quinta-feira, setembro 6

Ressurreição?

Há alguns anos, fui a Lua. Como todos presumem ser a Lua uma esfera inabitada, revelo, perplexo: de desabitação o inferno está cheio. O trânsito local é caótico. Fluxo ininterrupto de um populacho esquálido vindo não sei se por qualquer programa secreto do governo estadunidense, ou se lá esquecidos por um extinto programa da extinta soviestikaia.
Máscaras não se usam por lá. O oxigênio é raro e o efeito devastador: morre-se vivo em poucos segundos. E morto vivo é aquilo. Nada há em lugar nenhum para ninguém fazer/ ser.
Durante os quase sete anos de residência lunar, esqueci que Terra abaixo há.
Pois ao retornar, minha readaptação foi quão mais demorada, morosa e paulatina que o previsto, pois deixei cor por lá.

Bárbaro é, tantos meses passados, renascer, mesmo que puxado por anjo cético e sádico, que descobriu na dor a ressurreição. Mas se bárbara é a dor, tal bárbara é a vista de sentir o corre-corre sangüíneo que me pergunto: se eu posso ressuscitar, por que isto aqui deve permanecer putrefazendo assim?

Vamos tocar o barco, pois.

3 comentários:

  1. Léo para de escrever assim, to com vontade de me suicidar.

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  2. Anônimo7/9/07 13:20

    Welcome back, Beck! ;)

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  3. resumindo: amei! Perfeito. Se não te conhecesse, perguntaria: de onde vc tirou isso?!?!?!

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