com o grande fracasso do automobilismo nacional. O herói, o grande herói, é Losacco. Agora, o campeão mais novo que a Stock já teve virou bi-campeão.

Pronto

Atendendo a um singelo e honesto pedido, que eu recebo como ordem, a lista de CDs da semana está devidamente atualizada.
A partir de agora, a atualização ocorrerá sempre as quartas-feiras.

Dani, desculpe a demora, mas os CDs não foram atualizados pois eram os CDs da semana Claro Q É Rock.

terça-feira, novembro 29

Claro que eu fui

Afinal, NIN e Nação Zumbi.
Além de Iggy pop & Stooges e Sonic Youth.

E não fui só.
Se você quer saber como foi, veja
aqui.

sexta-feira, novembro 25

Bete e Laura

- Eu acho que vou terminar meu namoro. - diz Bete para Laura, no meio da conversa.
- Nossa! Por quê?! Você e o Fernando parecem se dar tão bem.
- Olha, realmente nos damos. Mas eu não suporto chifre. Homem canalha comigo não tem vez! - ela respondeu com irritação!
- Mas Bete, o Fernando te traiu?
- Aposto que sim.
- Esses homens... Não sei por que a gente insiste tanto com eles. Eu também não confio no Alberto.
- Mas o Alberto não fica olhando para a bunda de tudo quanto é mulher, o tempo todo, fica?
- Sinceramente, amiga, não me iludo. Não boto minha mão no fogo, mas não tenho como provar que ele faz.
- Pois o Fernando faz isso na minha frente. Na minha frente! É muita falta de respeito! Ele fica acompanhado a mulher com os olhos até que ela suma de vista. Eu não agüento mais. Malho três horas por dia, faço Ioga, regime o tempo todo, todo mundo diz que eu sou gostosa e o Fernando só olha as outras!
- Não acredito! O Fernando faz isso mesmo?
- Nossa, você não tem idéia de como é!
- Não. Eu imagino. Imagino sim.
- E ele é todo serelepe. Imagine só o que ele faz quando não estou ao seu lado, se quando estou ele fica de olho nas outras!
- Ah, certamente parte pra cima delas, né? Deus me livre do Alberto fazer isso. Não suporto canalhice! Se eu souber que o Alberto está me chifrando, nossa, acho que corto o pau dele fora!
- Ai, nem me fale! Eu tenho um medo tão grande de ser corna! Se eu pegar o Fernando, se o Fernando estiver mesmo me traindo... Por isso que vou terminar, sabe? Não suporto traição. Não suporto!
- Ai, nem gosto de falar nessas coisas que já começo a ficar achando que também estou sendo traída.
- Você? Olha, desculpe, mas acho que não. Você tem sorte. O Alberto é meio mole.
- Mas ele tem aquele corpo todo malhado. E lindo daquele jeito a mulherada cai matando.
- É, ele tem um corpão mesmo.
- Nossa! Falando em corpão, olha só o braço daquele moreno ali na frente!
- Nossa que delícia! Olha só a barriguinha dele!
- Meu Deus! O Alberto me perdoe, mas eu dava pra ele fácil, fácil!
- Boba você, né?
Elas riem.- Você não dava?
- E precisa responder?
Elas riem novamente.
- Aliás, falando nisso, ontem eu cheguei na academia e encontrei o Mauro, aquele que te falei que estava tentando me comer, lembra?
- Lembro.
- Encontrei com ele logo na entrada. Aí ele veio com um papinho que eu estava devendo um suco pra ele, e estava mesmo, por causa daquela aposta que ele não levantava o Uninho com o braço. Disse que eu tinha que pagar, que ele estava com sede e tal.
- E aí?
- Aí eu disse para entrarmos que eu pagava o suco pra ele. Acredita que ele teve a coragem de falar que o suco da academia é ruim? Falou que tinha que ser suco numa lanchonete que tem perto da casa dele.
- Nossa, que fresco!
- É, muito fresco. Mas é gostoso, né? - Atestou Bete para a risada das duas.
- E aí? Foi com ele tomar o tal suco?
- Ah, fui. Não tinha nada demais, né?
- É, não mesmo. E o suco, bom?
- O suco não sei porque não tomei. Mas descobri que o Mauro mete muito, muito bem. E chupa melhor que o Fernando.

quinta-feira, novembro 24

Resposta

Então tá lá. Charada respondida no post de ontem.

Gritos

"It's really good to hear you screaming"
Foi o que eu li na camiseta dela. Estava pintado a mão, vermelho sangue, como que escrito por ela mesma, na parte de baixo da regatinha branca, quase na borda, no cantinho, e não no centro.
Gostei.
Gostei também do cabelo, nem muito curto, nem comprido. Preto petróleo. Bagunçado. Despenteado. Mas arrumado.
Gostei da cara limpa também.
Fiquei encarando. Olhos negros, bem negros. Pele morena.
Bonita.
Ela olhou encarando-medindo. Olhou o livro na minha mão. Duvido que ela tenha conseguido ler o que era. Eu olhei para a frase e olhei de volta pra ela como quem diz "gostei da frase".
Ela olhou pra frase e olhou de volta pra mim. Sorri. Ela meio-sorriu de volta e se virou.
Então, fiz o óbvio. Cheguei bem perto dela, tirei o fone de um de seus ouvidos e gritei o mais alto e raivoso que pude.
Ela arregalou o olhão com o mesmo meio riso na cara linda limpa. O pessoal em volta, senti pelo vento, assustou e olhou curioso, querendo rir.
Quando parei de gritar, perguntei:
- Foi bom pra você.

É por essas coisas assim que dizem que sou meio louco com as mulheres. E sou mesmo.

Ela caiu numa risada gostosa. Então o semáforo abriu e atravessávamos juntos.
- Topa uma cervejinha ali?
É, o calor estava de fuder.
- Como você chama?
- André e você?
- Anna. Com dois ênes.
Ela parou na calçada e me olhou.
- E aí, 'tá com tempo para uma Original ali?
Ela olhou o relógio que marcava três horas passadas do meio dia, trinta e três graus.
- Talvez. Gosta de música?
Ri.
- Responder certo, breja. Respondo errado, adeus breja? Ah, não! Pára, pára, pára! Se você realmente não quisesse, não tinha perguntado isso.
Ela riu. Gostou.
- E então, gosta?
- Do quê?
- Música, porra!
- Muito. Por quê, caralho?
- Qual o último show que você viu?
- Esquece, porque você não deve conhecer.
- Medo?
- Pelvs.
Ela sorriu seu primeiro sorriso inteiro para mim (gargalhada e riso são diferentes de um sorriso).
- Esse fone toca o quê?
- Jesus and Mary Chain
Puxei-a pelo braço colando minha língua na dela.
- Original ou Bohemia?

O relógio marcava nove garrafas e muitos livros em comum. Saímos do bar.
- Moro ali em cima.
- Onde?
- 'Tá vendo aquele prédio? Ali.
- Papai-mamãe?
- As vezes sim. Mas prefiro você por cima.
Ri meu riso bêbado-frouxo. E tomei um tapa no braço.
- Mora com seus pais?
- Sozinho. Na geladeira, além de cerveja muita, tem uma meia "portuga" de ontem. E você ainda poderá ler meu novo livro.
- Mas nem tente me comer!
- Só se você gritar. Quem sabe eu também adore?
- Não grito para qualquer um.

Ela adorou minha sala com quadros de alguns vinis, como Secos e Molhados, George Harison e Fitzgerald. Chutou as long necks vazias ao lado do sofá. Sentou no puf em frente a tevê. E tirou a regatinha reclamando do calor.

Quando gritou, não gritou, simplesmente. Foi um grito gemido, meio contido, delicioso de se ouvir. Gritou. Eu nunca fora qualquer um.

quarta-feira, novembro 23

Charada

Indique a notícia em que você acredita (uma delas é verdadeira):

a - Revista Veja promete fim do "denuncismo"
b - Warner Music promete abandonar prática do "jabá"
c - José Dirceu assume que cassação é merecida
d - Time do Corinthians pede anulação do jogo polemico
e - Eurico Miranda anuncia aposentadoria

Resposta amanhã aqui.

terça-feira, novembro 22

Latinidade

Na escola eu aprendi que temos sangue latino.
Temos sangue latino pois fomos colonizados por um país cuja língua e história descentem do latim.
Também aprendi, quando criança, que além do Brasil e de Portugal, França, Espanha e Itália, na Europa, além de seus colonizados cá nas Américas, também são países latinos.
O Houaiss, nosso amigo, nos diz que latino é alguém "relativo ou pertencente a povo de qualquer das línguas neolatinas".

Mas, voltando ao banco da escola, eu aprendi ainda que o Lácio, região que originou o Latim, está localizada na região onde hoje é a Itália; sendo a Itália, portanto, o mais latino dos países, por assim dizer.

Tudo isso aprendi e sei de cor (olha aí uma expressão tipicamente latina!).

Mas a(s) pessoa(s) que cuida(m) da agência Efe, de notícias, não.
O pessoal de lá ainda está na 8ª séria do 1º grau. Ainda não aprendeu isso.
E é só crendo nisso que eu entendo que a manchete "Revista Elle comemora 60 anos e elege 60 "ícones" femininos. Nenhum deles é latino" venha seguida de uma foto da lindíssima Monica Belluci com a legenda: A atriz italiana Monica Belluci aparece na capa de aniversário de 60 anos da Elle, este mês"
"Então peraí! A Monica Belluci, italiana (logo, latina), está na capa da revista desse mês, que fala sobre os ícones, mas ela não é indicada como ícone?"
Pois fui eu ler a reportagem.

Realmente parece que Monica Belluci não está na lista (a reportagem não apresenta a lista competa). Mas olha só quem, entra outras tantas, estão entre os ícones femininos "não-latinos":
Brigitte Bardot (italiana)
Françoise Giroud (francesa)
Isabelle Huppert (francesa)
Coco Chanel (francesa)
Audrey Tautou (francesa)

Falar o quê?

Filosofia prória de boteco: Confiança

Você só conhece mesmo alguém quando sai para beber com ele em um boteco.
Se a pessoa bebe, pode confiar; pode passar a considera-la como amiga.
Se não bebe, cuidado! Ela não é digna de confiança. Não perca tempo ao lado desse tipo de pessoa.
Mas muita atenção aqui, porque beber dois copinhos de cerveja não pode ser considerado “beber”. Quem bebe entende o que quero dizer.

Uma pessoa contida, comedida, que vive com medo de revelar seu verdadeiro “eu”, que tem medo de si mesma, venhamos e convenhamos, não deve ser digna de confiança. Perceba que se a pessoa tem medo de si mesma, nós, que não temos a oportunidade de conhecer bem tal pessoa, então, devemos ter ainda mais medo.
Esse tipo de pessoa NÃO BEBE.
Não bebe porque, como qualquer um sabe, não há contenção que o álcool não derrote.

Já em uma pessoa que bebe, que vai pro bar encher a cara com você, que fica boba, solta, ri à toa ou chora à toa, não tenha medo, pode confiar.
Tudo bem que depois de bêbada a pessoa pode ficar chata, insuportável, desagradável, exagerada e o escambau. Mas o simples fato de ela não ter tido medo de se apresentar sem máscara, já é digna de confiança.

EXCEÇÃO
Claro, como todos sabem, sempre há exceção.

Não adianta nada a pessoa beber se mesmo sem beber ela é excessivamente chata, cheia de si, extremamente arrogante, mala em excesso, enfim, completamente insuportável. Nessas pessoas, não confie, claro. Afinal, se mesmo sem beber você já consegue ficar perto de tal pessoa, perder tempo levando pro bar pra quê?

Agora, se a pessoa não tem rédeas, é franca, clara, transparente, as vezes até em excesso, divertida, mas não bebe, relaxe. Pode confiar. Se uma pessoa transparente não bebe é porque não gosta mesmo do álcool (ou seja, é louca, e nisso ganha um ponto), e não porque tem medo do resultado que o álcool pode causar.

sábado, novembro 19

Computador inteligente

Hoje ele, o computador, me surpreendeu. Ao tentar o acesso a uma página do nosso Congresso, o computador me retornou o seguinte:



Genial! Até o computador já está escaldado!
Eu, precavido, não acessei...

sexta-feira, novembro 18

Radiohead!





Desenho do designer Daniel Motta, no livro Poptgramas, da editora
Altamira.

Senado

Graças a falta de quórum no Senado para a votação da MP que criaria a Super-Receita, foi descoberto um ponto importantíssimo para nosso país.
Confira:
- O senador Renan Calheiros alega que o Senado, antes das votações, tem muito pouco tempo para analisar as propostas.
- Já para Arthur Virgílio, a falta de quórum foi uma forma dos Senadores protestarem contra a falta de tempo, já que a MP tinha "pontos obscuros" que precisam ser melhor analisadas pelos Senadores.
- Por fim, para Aloizio Mercadante, alega que com tão pouco tempo para analisar as propostas recebidas gera uma trabalho de baixa qualidade no Senado.

Ora, pessoal, como podemos ver, o assunto vai muito além da MP citada. Independente do assunto, com um Senado repleto de grandes políticos, como o nosso, temos que lutar por mais tempo para a análise das propostas, pois assim, CERTAMENTE, todas as votações serão feitas com qualidade, pensando no bem do país apenas, e não mais pensando se tal votação trará benefícios ou não para o Senador votante.

E Brasília continua sendo o maior patrimônio humorístico do pais...

Gardenal fora do ar

Qualquer Jornalista de merda, como eu, sabe que Pensar enlouquece, acho.
Mas o que eu não sabia era o incômodo que causa ver que o Gardenal está completamente fora do ar, bem como todos os site lá locados.
Incomoda porque o projeto do Gardenal é excelente, a ponto de quase que a totalidade de tiros dados no escuro, dentro do Gardenal, trazer sempre um belo site/ blog.
E incomoda porque os ótimos Pensar Enlouquece e Jornalista de Merda são dois entre os que estão locados no Gardenal.

Intrigado com o fato, já que tá tudo fora do ar desde Domingo, dia 13/11, fui atrás do Inagaki (autor de, entre outras coisas, o ótimo Pensar Enloquece), para ver se eu conseguia alguma luz, do tipo "até quando ficaremos sem os excelentes textos que ali vemos".

Então o Inagaki explicou:
"Deu tilt no servidor do Gardenal nos Estados Unidos, e até agora não há uma previsão precisa para que eles consertem o que foi denominado como "hardware failure". Como conseqüência, todos os sites gardenálicos estão fora do ar desde domingo."

Uma pena.

Então, ficamos aqui, torcendo para que a falha seja logo regularizada e torcendo também para que tal problema do hardware não apague os arquivos dos sites locados no Gardenal.

Valeu, Inagaki!

quinta-feira, novembro 17

Beto e Julia. E Beto

Foi o Beto quem nos apresentou. Ele vinha falando dela já fazia um tempo, da tal amiga dele do trabalho, gata, inteligente, divertida, parecida comigo, etc. E sempre falou sobre o quanto eu precisava conhecê-la, que íamos nos dar bem, que ela era a mulher perfeita para mim, etc.
A única preocupação do Beto era quanto a integridade dela.
- Carlão, ela é minha amiga. Adoro ela. Vou apresentá-los, mas não tô falando que é para você comer e cair fora. Por favor, não maltrate ela.
Então o convenci que não a faria mal, afinal ele já me conhecia há tanto tempo, desde do colégio, sabe que não sou filha da puta com mulheres, e tudo mais.
Alguns dias depois eu a conheci, num churrasco da empresa do Beto. Julia. Gata, linda, corpão, deliciosa. Puxei Beto de canto:
- Caralho! Não pensei que ela fosse tudo isso!
A gente se deu bem. E, ajudados pela cerveja gelada, o papo rolou fácil, solto, gostoso. Divertidíssima, Julia.
Final do churrasco, fomos embora, todos os três no mesmo carro: eu, Julia e Beto. No caminho, o Beto foi o primeiro a descer. Então levei Julia até a casa dela. Mas, acreditem ou não, não ficamos. Ficamos sim foi conversando ainda por um tempo, trocamos telefones, mas não ficamos.
Dia seguinte, segunda, não falei com o Beto. Mas a noite, liguei pra ela. Quase uma hora no telefone que eu, juro, nem senti passar. Marcamos de sair na quinta, num lugar qualquer para dançar. Ela escolheria. E como ela gostava de rock, relaxei, pois sabia que eu iria me divertir. E até que a quinta-feira chegasse, falei com ela todos os dias. Duas vezes por dia. Mais de duas horas no telefone, por dia.
Na quinta, quando cheguei na casa dela e ela entrou no carro, foi a coisa mais natural do mundo que nos cumprimentássemos com um longo, quente, úmido e tesudo beijo.
Depois de um tempo de rolo, onde a gente se via quase todos os dias (a casa dela ficava no meio do caminho entre minha casa e meu trabalho), engatamos um namoro. E Beto compartilhou cada momento do nosso namoro com muito entusiasmo, feliz por ter acertado em relação a nós, virou um padrinho natural do casal, mesmo porque era meu melhor amigo e o melhor amigo da Julia também.
Depois de três anos de namoro, aluguei um apartamento e a Julia se mudou para lá comigo.
Seis meses se passaram desde que estávamos morando juntos, quando o Beto começou a se afastar da gente. Estava namorando, mas não era pela namorada que ele se afastava, pois o namoro deles já durava dois anos e ela era nossa amiga também. Um dia eu liguei para o Beto, que havia sumido há um tempo:
- Beto, porra, cadê você? Por que sumiu?
Ele propôs uma cerveja. Jurou que explicaria tudo. Marcamos para o mesmo dia. Mas tinha uma condição: sem a Julia. Só nós dois.
Foi logo na terceira cerveja que ele falou, seco:
- Carlão, não posso mais visitar vocês, sair com vocês. Estou apaixonado pela Julia. Desculpe, cara. Mas não pude evitar.
Não foi fácil "perder" um grande amigo como ele. Mas ele insistiu em se afastar. Eu tentei. Tentei com futebol, cerveja, bares, mulheres. Mas nada o reaproximava de mim, de nós. Nem quando a Julia ficou grávida - justamente na época em que meu relacionamento com ela mais esfriava - ele veio nos ver. Nem deu os parabéns. Muito pelo contrário, se afastou mais ainda.
Um dia, logo no primeiro mês da gravidez da Julia, ela pediu:
- Carlinho, deixe eu fumar um último baseado antes da abstinência total?
Com os dois pés atrás, deixei. Naquela noite, transávamos como há tempos não fazíamos e, na hora do chamado platô (não sabe o que é, vai procurar!), ela, louca pra gozar, grita, adivinha o quê?
Pois foi isso mesmo. A vaca gritou logo o nome dele. Broxei na hora, claro. E fiquei puto. Ela implorou perdão, disse que não tinha nada a ver, toda essa mentirada que qualquer filha da puta sabe de cor.
Então fiz o óbvio. Peguei o telefone dela, me tranquei no banheiro e liguei para o Beto.
- Oooooooi, meu amor! Quem bom que você me ligou. Já estava com saudades. Não está em casa?
- Fala, filha da puta. Não é ela. Sou eu.
O Beto ficou mudo por alguns segundos. Depois desligou.
Fiquei sem ela e sem ele. Sem a mulher e sem o amigo.
Há algum tempo atrás soube que eles se casaram, que a gravidez foi interrompida involuntariamente - aliás o filho era dele - mas estavam bem. Soube disso pela boca dela, quando a encontrei, sem querer, na rua.
E foi graças a esse encontro sem querer que hoje eu me vingo dele e dela todo dia. Dele, quando a encontro no motel. Dela, gravando os encontros. Breve, breve, ele receberá tudo isso em vídeo. E aí eu me vingarei dos dois, juntinhos.

Aspas

"Acho que é uma atitude saudável em qualquer cidadão, sobretudo num jornalista, manter uma atitude de ceticismo, de desconfiança, em relação ao que qualquer governante diz e faz."
Otávio Frias Filho, em entervista para o jornal Jornalistas & Cia.

quarta-feira, novembro 16

Como é que é?

Alguém saberia me explicar que papo é esse:
"Mark David Chapman, o homem que matou John Lennon há 25 anos, disse que nada poderia detê-lo ante sua determinação de acabar com a vida do ex-Beatle. Chapman descreve-se como "um trem sem freio" ao lembrar o momento do assassinato, em 8 de dezembro de 1980, em Nova York.

Seus comentários fazem parte de um documentário que será exibido em breve nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha para comemorar esse 25.º aniversário. O filme, intitulado Eu Matei John Lennon, foi assinado pelo documentarista irlandês David Harvey, que reconstruiu o assassinato graças a 40 horas de entrevistas com o assassino na prisão nova-iorquina de Attica, onde cumpre sua prisão perpétua.
"

Quer dizer que o mundo vai COMEMORAR a morte de John Lennon?!
Gostaria muito de entender como é que certos jornalistas e certos editores chegam a certos degraus na profissão.
Qualquer criança de sete anos ou qualquer graduado de trinta e cinco sabe que não se comemora morte de ninguém, por mais que o Houaiss nos diga que em uma das 3 acepções, comemorar pode ser recordar, memorar, o mesmo Houaiss também nos diz que comemorar é celebrar com festa.

Se a besta que escreveu o texto, seu revisor, ou seu editor tivessem um pingo de bom senso, trocariam "comemorar" por "solenizar" e o texto ficaria muito mais condizente a data e a quem foi John Lennon.

Vão a merda!!!

terça-feira, novembro 15

Deus é uma mulher promíscua

Outro dia ouvi uma frase que me fez ver tudo mais claramente: Deus é mulher!
Fato inegável, meus caros.
A tal frase foi a seguinte (e é auto-explicativa):
- "Se Deus tira de um lado, é porque dará do outro"
Bom, para dar dos dois lados, escolher qual lado dará, etc, viado Deus não pode ser, pois só teria um lado para dar. Então é mulher. E além disso, Deus é praticante assídua (sim, no feminino) de sexo anal.

Com essa nova luz em minha mente, algumas coisas ficaram mais claras para mim:
1- Diabo tem chifres pois tinha algum caso qualquer com Deus (namorado, noivo, marido, sei lá) e foi sumariamente traído. Ao descobrir a traição, foi tirar satisfações com Deus. Revoltada, na TPM, Deus, assim como as demais mulheres que sempre se julgam donas da razão (reparem na falta de vírgula ente "mulheres" e "que"; o que indica que estou limitando o grupo de mulheres que se julgam blá-blá-blá, e não generalizando), Deus, mesmo sendo a errada, expulsou o pobre do Diabo de casa (céu). Diabo foi então para no inferno: sem casa, pagando pensão, traído....

2- Jesus é filho de Maria com o Espírito Santo. Oras bolas! Por que Deus não foi lá comer a Maria? Simples: porque não tem como! Deus é mulher. Se fosse homem - aposto meus culhões - ele mesmo teria descido para comer a Maria! Pelo amor de Deus, gente! Pensem: que homem refuga uma virgem e a oferece para outro? "Peralá, rapaz! Saí daí que esse cabaço quem tira sou eu!!".

O capitulo 2 disso é que Deus é cumplice de um crime da pior espécie: estupro! Ou alguém aqui não acha que Maria foi estuprada pelo Espírito Santo? Pois é. E por mando dela: Deus.
Mas isso fica para outro dia.

segunda-feira, novembro 14

"Garanted!!" e "FHC x Lula"

- Léo, tudo bem?
- Tudo. E você, Denise?
- Tudo. Olha, boas notícas!
- Manda!
- Seus ingressos para o Claro Q É Rock estão garantidos e a caminho.

"Nothing can stops me now, 'cause I don't care anymore"*

Tudo isso só para colocar aqui um algo que eu sempre esqueço de colocar.
Sempre que ouço uma música do NIN, chamada "The Wretched" penso que a letra deve ter sido escrita peloo FHC a Lula, numa previsão qualquer, de forma alucinada.
Veja só (tradução livre, minha):

Só uma reflexão, só um toque, só um pequeno lembrete sobre todos os "e então" e todo o "poderia ser". Em algum um outro dia, de uma forma diferente, mas sem nenhuma razão para continuar.
Agora você é como nós: os desgraçados!

Toda esperança e toda reza...
Os dias melhores...
Os bem distantes...
Esqueça!

Acabou não sendo como você queria.
Acabou não sendo como você queria, não é?

Agora você sabe com que se sente por aqui.

As nuvens se dividirão e no céu será aberto um buraco por onde o próprio Deus estendera Seu braço de merda apenas para lhe empurar mais pra baixo. Apenas para lhe segurar lá embaixo.
E preso nesse buraco com tanta merda e mijo, será difícil crer que iria descer tão baixo, voltando as origens, se escondendo, se contorcendo.

E no final
Nós ainda fingimos
O tempo que passamos
Sem saber quando
Você está finalmente livre
E você poderia estar


Obs.: Sei que você nunca lerá isso, mas... Dê: valeu! Eternamente grato!!


(*): techo da música Piggy, do NIN, lançada no disco "Downward Spiral", de 1994

Desenhando um novo Brasil


Miguel Reale Jr., em entrevista ao blog de Josias de Souza, colunista da Folha de S. Paulo, afirma que a petição do impeachment de Collor, ops, de Lula está sendo desenhado para final de Jan/ 06.
Reale Jr. afirma que o trabalho feito para conseguir assinaturas de congressistas pedindo a retirada de assinaturas do requerimento de prorrogação da CPI dos correios é um absurdo (indiscutível), pois isso foi feito mediante promessas de liberação de emendas dos devidos parlamentares.
Reale Jr., é do PSDB (o que nunca deve ser esquecido).

Apenas me esclareçam algo: para conseguir mudar a constituição, possibilitando a reeleição presidencial, em benefício próprio, FHC, do PSDB, fez o quê? Usou $$ público para comprar votos. Além de demonstrar que a oposição, na época, era fraca e não tinha o opoio da grande mídia, o mais curioso é que, Reale Jr., relator do pedido de impeachment de Collor e provável relator do pedido de impeachment de Lula, estava dormindo nessa época.

E é assim que desenhamos um novo país. Fechamos os olhos para a sujeiro sob nosso tapete. Mas o cílios sob o tapete do vizinho deve ser sempre combatido.

País de merda!

Obs.: apenas para esclarecer que, caso sejam comprovado o envolvimento, serei sim a favor do impeachment, da mesma forma que eu o era contra Collor e contra FHC.



foto retirada do site Pencil Carving
Foto original: 1991
Autoria: Annno Mitsumasa
Produção: Mizuta Tasogarefall
Página 125 do livro "Gyakusetsu Ronrigaku", Chuko Shinsho

sábado, novembro 12

Velho livro novo

Nada como chegar em casa, depois de uma tarde pelo CCBB e pelo Odeon, ligar a tevê numa novela belíssima e, para arrematar com chave de ouro, ouvir uma velha música do Caê...

Agora sério, tevê desligada, som tocando... nossa, que música é essa?

Bem, aquisição feita na Dantes do Odeon:

Cony - O Piano e a Orquestra

sexta-feira, novembro 11

Tá lá

Pronto, little species, Rafael Galvão, depois de um tempo, nos alegra novamente com as alegrias que o Google lhe dá, sem saber que nos dá também.
Confira!

O encontro das direitas

Quando duas direitas se encontram, vão se ao centro-esquerda da situação?

Cecília Gianetti, vocalista-escritora e jornalista-fotógrafa, está à direita, ali olha, no tal Escrescreve.
No Mínimo também está ali, percebe? Piscando, escrevendo isso e aquilo. Ali. Viu?

Pois as direitas se juntaram. Cecília publicou excelente matéria no site-jornal No Mínimo sobre a curiosa saga dos B-boys divinos.

Confira agora, com o link corrigido (Valeu, Santa!).

Percebeu como o encontro das duas direitas as trouxeram aqui, no centro-esquerda?

Tédio

Chega um tempo em que tudo está insosso.
Você está cansado, com preguiça, não quer ler nada.
Você está cansado, de saco cheio, nada que ouve lhe agrada, tudo é chato.
Mas você quer algo novo, para ler, para ouvir.
É nesse momento em que descobre que o cultura mundial, finalmente, se esgotou. Tudo repete tudo, que repete a si mesmo.

É nessa hora que só duas cosias nesse mundo ainda valem a pena.
Uma delas é um belo copo de cerveja gelada.
Outra, eu ainda não descobri. Então, caso alguém tenha uma boa idéia, por favor...

Dulcéia

A rua toda estava escura. Exceção feita de uma ou outra luz acesa em um ou outro cômodo de algumas poucas casas, onde ainda tinha alguém acordado.
Sua cozinha era um desses cômodos.
Seus três filhos, sua mulher; todos dormiam pesado já. Mas ele não pregara o olho e as costas já começava a doer de tanto olhar o teto do quarto quando resolveu se levantar e se deixar escorregar até a cozinha.
Na cozinha, curtia o silêncio sentado sozinho à mesa antiga, de fórmica branca e pés dourados, com um recorte ao meio para, em caso de necessidade, a mesa fosse aberta e aumentasse de tamanho. Ficou ali, sentado na cabeceira que dava para o corredor, olhando a pia, a sua frente. A mesa ficava bem no meio da cozinha e a pia, no fundo. Ao lado esquerdo da pia ele via a geladeira vermelha, também antiga. Foi daquela geladeira que ele tirou a garrafa de cerveja. Garrafa que estava aberta, sobre a mesa, bem na sua frente. Garrafa das grandes, de seiscentos mililitros, que já estava na metade. Garrafa essa que estava exatamente ao lado de outra garrafa idêntica, porém já vazia. Foi da geladeira também que ele pegou a peça de queijo prato, que comprara na terça-feira. Foi exatamente dessa peça de queijo que ele cortou alguns pedaços pequenos, quadrados, e colocou a sua frente, já salgado, para acompanhar a cerveja.
Fazia uma hora que estava ali, bebendo e pensando na vida. Pensando na falta de sexo. Pensando que, mesmo com cinqüenta anos, ainda tinha tesão, ainda ficava excitado. Pensando que, mesmo assim, já fazia mais de ano que não comia ninguém, menos ainda a própria mulher. E pensando que isso ia muito além do sexo. Seus filhos adolescentes já não paravam em casa, não queriam saber do pai. E sua mulher...
Ele e Dulcéia não eram nada mais além de grandes amigos que moravam juntos e tinham três filhos em comum. E ele não sabia mais como isso foi acontecer, como chegaram àquela situação. Via seu cunhado e sua co-cunhada. Anderson e Solange. Pareciam felizes. Parecia que ainda transavam.
Maldita música que o fez mexer na ferida. Culpa da filha, daquela banda que a filha gosta e que ele não guarda o nome. Ludo-qualquer-coisa.
"O mundo é pequeno sem ter com quem dividir as coisas banais"¹, foi o que disse na música.
E é mesmo. O mundo estava minúsculo e ele sabia que, ali, só tinha a diminuir mais e mais.

No dia seguinte, quando a mulher acordou, ele não estava em casa. Suas cosias não estavam no armário. Na mesa da cozinha, entre do prato vazio onde estava o queijo e as quatro garrafas vazias, um bilhete:
"Dulcéia, eu te amo. Mas meu mundo tá pequeno demais aqui e meu coração não tá agüentando. Fui por aí ver se meu mundo cresce, se meu coração ainda bate. Desculpe."




1 - Trecho da música "Todo ess ar", do disco "O exercício das pequenas coisas" da banda Ludov, lançado em 2004. Letra de Habacuque Lima.

quinta-feira, novembro 10

Amar é...

... levar figurinhas infanto-femininas para o trabalho e trocar com suas amigas, mesmo você sendo homem, porque Ela está colecionando.
É, ninguém falou que era fácil.


Há um tempo,
falei sobre esse revival imbecil dos anos 80, coisa que as Garotas que Dizem Ni acham que está acabando para começarmos com o revival dos anos 90. Conforme disse, acho imbecil reviver coisas que antes todos juravam que achavam bregas, como Rosana e Sidney Magal, ou ver amigos dançando Menudo empolgadíssimos, quando podíamos reviver coisas como Sempre Livre (a banda, claro, não o absorvente), Gang 90, Fellini (a banda...), o pós-Punk do PiL, Gene Loves Jezebel, Bauhaus, Depeche Mode, Joy Division, etc.
Enfim, lá atrás eu levantei a lebre de um revivel bacana que é a volta do Playmobil (que quase comprei um semana passada). Mas esqueci de mencionar outro revival bacana, porém feminino somente, que foi o relançamento das figurinhas "Amar é...", que gerou em mim outro revival...

Bom, acontece que Ela aderiu e está colecionando as tais figurinhas. E tal qual o pai que pega as figurinhas do filho e vai trocar com os amigos do trabalho, eu estou andando pra cima e pra baixo com lista de figurinhas, figurinhas, e trocando por aí.
O problema é que fico na vontade. Vontade de colecionar um álbum que os amigos também colecionem, trocar figurinhas, jogar bafo...
Tá legal trocar as figurinhas d'Ela. Voltei no tempo. Eis meu revival particular.

- Qual falta pra você?
- Só a 80.
- Sério? Comprei ontem um envelope com ela!
- Você tem a númer 80! Onde você achou?

- Olha, tão dizendo que a banca do Armênio, na rua de trás do prédio do Miguel, tem envelope que tá vindo com a figurinha 112. O Carlinhos tem até um pra trocar.

- Tô pegando a 93, qual você quer?
- Não. A 93 eu troco por 3 repetidas. É dificílimo achar a 93, você sabe!
- Tá bom.

Mas, como disse, eu fico na vontade.

Porra! Trocar figurinhas do "Amar é..." não é NADA empolgante.

Tô pensando seriamente em começar a colecionar o álbum do Brasileirão '05 e trocar com a criançada mesmo.


NOTA TRISTE:
Descobri que hoje em dia TODAS as figurinhas são auto-adesivas. Acabou a sujeira com a cola. Acabaram os álbuns sujos de cola nas bordas das figurinhas. E acabou, pricipalmente, o velho e bom bafo.

Presente



E não é que ontem Ela me agraciou com um belo presente?

quarta-feira, novembro 9

Luto ou não

Ela deitou no sofá da sala vazia e escura com as pernas apoiadas no apoio de braço do sofá, para ouvir um velho CD melancólico de Leonard Cohen.
Olhava a lua através da janela, segurando, sobre o peito, uma lata já vazia de cerveja. O cheiro da maconha queimada ainda era facilmente percebido.
Pensou nos filhos, preocupada. Eles gostavam muito do pai. Ficou triste por eles e a tristeza que sentiu por eles não foi tão grande quando a sua própria.
Foram quarenta anos juntos. Tantas brigas, tanta mágoa, tanta traição, tanto arrependimento pelo casamento, pela falta de coragem de sair dali, de enfrentar o mundo, de pedir uma separação. Não esperava, nunca imaginou, que sua morte fosse deixá-la assim, tão triste.
Ele não conhecerá, então, o primeiro bisneto deles, que estava para chegar dali a alguns meses.
Duro demais era enterrar alguém tão querido, quando se descobre que tal alguém realmente era querido somente no enterro.
Se ainda tivesse idade, sairia de casa, ia meter com o primeiro que encontrasse. Ia esquecer o falecido um pouco e foda-se o luto, desde que gozasse um pouco.
Quis pegar outra latinha de cerveja, quis outro cigarro de maconha. Percebeu, viu de fora, a cena deprimente que ela estava produzindo. Uma velha, na idade dela, uma mulher, em qualquer idade, só, em casa, à noite, enchendo a cara de cerveja e a cabeça de fumo.
Tentou uma ducha. Foram trinta minutos embaixo d'água. Quando saiu, Cohen já se calara. Perambulou nua pelo apartamento, até parar na janela, olhando nada, senão o prédio vizinho. O problema da idade nem é o sofrimento da solidão constante, em si. Mas sim, com a morte do sono, saber que o dia nunca termina, apenas une-se a outro por um período de penumbra, ainda mais longo que insuportável.
Ficou na janela, apoiada, até sentir doer seus braços, vincados pela persiana. Colocou então único CD do Paul que ela gostava - sempre preferiu George. O CD era justamente o que falecido mais criticava, achava inferior aos demais.
Tomou dois tranqüilizantes e deitou novamente no sofá, com as pernas no apoio de braço. Ainda teve que esperar alguns minutos para que fizessem efeito. Só então percebeu novamente, depois de tanto tempo sóbria, quão gostosa a vida pode ser, chegando até mesmo a se sentir feliz pela morte do marido.

Um recorte...

"Durante toda a vida, embora cada um de nós busque e, às vezes, encontre felicidade, ela sempre é temporária; não conseguimos fazer com que dure. É como se estivéssemos continuamente atirando flechas, mas no alvo errado."

terça-feira, novembro 8

Malte

"Entende-se por malteação a germinação de cereais sob condições ambientais controladas e pré-determinadas. O Objetivo principal da malteação é a obtenção de enzimas, que provocam modificações nas substâncias armazenadas no grão."

Powered by Cervesia.

Lúpulo

"A utilização do lúpulo (Humulus Lupulus) tornou-se popular nas cervejarias no século XVI e é considerado o principal aditivo de aroma e paladar da cerveja, contribuindo também para sua estabilidade microbiológica e físico-química."

Powered by Cervesia.

Pontifícia paulista em crise grave

A PUC-SP anunciou um programa de demissão voluntária para seus professores e ameaça demitir mais.
A PUC-SP também cortou os gastos filantrópicos.
Bolsas de estudo serão extintas.
A universidade paulista supracitada, além disso, está terceirizando alguns setores internos.

Medidas pesadas, drásticas, que promete acabar em greve dos funcionários.
Tudo isso para eliminar a crescente dívida milionária, que até Agosto vinha pela casa dos R$ 67 milhões e crescia anualmente graças ao déficit anual que ela acumulava.
Hoje a dívida fixa está em R$ 82 milhões, valor do empréstimo bancário conseguido graças a intervenção do Cardeal-Arcebispo de S. Paulo, dom Cláudio Hummes.

Cogita-se agora, internamente, que o banco credor já esteja assumindo a administração da faculdade.

Má gestão?
Não somente.
A PUC sempre foi considerada cara, voltada para a classe média alta. Some agora o problema econômico nacional ao surgimento irrestrito de inúmeras faculdades de qualidade duvidosa, porém barata.
Sim, o governo tem responsabilidade sobre tal crise. Mas não pode ser crucificado.
Se os reitores tivessem bom-senso e baixassem os preços, certamente o rombo seria menor.

Mas a PUC, como seu nome diz, é católica (lê-se retrógrada). Precisa dizer mais?

segunda-feira, novembro 7

Intifada* na França?

"...as palavras de ordem da atual rebelião soam, mais ou menos, como "Alá é grande". E não necessariamente em francês. Quanto àqueles que as bradam, estes são na sua maioria jovens, de sexo masculino e muçulmanos. (...) Por mais que se tente tapar o crescente com peneiras de silêncio ou eufemismo, o que se presencia agora na pátria da revolução de 1789 é o início oficial da Intifada* européia."
Nelson Ascher, na Folha de S. Paulo de hoje.

O mundo está prestes a virar uma grande faixa de Gaza, é isso? É realmente o começo da Intifada européia?
Se sim, eu, que nunca fui a favor da guerra, nunca consegui ser preconceituoso, estou começando a achar que realmente o Islã deve ser repensado com muito cuidado e urgentemente.


(*): rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Fissura

Acordei e, desde há muito até a hora em que desliguei a tevê para sair de casa, banho tomado, estômago cheio, dentes limpos, cabelo naquela porcaria de sempre, batom na boca, brinco bonito, tudo estava muito bem.
Entrei no carro, tudo ótimo. Passei na casa da Carla, embreagem desce, sobe, desce, sobe. Tudo bem.
Mas estacionei, chave na mão, motor desligado, e quando pisei fora com o pé esquerdo na sandalinha salto alto, saindo do carro, senti a dor na lateral esquerda do pé. O mesmo local que eu havia fraturado sete anos atrás quando o salto quebrou em plena Paulista
Mas consegui caminhar. Dor. Dor. Dor.
Elevador sobe. Caminho até a dor, para a mesa, trabalhar.
Sandália no chão. O pé inchou, como inchou sete anos atrás.

- Está vendo aqui? Fissura. O osso está fissurado
- Como assim, Doutor?
- Rachou. Seu osso do pé rachou. Vai ter que engessar.
- Ah, não! Engessar? Não. Estava tudo bem até a hora que eu saí do carro. Isso 'tá errado.
- Não posso fazer nada. A chapa não mente. 'Tá aqui, ó: fissurado.
- Quanto tempo?
- Bom, é um local de pouca irrigação sangüínea. Então eu acho que mês, mês e meio.

O gesso está aqui, ó, até o joelho.
Muleta na mão e algumas amigas a tira-colo, a noite de S. Paulo será meu novo lar. Não sei se por dó ("Coitadinha, 'tá com a perna engessada. Vou comê-la para ela se sentir melhor) ou por algum tipo de fetiche secreto masculino ("Nossa! Gesso no pé! Que tesão! O pessoal do escritório nem vai acreditar que comi uma mulher com gesso no pé"), mas o assédio aumenta incrivelmente com o gesso (conseqüentemente, o sexo também aumenta)
Mas, de qualquer forma, além disso, já tenho três velas acessas. Se o moço que tirar o gesso for gatinho de novo, eu choro, fujo, saiu correndo e não tiro o gesso. Você tem idéia do que é para uma filha de portugueses ficar quase dois meses sem depilar a perna?




obs.: da série "Coisas que a falta de inspiração faz com a gente".

sábado, novembro 5

Sacrilégio

- Sabe, eu adoro ver você assim, andando pra lá e pra cá, exibindo essa sua bundinha redondinha, durinha.
- Eu sei. Mas estou com frio. Posso me vestir?
- Espera só um pouco. Não se vista ainda. Vem aqui. Vem aqui que eu vou lhe aquecer.
- ‘Tô indo.
- Fique aqui, nos meus braços, que o frio passa.
- Assim?
- Isso... Não. Espera aí. Quer ver, deixe eu tirar minha roupa também.
- O senhor também ficará pelado?
- Claro! Assim você poderá me ver pelado
- Mas eu não quero ver o senhor pelado.
- Quer sim. Olha.
- Não! ‘Peraí! Solta! Me solta!
- Calma. Não precisa ficar com medo. Volte aqui.
- Não. Sai.
- Aonde você vai? Por que está colocando a roupa?
- Vou embora!
- Não! Por quê? Calma. Eu ponho a roupa de novo.
- Não interessa. Vou embora!
- Calma. O que eu fiz?
- Desculpe, padre, mas o senhor sabe que eu tenho apenas doze anos. Quando meu pai souber disso, o senhor vai se dar mal.
- Calma. Você não precisa contar ao seu pai. Não fiz nada de mal.
- Não contarei. Mas não faça mas isso.
- Ta bom, André. Desculpe.