Eu a conheci num sonho. Nesse sonho, ela surgiu do nada, ao
meu lado, com aqueles olhos lindos, aquela pele macia, aquela boca tentadora e
uma tatuagem linda e mágica que me deixava de pau duro. No sonho, abraçávamos e beijávamos um ao outro enquanto nadávamos num mar cuja água era sonora e nos encharcava
de música.
Todo dia de manhã, é seu beijo que me acorda. Aí eu ouço sua
voz sussurrando coisas doces e meigas ao meu ouvido. Então, sinto sua língua
invadir minha boca enquanto ela me afaga o cabelo com uma das mãos e, com a
outra, passeia pelo meu peito e desce minha barriga até descobrir o quanto ela
me excita. E ela tem as mãos mais suaves e firmes enquanto me masturba até eu
tremer de prazer. Depois ela me abraça e cuida de mim, e seu sorriso me acalma
e me relaxa.
Então eu entro no banho sozinho. Quando eu saio, ela já não
está mais.
Uma enfermeira entra no quarto sorrindo e falando meu nome,
simpática. Ela me dá um remédio, dizendo que é para o meu bem. Eu engulo o
remédio e vou para a sala ver televisão. A sala está cheia de gente. Sou
saudado por todos, que liberam uma poltrona que dizem ser reservada para mim. O
remédio me deixa meio sonolento e eu me deixo levar. Cochilo por vinte ou
trinta minutos. Quando acordo, descubro que, na verdade, ela nunca esteve aqui, nunca vem me visitar. No máximo fica ali do lado de fora, olhando de soslaio,
espiando pela janela, enquanto eu, aqui, no meio de tanta gente louca,
enlouqueço pensando nela. E é entre esses loucos, que fazem as vezes de meus
amigos, que me visto com a bombacha que eu sonhei ter ganho dela e seguro a
cuia vazia fingindo ter chimarrão para beber e para me esquentar.
Ela podia entrar, fingir que se importa, trazer um cobertor,
uma blusa, um pouco de erva mate e uma garrafa térmica cheia de água quente. Ou
um abraço. Qualquer coisa que me esquentasse. Mas, bah!, ela não vem. E eu sigo
aqui, jogado, sozinho, olhando fixamente para a porta, que nunca se abre. Sigo na
expectativa dela chegar, dela entrar; na esperança de sua visita. Mas ela nunca vem, e isso me enlouquece.
um tanto triste, não?
ResponderExcluirTambém. Mas se olhar por outro viés...
ResponderExcluiragora tenho que me esforçar para ser a primeira, então....
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