Luiz Inácio era um sujeito aprazível. Mezzo inculto, de educação pouco talhada, sempre teve a seu favor um forte carisma, uma grande capacidade discursiva, o que lhe tangia, conseqüentemente, uma invejável retórica, e, por que não, uma diferenciada inteligência.
Lutava contras as elites oligárquicas, pela massa, com o povo.
Sujeito simples, sempre, porém.
Sabidamente, inscreveu na pedra filosofal da política do Bostlândia, país no qual nasceu, viveu e fez nome, a inegável e imutável afirmação de que o poder legislativo local era formado apenas por picaretas (à época enumerou mais de 300) com chapéu de doutor.
Oposicionista incansável, era de uma utilidade pública primordial, ainda que longe de unanimismo e de unanimidade.
Faleceu nos idos da década de ’90 afundado num sonho de grandeza excessiva e numa não rara crise de “egoite”
Hoje, se ainda vivo fosse, certamente contribuiria, com sua eterna forma torta, para fazer-nos lembrar que a morte das casas legislativas nacionais e, de uma certa forma, da política local em geral, não só não é de se espantar, como vinha sendo anunciada há anos, e somente as mulas (lê-se toda a população, o que inclui eu e você) não queriam admitir, fingiam não ver.
Se antes eram todos picaretas, porém com seus respectivos chapéus de doutorado, hoje temos populares, transeuntes, como cantores brega, ex-esportistas, costureiros bregas metidos a estilista, corruptos e corruptores assumidos, etc.
Luiz Inácio faria as Casas se incomodarem muito mais do que as reportagens de jornal o fazem.
Sua morte foi, portanto, a grande responsável pelo o que vivemos hoje.
Fica aqui minha homenagem ao falecido.
está muito bom ler você.
ResponderExcluirSão seus olhos...
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