A solidão e esse sentimento de angústia, que ela carrega dentro dela, nada mais são senão uma forma de carência. E a carência sempre é nada senão uma clara indicação de que se foi mimada em algum quando. Por isso, sai às ruas, pelos bares ou por qualquer outro lugar procurando alguma cerveja mais gelada que seu coração. Difícil. Então volta para solidão angustiante de sua velha kitnet e conecta-se a todos os programas de bate-papo instantâneo que conhece. O dia nasce e ela continua lá, com todos e sem ninguém. Olhos ardem, vista embaça, o corpo está cansado, mas ela não consegue dormir. São essas coisas em sua cabeça. Perto do meio da manhã, o telefone toca. Ela não se mexe. A secretária grava o recado da Carol, que nunca será ouvido.
Não sente fome. E mata sua sede com as latinhas de cerveja quente que estão ao lado do computador. Não quer morrer, nem tem nenhum sentimento suicida. Gosta da vida, gosta de viver. Pena que ela não a tenha, pena eu não o faça.
Esta é a sua dificuldade com as palavras?!
ResponderExcluirCom uma carga maior de tinta, são os meus dias.
Se você me conhecesse, diria que me descreveu.