Ela tem, em seu ombro esquerdo, uma flor de lótus estilizada, em preto e sombras sobre sua branca pele. Na regata branca, uma estampa alaranjada pousa à direita, já perto da cintura. Em seu pé, um velho All Star verde, surrado, sobre uma meia roxa. Carrega consigo seu contra baixo com o qual participa de uma orquestra qualquer. Está ali não só como fã da banda que se apresentará logo mais; vai tocar, no show, em uma ou duas músicas. Enquanto espera pelo início, toma sua sexta garrafinha de cerveja, entre novos amigos e ex-desconhecidos. Com movimentos suaves, participa da animada rodada de truco. Distribui e esbanja descontração. Nos olhos, grandes porém ligeiramente longilíneos, brilha o sorriso dos lábios. Isso somado a sua delicada feição e ao seu corpo bem torneado pela capoeira, a força a dispensar os cinco ou seis bem aventurados que tentaram um contato mais íntimo.
De longe, ao balcão do bar, brindo-lhe com meu cowboy. Recebo um aceno adocicado como retribuição. Aponto-lhe a porta, por onde está entrando sua grande paixão, cujo nome desconheço. Alguns poucos quilos acima do peso, é ainda mais bonita que Fernanda. É barbaramente linda e graciosa.
Torço por elas, para se acertem, que dêem certo. Será, de longe, o mais lindo casal da diversificada noite paulistana.