quinta-feira, maio 11

E o pior ainda é a solidão...

Por pura falta do que fazer, ou pelo excesso de cerveja que já tinha subido á cabeça, que eu tomei completamente sozinha em casa, ou pelo CD do Massive Atack, que ouvi por cinco vezes seguidas no repeat, não sei, mas, por algum motivo, sentei em frente a um computador no intuído de fazer qualquer coisa que me tirasse dessa vida chata e monótona. Na verdade, talvez tenha sido por tudo isso ao mesmo tempo, não sei. Tudo que sei é que sentei em frente ao computador e conectei a Internet. Mas antes, e aí mora meu erro, eu decidi cair na besteira de fumar um baseado.
Agora imaginem: o que faz uma mulher, sábado à noite, sozinha em casa, bêbada (sim, já estava bêbada), ouvindo Massive Atack, e fumando um baseado?
Sim, eu estou solteira, claro. Isso é óbvio demais. Arrisquem mais...
Não. Não sou solitária. É que as amigas todas estão namorando, ou com rolo firme, e saíram com seus respectivos machos nessa maldita noite.
Deprê? Olha, acho que não fosse a porra da TPM, eu nem teria aberto a primeira latinha. Mas tudo bem, até dou um desconto para seu palpite de depressão. Mas foi a cerveja, na verdade, que me deixou deprê.
O que aconteceu é que fiquei umas vinte horas no Orkut, procurando alguém que pudesse desejar esse corpo aqui.
Mas, gente do céu, olhe bem para mim. Meu espelho não mente. O que essa maldita barriga faz aqui? Que merda essa celulite? Minha bunda está enorme, grande demais, credo. Que homem, digam-me, que homem iría querer algo assim?
Nenhum!! Claro que nenhum.
Por isso mesmo que, depois de meia hora no Orkut, depois de ter terminado o baseado e tomado o primeiro gole da terceira cerveja aberta desde que sentei em frente ao computador, eu consegui a proeza de lavar o teclado com essa coisa nojenta que nem citarei o nome. Meu fígado já não agüenta mais. Não tem o mesmo pique da época antiga. Bebi pouco, fumei menos ainda e lavei o teclado, coloquei tudo pra fora, eca!
Pior que tudo isso: não achei ninguém.
Passei o sábado sozinha e abraçada ao vaso. Ainda quebrei a unha do indicador da mão esquerda.
Odeio essa maldita solidão!

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