"Ex-oficial do exército britânico, James Blunt repetiu no Brasil o sucesso alcançado com "You're Beautiful" na Inglaterra e outros países. Em abril, a canção foi a mais executada nas rádio brasileiras."
Fonte:UOL Música
Faz tempo que não ouço rádio. Muitas vezes - quase sempre, na verdade - isso me deixa desconsolado. Mas realmente não dá. E o problema passa ao larga da falta de tempo. Falta é paciência para a programação das rádio de hoje em dia. E aqui, então, no Rio, a radio rock daqui é ainda mais pasteurizada que a de S. Paulo. Difícil.
Mas hoje eu comemoro.
Imagine se eu estivesse ouvindo rádio todos os dias. Eu teria que aguentar esse merda de James Blunt desafinar nos meus ouvidos essa musiquinha tão horrível.
Olhe, essa notícia acima é boa. Para mim. Porque me fez pensar: "graças a Oxalá não tenho ouvido rádio..."
segunda-feira, maio 29
domingo, maio 28
“Eu não gosto de quem eu sou”
Não eu. Na verdade, se você me perguntar se eu gosto ou não de quem eu sou, diria que a resposta é um pouco mais complexa do que um simples “gosto” ou “não gosto”. Na verdade, na verdade, não é “um pouco mais complexa”, e sim muito, mas muito mais complexa que isso.
Mas ontem a gente foi tomar uma cervejinha e ele, após um “não me lembro quantas cervejas foram”, soltou essa. Não foi assim, do nada. Estava dentro do contexto da conversa e tal. Mas o fato é que ele não gosta de quem ele é.
Ele quem? Esquece! Isso é algo que não posso contar, nem vou. Menos ainda assim, em público, aqui, onde tem “tanto leitor”. (isso foi ironia minha). Em fato, aliás, nem ontem foi. Também importante dizer que “a gente” não é eu e ele. Somos nós. Eu, ele, ele, ela, ele, ele, ela, ela e ele. Oito, no total.
Mas isso pouco importa. Importa o fato que ele, que você nunca saberá quem é, não gosta de quem ele é.
A verdade, aliás, é que eu comecei o segundo parágrafo com uma das frases mais mentirosas da história dos bares. Ninguém, absolutamente ninguém, vai tomar “uma cerveja”. Isso é engodo. Ou tomam-se muitas ou poucas, mas nunca apenas uma. Nunca! Pode-se até não tomar, tomar coca-cola - no caso dos de caráter duvidoso, ou qualquer outra coisa alcoólica. Mas uma cerveja, jamais.
Pois, corrigindo, então, tomamos muitas cervejas. Tantas que o negócio começou como um happy-hour após o trabalho, por volta das dezenove horas, mas só acabou perto das três da manhã, com o bar à meia porta, esperando que nos decidíssemos se dormiríamos por ali ou se só sairíamos sob força policial.
Mas foi antes disso, antes das três da manhã, que ele disse não gostar de quem era:
- Não gosto de quem eu sou.
- É sério?
- É. No mais profundo dos meus pensamentos mais secretos, eu sei, não gosto de quem eu sou. Não gosto porque só eu conheço todos os meus pensamentos, aqueles pensamentos que temos quando estamos sozinhos, no secreto. E não gosto deles, desses meus pensamentos. Abomino, na verdade. Mas não consigo evitar. Quando menos espero, lá estou eu, tomado pelo pensamento mais sacal, chato, infeliz, infantil, subdesenvolvido. Pensamentos como esse, por exemplo, de que não gosto de quem eu sou. Quer coisa mais ridícula? Pois é. Para você ver o tamanho do problema, quando eu percebo que não gosto de meus pensamentos, percebo que não gosto de quem eu sou. Então, quando eu penso que não gosto de quem eu sou, percebo que esse é um típico pensamento dos mais ridículos e passo a gostar menos ainda de quem eu sou. É um círculo vicioso, percebe? Não tem escapatória.
- Mas e se você pensasse sobre outras coisas, coisas legais, coisas de que gosta, você não passaria a pensar que gosta de alguns pensamentos seus, o que faria você gostar um pouco mais de quem é, o que lhe faria ter pensamentos mais legais ainda e...
- Peraí! – ele interrompeu. Você consegue perceber que se eu tenho um pensamento legal, o que, confesso, eu tenho de vez em quando, para logo em seguida pensar que gosto de mim, fudeu. Porque pensar que eu gosto de mim também é um pensamento dos mais ridículos. Você entende? Na minha opinião, pensar se você gosta ou não de você, se preocupar tanto com isso, é digno de dó. E isso eu não suporto, ser digno de dó.
Depois o pessoal vem me perguntar como é possível sentar à mesa de um bar às dezenove horas e não perceber que já são três da manhã.
Mas ontem a gente foi tomar uma cervejinha e ele, após um “não me lembro quantas cervejas foram”, soltou essa. Não foi assim, do nada. Estava dentro do contexto da conversa e tal. Mas o fato é que ele não gosta de quem ele é.
Ele quem? Esquece! Isso é algo que não posso contar, nem vou. Menos ainda assim, em público, aqui, onde tem “tanto leitor”. (isso foi ironia minha). Em fato, aliás, nem ontem foi. Também importante dizer que “a gente” não é eu e ele. Somos nós. Eu, ele, ele, ela, ele, ele, ela, ela e ele. Oito, no total.
Mas isso pouco importa. Importa o fato que ele, que você nunca saberá quem é, não gosta de quem ele é.
A verdade, aliás, é que eu comecei o segundo parágrafo com uma das frases mais mentirosas da história dos bares. Ninguém, absolutamente ninguém, vai tomar “uma cerveja”. Isso é engodo. Ou tomam-se muitas ou poucas, mas nunca apenas uma. Nunca! Pode-se até não tomar, tomar coca-cola - no caso dos de caráter duvidoso, ou qualquer outra coisa alcoólica. Mas uma cerveja, jamais.
Pois, corrigindo, então, tomamos muitas cervejas. Tantas que o negócio começou como um happy-hour após o trabalho, por volta das dezenove horas, mas só acabou perto das três da manhã, com o bar à meia porta, esperando que nos decidíssemos se dormiríamos por ali ou se só sairíamos sob força policial.
Mas foi antes disso, antes das três da manhã, que ele disse não gostar de quem era:
- Não gosto de quem eu sou.
- É sério?
- É. No mais profundo dos meus pensamentos mais secretos, eu sei, não gosto de quem eu sou. Não gosto porque só eu conheço todos os meus pensamentos, aqueles pensamentos que temos quando estamos sozinhos, no secreto. E não gosto deles, desses meus pensamentos. Abomino, na verdade. Mas não consigo evitar. Quando menos espero, lá estou eu, tomado pelo pensamento mais sacal, chato, infeliz, infantil, subdesenvolvido. Pensamentos como esse, por exemplo, de que não gosto de quem eu sou. Quer coisa mais ridícula? Pois é. Para você ver o tamanho do problema, quando eu percebo que não gosto de meus pensamentos, percebo que não gosto de quem eu sou. Então, quando eu penso que não gosto de quem eu sou, percebo que esse é um típico pensamento dos mais ridículos e passo a gostar menos ainda de quem eu sou. É um círculo vicioso, percebe? Não tem escapatória.
- Mas e se você pensasse sobre outras coisas, coisas legais, coisas de que gosta, você não passaria a pensar que gosta de alguns pensamentos seus, o que faria você gostar um pouco mais de quem é, o que lhe faria ter pensamentos mais legais ainda e...
- Peraí! – ele interrompeu. Você consegue perceber que se eu tenho um pensamento legal, o que, confesso, eu tenho de vez em quando, para logo em seguida pensar que gosto de mim, fudeu. Porque pensar que eu gosto de mim também é um pensamento dos mais ridículos. Você entende? Na minha opinião, pensar se você gosta ou não de você, se preocupar tanto com isso, é digno de dó. E isso eu não suporto, ser digno de dó.
Depois o pessoal vem me perguntar como é possível sentar à mesa de um bar às dezenove horas e não perceber que já são três da manhã.
sábado, maio 27
Novo blog
É isso pessoal, novo blog!
- Onde?
Calma. Ainda não está no ar. Mas está quase pronto. Quase, apenas porque falta eu mexer em uma ou outra imagem. E, diferente do que muitos pensam, como não sou muito bom com isso (posso, para muitos, parecer bom com imagens, mas, na verdade, eu não domino nem um décimo do negócio e quando vou fazer algo mais elaborado, como agora...), estou apanhando um pouco.
Aliás, para vocês entenderem a gravidade da situação, não tenho atualizado isso aqui por isso. Porque estou trabalhando na maldita imagem.
Mas, segurem-se na cadeira.
Se tudo der certo, em uma semaninha, blog novo no ar.
Espero que gostem.
- Onde?
Calma. Ainda não está no ar. Mas está quase pronto. Quase, apenas porque falta eu mexer em uma ou outra imagem. E, diferente do que muitos pensam, como não sou muito bom com isso (posso, para muitos, parecer bom com imagens, mas, na verdade, eu não domino nem um décimo do negócio e quando vou fazer algo mais elaborado, como agora...), estou apanhando um pouco.
Aliás, para vocês entenderem a gravidade da situação, não tenho atualizado isso aqui por isso. Porque estou trabalhando na maldita imagem.
Mas, segurem-se na cadeira.
Se tudo der certo, em uma semaninha, blog novo no ar.
Espero que gostem.
quarta-feira, maio 17
Girando a economia
- Chefe, chefe! Chega aí. Gosta de música né?
- Claro - tirando o fone do ouvido
- O DVD tá cincão, só. Dá uma olhada.
- Cincão?
- Choveu, né? Olha a caixinha. Zoou tudo.
- Este Smiths: tá funcionando?
- Claro. Ó, vou testar para o senhor.
- Imagem tá perfeita, olha só.
- Beleza. Vou levar.
É. A gente procura não, não e tal, mas quando a economia informal lhe aborda no meio da rua deserta, a noite, no centro, com uma oferta dessas...
Agora, no armário de casa, entro o DVD do Cordel e o do Radiohead, acha-se isso:
- Claro - tirando o fone do ouvido
- O DVD tá cincão, só. Dá uma olhada.
- Cincão?
- Choveu, né? Olha a caixinha. Zoou tudo.
- Este Smiths: tá funcionando?
- Claro. Ó, vou testar para o senhor.
- Imagem tá perfeita, olha só.
- Beleza. Vou levar.
É. A gente procura não, não e tal, mas quando a economia informal lhe aborda no meio da rua deserta, a noite, no centro, com uma oferta dessas...
Agora, no armário de casa, entro o DVD do Cordel e o do Radiohead, acha-se isso:
terça-feira, maio 16
Lápis borrado
Ela só carrega no lápis quando saí do banho e já está com o pierccing devidamente colocado no lábio.
Costuma também retocar o lápis apenas quando volta do almoço.
Mas, foda mesmo, o que dá mais tesão, é quando ela sai do serviço para se deixar ser engolida pela noite. É quando ela sempre molha a parte posterior dos dois dedos indicadores e passa no olho, esfregando, vindo do centro para as lateras do rosto.
Aí ela vai. O lápis borrado. Um rasto preto no olho verde oliva.
E eu, na porta do prédio, vendo-na passar.
Costuma também retocar o lápis apenas quando volta do almoço.
Mas, foda mesmo, o que dá mais tesão, é quando ela sai do serviço para se deixar ser engolida pela noite. É quando ela sempre molha a parte posterior dos dois dedos indicadores e passa no olho, esfregando, vindo do centro para as lateras do rosto.
Aí ela vai. O lápis borrado. Um rasto preto no olho verde oliva.
E eu, na porta do prédio, vendo-na passar.
segunda-feira, maio 15
São Paulo, refém do medo
É isso que acontece quando os piores três principais partidos mais perigosos (PFL, PSDB e... PCC) se juntam para governar, por oito malditos e incríveis anos seguidos, o principal Estado desse fundo de quintal imundo que chamam de Brésil.
Agora, raciocinem comigo,bando de imbecis analfabetos (conta fácil, matemática pura/burra):
Simples, não?
Agora, raciocinem comigo,bando de imbecis analfabetos (conta fácil, matemática pura/burra):
Simples, não?
Dúvida maldita que permeia o ar
A situação é deprimente, mas minha mente perversa não para de pensar em uma coisa...
Afinal, alguém sabe dizer?
Os ataques bárbaros da mais alta classe da bandidagem assassina foram:
- retaliação a transferência de presídio sofrida por sua cúpula;
- continuação da ação bárbara que a Gaviões da Fiel iniciou naquela feliz quinta-feira no frio Pacaembu, pela eliminação corinthiana da Libertadores da América?
Não sei por que, mas algo me diz, e tenho quase certeza, que o real motivo é o segundo.
O maior dos sinais disso é que os ataques e as rebeliões cessaram assim que o novo técnico corinthiano, Geninho, foi apresentado na Marginal sem número.
Afinal, alguém sabe dizer?
Os ataques bárbaros da mais alta classe da bandidagem assassina foram:
- retaliação a transferência de presídio sofrida por sua cúpula;
- continuação da ação bárbara que a Gaviões da Fiel iniciou naquela feliz quinta-feira no frio Pacaembu, pela eliminação corinthiana da Libertadores da América?
Não sei por que, mas algo me diz, e tenho quase certeza, que o real motivo é o segundo.
O maior dos sinais disso é que os ataques e as rebeliões cessaram assim que o novo técnico corinthiano, Geninho, foi apresentado na Marginal sem número.
sábado, maio 13
Discurso final no bar do Oswaldo
Discurso proferido honrosamente por André, no bar no Oswaldo, no mais recente encontro pós-trabalho, quando Anderson cismou em pedir uma Antártica:
“Que a Bohemia é a cerveja que deixa nossa boca com o melhor gosto final, entre todas, isso é fato, desculpem-me os discordantes, indiscutível.
Agora, será que após a décima quarta garrafa, o gosto final realmente importa?
Lembro uma época de minha infância, quando refrigerante era só em garrafa de vidro retornável e cerveja em lata ou garrafinha era raro e caro, fazendo com que nossas casas tivessem caixas de garrafas, vazias ou cheias, dependendo de haver ou não algum evento próximo, quando a Antártica era realmente boa, e havia ágio para se comprar cerveja (acreditem ou não, mas havia ágil para se comprar cerveja) e a Antártica era uma das mais caras, contrariamente de hoje, onde ela é ruim e barata, e meus tios, claro, só bebiam Antártica e não suportavam qualquer outra cerveja que fosse, nem Brahma, meu pai comprou umas doze garrafas de Antártica e o resto todo de Malt 90 (lembra?). Engenhosamente, ele, antes de devolver os cascos à adega para comprar as supracitadas, retirou, cuidadosamente, os rótulos das garrafas vazias de Antártica. E antes de colocar as garrafas cheias para gelar, tirou, cuidadosamente, os rótulos das garrafas de Malt 90, substituindo pelos rótulos de Antártica. Ele então, claro, serviu primeiramente as Antárticas originais e, quando estas acabaram, passou a servir as falsas, as Malt 90, porém tomando sempre o cuidado dele mesmo, ou eu, abrirmos as garrafas para ninguém ver a tampinha.
O resultado foi o óbvio. Já ébrios, ninguém na festa reclamou do gosto da Malt 90. Placebo.
Mas o que eu dizia, na verdade, nada tem a ver com isso.
Isso foi só para responder a pergunta: será que após a décima quarta garrafa, o gosto realmente importa? Claro que não. Na verdade o gosto fica de lado bem antes disso.
Mas, venhamos e convenhamos, é muito mais digno vomitar Bohemia do que meia Bohemia e meia Antártica. Fora o orgulho e a reputação. Imaginem você, já bêbado, decide pedir Antártica, para economizar no bolso, já que o gosto você não sente mais. Eis que chega ao bar, sem mais nem menos, aquela morena divina que você azara, mas que nunca lhe dá bola. Honestamente, ela o vendo tomar Antártica, você acha que, se antes suas chances eram mínimas, agora você terá chance alguma com ela? Esquece.
Por isso mesmo que cerveja, estejamos bêbados ou sóbrios, meus amigos, nessa mesa, filha da puta algum beberá Antártica.
E tenho dito!”
“Que a Bohemia é a cerveja que deixa nossa boca com o melhor gosto final, entre todas, isso é fato, desculpem-me os discordantes, indiscutível.
Agora, será que após a décima quarta garrafa, o gosto final realmente importa?
Lembro uma época de minha infância, quando refrigerante era só em garrafa de vidro retornável e cerveja em lata ou garrafinha era raro e caro, fazendo com que nossas casas tivessem caixas de garrafas, vazias ou cheias, dependendo de haver ou não algum evento próximo, quando a Antártica era realmente boa, e havia ágio para se comprar cerveja (acreditem ou não, mas havia ágil para se comprar cerveja) e a Antártica era uma das mais caras, contrariamente de hoje, onde ela é ruim e barata, e meus tios, claro, só bebiam Antártica e não suportavam qualquer outra cerveja que fosse, nem Brahma, meu pai comprou umas doze garrafas de Antártica e o resto todo de Malt 90 (lembra?). Engenhosamente, ele, antes de devolver os cascos à adega para comprar as supracitadas, retirou, cuidadosamente, os rótulos das garrafas vazias de Antártica. E antes de colocar as garrafas cheias para gelar, tirou, cuidadosamente, os rótulos das garrafas de Malt 90, substituindo pelos rótulos de Antártica. Ele então, claro, serviu primeiramente as Antárticas originais e, quando estas acabaram, passou a servir as falsas, as Malt 90, porém tomando sempre o cuidado dele mesmo, ou eu, abrirmos as garrafas para ninguém ver a tampinha.
O resultado foi o óbvio. Já ébrios, ninguém na festa reclamou do gosto da Malt 90. Placebo.
Mas o que eu dizia, na verdade, nada tem a ver com isso.
Isso foi só para responder a pergunta: será que após a décima quarta garrafa, o gosto realmente importa? Claro que não. Na verdade o gosto fica de lado bem antes disso.
Mas, venhamos e convenhamos, é muito mais digno vomitar Bohemia do que meia Bohemia e meia Antártica. Fora o orgulho e a reputação. Imaginem você, já bêbado, decide pedir Antártica, para economizar no bolso, já que o gosto você não sente mais. Eis que chega ao bar, sem mais nem menos, aquela morena divina que você azara, mas que nunca lhe dá bola. Honestamente, ela o vendo tomar Antártica, você acha que, se antes suas chances eram mínimas, agora você terá chance alguma com ela? Esquece.
Por isso mesmo que cerveja, estejamos bêbados ou sóbrios, meus amigos, nessa mesa, filha da puta algum beberá Antártica.
E tenho dito!”
Tom Hanks?
Se tem algo que luto contra, luto contra os pré-conceitos que meu cérebro, pobre coitado, auto imbutiu.
São coisas besta, pequenas, inocentes até, por serem infantis, mas me incomadam.
E todos eles se referente a artes, em geral. Se não gosto de um artista qualquer, seja cantor, ator, pintor, ou o que seja que ele for, tendencio a não gostar de nenhum trabalho do qual ele tenha participado.
Então, posto isso, não é só por isso que vou assistir ao filme "O Código Da Vinci", com o "ótimo" Tom Hanks. Vou por outros 4 motivos também, bem maiores que a mediocridade com a qual ele lineia suas atuações. São eles:
- as críticas do livro foram tão boas que é impossível eu não ter a coceira;
- Andrey Tatou, que dispensa comentários;
- Jean Reno;
- Ela. Sim, ela. Ela está louca para ver o filme e pediu para eu fazer esse esforço. Pedido fácil, não?
Mas, aliás, fiquei com a pergunta agora: por que diabos Tom Hanks? Tanto ator bom por aí...
São coisas besta, pequenas, inocentes até, por serem infantis, mas me incomadam.
E todos eles se referente a artes, em geral. Se não gosto de um artista qualquer, seja cantor, ator, pintor, ou o que seja que ele for, tendencio a não gostar de nenhum trabalho do qual ele tenha participado.
Então, posto isso, não é só por isso que vou assistir ao filme "O Código Da Vinci", com o "ótimo" Tom Hanks. Vou por outros 4 motivos também, bem maiores que a mediocridade com a qual ele lineia suas atuações. São eles:
- as críticas do livro foram tão boas que é impossível eu não ter a coceira;
- Andrey Tatou, que dispensa comentários;
- Jean Reno;
- Ela. Sim, ela. Ela está louca para ver o filme e pediu para eu fazer esse esforço. Pedido fácil, não?
Mas, aliás, fiquei com a pergunta agora: por que diabos Tom Hanks? Tanto ator bom por aí...
sexta-feira, maio 12
Curiosidade
Curioso isso, mas o texto que postei ontem, abaixo aqui, foi escrito por mim há exatamente um ano atrás.
Veja só, eu escrevi o texto há um ano atrás e, na época, achei uma merda. Então ele ficou lá, guardado, empoeirado num canto qualquer do HD. Eis que hoje eu estava limpando os arquivos (ainda estou, na verdade), e achei esse texto, que reclassifiquei como apenas ruim. Ele evoluiu de uma merda para ruim, o que é bom. Mas não foi por isso que o postei. Foi pela conhecidencia da data. Ontem, coincidentemente, reli um texto que fazia um ano. E, como presente, o texto ganhou uma publicação. Bela merda, não?
Sabem o que isso quer dizer?
Porra nenhuma.
Mas se você acha que significa algo...
Aliás, se você leu o texto abaixo e também achau uma merda, guarde-o. Daqui a um ano volte aqui e releia-o e veja se essa merda melhorou.
Eu duvido. Mas não custa tentar.
Veja só, eu escrevi o texto há um ano atrás e, na época, achei uma merda. Então ele ficou lá, guardado, empoeirado num canto qualquer do HD. Eis que hoje eu estava limpando os arquivos (ainda estou, na verdade), e achei esse texto, que reclassifiquei como apenas ruim. Ele evoluiu de uma merda para ruim, o que é bom. Mas não foi por isso que o postei. Foi pela conhecidencia da data. Ontem, coincidentemente, reli um texto que fazia um ano. E, como presente, o texto ganhou uma publicação. Bela merda, não?
Sabem o que isso quer dizer?
Porra nenhuma.
Mas se você acha que significa algo...
Aliás, se você leu o texto abaixo e também achau uma merda, guarde-o. Daqui a um ano volte aqui e releia-o e veja se essa merda melhorou.
Eu duvido. Mas não custa tentar.
quinta-feira, maio 11
E o pior ainda é a solidão...
Por pura falta do que fazer, ou pelo excesso de cerveja que já tinha subido á cabeça, que eu tomei completamente sozinha em casa, ou pelo CD do Massive Atack, que ouvi por cinco vezes seguidas no repeat, não sei, mas, por algum motivo, sentei em frente a um computador no intuído de fazer qualquer coisa que me tirasse dessa vida chata e monótona. Na verdade, talvez tenha sido por tudo isso ao mesmo tempo, não sei. Tudo que sei é que sentei em frente ao computador e conectei a Internet. Mas antes, e aí mora meu erro, eu decidi cair na besteira de fumar um baseado.
Agora imaginem: o que faz uma mulher, sábado à noite, sozinha em casa, bêbada (sim, já estava bêbada), ouvindo Massive Atack, e fumando um baseado?
Sim, eu estou solteira, claro. Isso é óbvio demais. Arrisquem mais...
Não. Não sou solitária. É que as amigas todas estão namorando, ou com rolo firme, e saíram com seus respectivos machos nessa maldita noite.
Deprê? Olha, acho que não fosse a porra da TPM, eu nem teria aberto a primeira latinha. Mas tudo bem, até dou um desconto para seu palpite de depressão. Mas foi a cerveja, na verdade, que me deixou deprê.
O que aconteceu é que fiquei umas vinte horas no Orkut, procurando alguém que pudesse desejar esse corpo aqui.
Mas, gente do céu, olhe bem para mim. Meu espelho não mente. O que essa maldita barriga faz aqui? Que merda essa celulite? Minha bunda está enorme, grande demais, credo. Que homem, digam-me, que homem iría querer algo assim?
Nenhum!! Claro que nenhum.
Por isso mesmo que, depois de meia hora no Orkut, depois de ter terminado o baseado e tomado o primeiro gole da terceira cerveja aberta desde que sentei em frente ao computador, eu consegui a proeza de lavar o teclado com essa coisa nojenta que nem citarei o nome. Meu fígado já não agüenta mais. Não tem o mesmo pique da época antiga. Bebi pouco, fumei menos ainda e lavei o teclado, coloquei tudo pra fora, eca!
Pior que tudo isso: não achei ninguém.
Passei o sábado sozinha e abraçada ao vaso. Ainda quebrei a unha do indicador da mão esquerda.
Odeio essa maldita solidão!
Agora imaginem: o que faz uma mulher, sábado à noite, sozinha em casa, bêbada (sim, já estava bêbada), ouvindo Massive Atack, e fumando um baseado?
Sim, eu estou solteira, claro. Isso é óbvio demais. Arrisquem mais...
Não. Não sou solitária. É que as amigas todas estão namorando, ou com rolo firme, e saíram com seus respectivos machos nessa maldita noite.
Deprê? Olha, acho que não fosse a porra da TPM, eu nem teria aberto a primeira latinha. Mas tudo bem, até dou um desconto para seu palpite de depressão. Mas foi a cerveja, na verdade, que me deixou deprê.
O que aconteceu é que fiquei umas vinte horas no Orkut, procurando alguém que pudesse desejar esse corpo aqui.
Mas, gente do céu, olhe bem para mim. Meu espelho não mente. O que essa maldita barriga faz aqui? Que merda essa celulite? Minha bunda está enorme, grande demais, credo. Que homem, digam-me, que homem iría querer algo assim?
Nenhum!! Claro que nenhum.
Por isso mesmo que, depois de meia hora no Orkut, depois de ter terminado o baseado e tomado o primeiro gole da terceira cerveja aberta desde que sentei em frente ao computador, eu consegui a proeza de lavar o teclado com essa coisa nojenta que nem citarei o nome. Meu fígado já não agüenta mais. Não tem o mesmo pique da época antiga. Bebi pouco, fumei menos ainda e lavei o teclado, coloquei tudo pra fora, eca!
Pior que tudo isso: não achei ninguém.
Passei o sábado sozinha e abraçada ao vaso. Ainda quebrei a unha do indicador da mão esquerda.
Odeio essa maldita solidão!
sexta-feira, maio 5
Barbárie
Mas eu mal cheguei e os corinthianos fazem uma coisa dessas?
Pois eu tinha tanto para escrever e agora só consigo pensar numa coisa: não tem nenhum promotor público para impedir o Corínthians de mandar seus jogos no Pacaembú?
E não me venham falando que o corínthians não teria outro lugar para jogar, porque, por aí, coisa que não falta é campo de várzea...
Pois eu tinha tanto para escrever e agora só consigo pensar numa coisa: não tem nenhum promotor público para impedir o Corínthians de mandar seus jogos no Pacaembú?
E não me venham falando que o corínthians não teria outro lugar para jogar, porque, por aí, coisa que não falta é campo de várzea...
quinta-feira, maio 4
Boa Nova
É duro esse negócio de morrer, viu.
Pior ainda da LAN Celeste morrer também. Já viu, não? A coisa só piora...
Cheguei ao cúmulo de possuir um corpo de um gordo babão punheteiro só para escrever isso aqui. É dose...
Mas, enfin (lê-se anfã), vim aqui para dizer que não tenho atualizado nada aqui pois:
- a LAN Celeste foi infectada por um virus foderoso. Adivinhem quem foi o Cão que fez isso. Pois é. O próprio.
- O trabalho que dá para possuir o corpo de alguém (down there on earth é mais fácil; a galera é fácil, fácil) só para atualizar o blog....
- Sim, pensei em psicografia. Mas também não daria certo.
Então é isso. Certo?
"Nããããããããão!!!!", gritam ao fundo....
Não mesmo.
Vim aqui para dar uma boa nova, conforme dito acima, então vamos a ela...
BOA NOVA
Segundo promessas celestiais, amanhã é o grande dia. Segurem-se na cadeira, mas há uma gigantesca possibilidade de eu conseguir voltar à Terra, no mesmo corpinho magrelo de sempre, mesmo sorriso débil, mesmo tudo.
Então, preparem-se: amanhã, provavelmente, se tudo der certo, axalá meu rei, estarei de volta, com placa mãe nova. Cruzem os dedos.
É isso!
Opa! Quase esqueço! O gordo babão estava tomando um Milk Shake de café quando possui seu corpo. Dica? Então anotem: experimentem. É uma delícia divína.
Pior ainda da LAN Celeste morrer também. Já viu, não? A coisa só piora...
Cheguei ao cúmulo de possuir um corpo de um gordo babão punheteiro só para escrever isso aqui. É dose...
Mas, enfin (lê-se anfã), vim aqui para dizer que não tenho atualizado nada aqui pois:
- a LAN Celeste foi infectada por um virus foderoso. Adivinhem quem foi o Cão que fez isso. Pois é. O próprio.
- O trabalho que dá para possuir o corpo de alguém (down there on earth é mais fácil; a galera é fácil, fácil) só para atualizar o blog....
- Sim, pensei em psicografia. Mas também não daria certo.
Então é isso. Certo?
"Nããããããããão!!!!", gritam ao fundo....
Não mesmo.
Vim aqui para dar uma boa nova, conforme dito acima, então vamos a ela...
BOA NOVA
Segundo promessas celestiais, amanhã é o grande dia. Segurem-se na cadeira, mas há uma gigantesca possibilidade de eu conseguir voltar à Terra, no mesmo corpinho magrelo de sempre, mesmo sorriso débil, mesmo tudo.
Então, preparem-se: amanhã, provavelmente, se tudo der certo, axalá meu rei, estarei de volta, com placa mãe nova. Cruzem os dedos.
É isso!
Opa! Quase esqueço! O gordo babão estava tomando um Milk Shake de café quando possui seu corpo. Dica? Então anotem: experimentem. É uma delícia divína.
sexta-feira, abril 7
Morri
É isso mesmo! Não se assustem, fiquem calmos. Mas eu realmente morri. E não foi hoje, ontem, nem nada. Já faz um tempo que morri.
Morri tranqüilamente, em paz. Morri bem. Morri mortinho. Morri.
Foi por isso que sumi, que não apareço mais em lugar nenhum, em blog nenhum e, principalmente, por isso que não tenho atualizado esse blog aqui.
Quer dizer, na verdade, não tenho aparecido em lugar nenhum, seja virtual como metafisicamente, não porque eu efetivamente estava, ou melhor, estou morto. E sim porque uma série de fatores pos-morten me impediam de conseguir, efetivamente, aparecer.
Num primeiro momento, eu estava numa fase difícil de definições, com os donos do pos-morten, para saber, finalmente, onde eu iria descansar em paz, ou não descansar nunca, ou o que efetivamente fariam comigo. Essa fase foi a mais complicada. Eu não podia aparecer nem em terreiros de Umbanda ou ritos espíritas para me fazer ouvir pelas bandas daí, da Terra.
Bom, saibam vocês que já tenho um lugar definido, mas não posso revelar (essa foi uma das condições, que vocês lerão mais para frente, para que eu voltasse aqui para esse blog).
Depois de definido um local de permanecia eterna, tive que colocar em prática toda a capacidade política que obtive quando vivo, para conseguir autorização Superior para acesso, navegação e atualização de páginas da Internet terrena. Entendeu? Eu lutei como um louco pelos lados do Eterno para conseguir a permissão especial Superior de acesso a Internet. E não foi nada fácil.
Quando eu finalmente consegui a autorização Superior especial de acesso à Internet, ela, a autorização, veio seguida de uma série de exigências. Entre elas, estão a de eu não revelar, afinal, onde exatamente estou, como exatamente é, blá, blá, blá. Por isso, religiosos ávidos em saber, afinal, em qual das muitas teorias pos-morten está fincada a verdade, esqueçam. Não posso dizer se virei cachorro, porco, se voltei com outro nome, em outro corpo, como bebê, dentro de outra família, se estou em algum limbo, paraíso, inferno... Aliás, existe paraíso ou inferno? Querem saber? Pois não conto. Não adianta insistir, que não conto. Vai morrer curioso, literalmente, em relação a esse assunto. E nem adianta tentar usar de astúcia, alegar que se estou acessando a Internet é porque não voltei para a Terra, logo estou ou em algum tipo de inferno ou em algum tipo de paraíso, que essa teoria eu derrubo já! Veja, quem garante a vocês que eu não voltei à Terra e consegui a tal licença especial (que justamente por isso foi tão árdua de se obter) para que eu pudesse voltar a um plano místico qualquer, enquanto meu corpo esteja dormindo, para conseguir esse acesso?
Bom, deixemos isso de lado e vamos a resto da história.
Como eu dizia, finalmente consegui a tal autorização Superior especial. Tudo muito lindo, tudo muito maravilhoso, não? Não. Porque, ser Superior!, de que me adianta um bendita ou maldita autorização de acesso à Internet ser por esses lados de cá não há, pasmem, nenhuma Lan House. Nenhuma! Acredita? Pois é.
A minha sorte é que, quando vivo, obtive consecimentos básicos sobre informática, suficientes para me permitir montar, claro, sempre com a tal autorização Superior especial, uma rede de computadores conectados à Internet.
E cá estou, agora, um pouco mais feliz, conectado à Internet, nessa mini Lan House gratuita que montei aqui, sentado, creiam vocês ou não, exatamente entre Jesus e Alá, que acessam coisas que não fui autorizado a revelar. Buddha não quis saber desse negócio de Internet e Belzebu está como criança, de tão feliz com a novidade.
Pois então é isso. Sumi, mas tive lá meus motivos, como podem ver. Mas agora a coisa promete melhorar e minhas visitas podem voltar a ser freqüentes.
Mas agora tenho que ir. Meu tempo de conexão está acabando e não posso tardar mais.
Nos falamos por aí.
Ah, quando ao livro do Zé, das Intermitencias da Morte...
Fica para a próxima. Meu tempo acabou.
Morri tranqüilamente, em paz. Morri bem. Morri mortinho. Morri.
Foi por isso que sumi, que não apareço mais em lugar nenhum, em blog nenhum e, principalmente, por isso que não tenho atualizado esse blog aqui.
Quer dizer, na verdade, não tenho aparecido em lugar nenhum, seja virtual como metafisicamente, não porque eu efetivamente estava, ou melhor, estou morto. E sim porque uma série de fatores pos-morten me impediam de conseguir, efetivamente, aparecer.
Num primeiro momento, eu estava numa fase difícil de definições, com os donos do pos-morten, para saber, finalmente, onde eu iria descansar em paz, ou não descansar nunca, ou o que efetivamente fariam comigo. Essa fase foi a mais complicada. Eu não podia aparecer nem em terreiros de Umbanda ou ritos espíritas para me fazer ouvir pelas bandas daí, da Terra.
Bom, saibam vocês que já tenho um lugar definido, mas não posso revelar (essa foi uma das condições, que vocês lerão mais para frente, para que eu voltasse aqui para esse blog).
Depois de definido um local de permanecia eterna, tive que colocar em prática toda a capacidade política que obtive quando vivo, para conseguir autorização Superior para acesso, navegação e atualização de páginas da Internet terrena. Entendeu? Eu lutei como um louco pelos lados do Eterno para conseguir a permissão especial Superior de acesso a Internet. E não foi nada fácil.
Quando eu finalmente consegui a autorização Superior especial de acesso à Internet, ela, a autorização, veio seguida de uma série de exigências. Entre elas, estão a de eu não revelar, afinal, onde exatamente estou, como exatamente é, blá, blá, blá. Por isso, religiosos ávidos em saber, afinal, em qual das muitas teorias pos-morten está fincada a verdade, esqueçam. Não posso dizer se virei cachorro, porco, se voltei com outro nome, em outro corpo, como bebê, dentro de outra família, se estou em algum limbo, paraíso, inferno... Aliás, existe paraíso ou inferno? Querem saber? Pois não conto. Não adianta insistir, que não conto. Vai morrer curioso, literalmente, em relação a esse assunto. E nem adianta tentar usar de astúcia, alegar que se estou acessando a Internet é porque não voltei para a Terra, logo estou ou em algum tipo de inferno ou em algum tipo de paraíso, que essa teoria eu derrubo já! Veja, quem garante a vocês que eu não voltei à Terra e consegui a tal licença especial (que justamente por isso foi tão árdua de se obter) para que eu pudesse voltar a um plano místico qualquer, enquanto meu corpo esteja dormindo, para conseguir esse acesso?
Bom, deixemos isso de lado e vamos a resto da história.
Como eu dizia, finalmente consegui a tal autorização Superior especial. Tudo muito lindo, tudo muito maravilhoso, não? Não. Porque, ser Superior!, de que me adianta um bendita ou maldita autorização de acesso à Internet ser por esses lados de cá não há, pasmem, nenhuma Lan House. Nenhuma! Acredita? Pois é.
A minha sorte é que, quando vivo, obtive consecimentos básicos sobre informática, suficientes para me permitir montar, claro, sempre com a tal autorização Superior especial, uma rede de computadores conectados à Internet.
E cá estou, agora, um pouco mais feliz, conectado à Internet, nessa mini Lan House gratuita que montei aqui, sentado, creiam vocês ou não, exatamente entre Jesus e Alá, que acessam coisas que não fui autorizado a revelar. Buddha não quis saber desse negócio de Internet e Belzebu está como criança, de tão feliz com a novidade.
Pois então é isso. Sumi, mas tive lá meus motivos, como podem ver. Mas agora a coisa promete melhorar e minhas visitas podem voltar a ser freqüentes.
Mas agora tenho que ir. Meu tempo de conexão está acabando e não posso tardar mais.
Nos falamos por aí.
Ah, quando ao livro do Zé, das Intermitencias da Morte...
Fica para a próxima. Meu tempo acabou.
terça-feira, março 21
Casamentos
Faz trinta anos que casei com a Lurdinha. Trinta anos! Completados hoje.
Trinta anos!
O curioso é que, mesmo casados há trinta anos, mais os dois meses de namoro que antecederam ao casamento, nenhum dos familiares de Lurdinha falam conosco. Aliás, nunca falaram. Arrepiam-se, até, quando nosso nome é pronunciado. Apenas os pais de Lurdinha ainda nos vêem. Nem a irmã dela fala mais com ela.
E tudo por um erro fatal que cometi. Erro besta. Erro estúpido: casei sem conhecer os familiares da noiva. Mas só não os conheci porque todos da família, exceto pais, moravam no interior paulista.
Afinal, apaixonado, encantado, amando, decidi casar com aquela que era a mulher mais linda e gostosa (e bote gostosa nisso, aliás) com apenas três meses de relacionamento. Isso só foi possível porque fizemos faculdade juntos, durante cinco anos, antes de o namoro começar. Aliás, devo dizer, o namoro só não começou antes porque ela tinha um namorado qualquer. Mas foi só ela terminar o namoro que dia seguinte eu estava lá, boca-na-boca com ela. Não perdi tempo.
E, como já disse, também não perdi tempo em relação ao casamento. Fui a casa dela, conheci os pais e anunciei o matrimônio, o que gerou exaltadas discussões com o pai, pois não queria ceder sua “santa” filha para alguém que ele mal conhecera.
Bom, o que importa aqui é que o convenci. Marcada a data, fizeram-se os convites e menos de mês depois estava eu ao altar. Do altar, para o salão paroquial, onde os noivos foram cumprimentados. E aí começou toda a merda.
Durante os cumprimentos pós-matrimoniais eu finalmente tive a oportunidade de conhecer a família da noiva. E descobri o trágico: minha esposa, apesar de linda, de deliciosa, e tudo mais, era, por mais incrível que isso possa parecer, a mais feiazinha entre todas as primas. E bote primas nisso. Eram nove, no total. Nove! Uma mais gostosa, mais bonita, mais deliciosa que a outra. Era uma guerra em família. Eu fiquei perdido, perdido, perdido. O pior de tudo foi que, além da delicia visual que eu tinha ali, no salão paroquial, as primas, empolgadas com o casório da prima da capital, com um moço bonitão (modéstia eu tenho, mas tenho consciência também, afinal já fui modelo, peralá!), me deram os cumprimentos mais apertados, quentes e intensos da festa.
Foi ali, naqueles cumprimentos entusiasmados, que decidi: casei com a prima errada. E tomei uma decisão óbvia, lógica e que, de anormal, nada tinha. Decidi fazer um, digamos, test drive familiar. Beijei, lambi, chupei e comi todas as nove primas de minha esposa. Tudo isso num período de três meses. Exatamente nos três meses que sucederam as citadas bodas. E, esperto que sou, para incentivar a disputa e conseguir tirar o melhor de cada concorrente, fiz o que fiz avisando a todas o que eu estava fazendo. Assim todas sabiam que estavam enfrentando concorrência e conheciam suas concorrentes. Óbvio foi, e, confesso, não esperei nada diferente, que o causo correu a boca pequena dentro de toda a família. O casamento em si, pobre dele, não durou dois meses. Foi só o tempo de minha esposa saber do que ocorria e de eu decidir que ela, definitivamente, não era a melhor entre as primas.
A árdua disputa gerou, por um tempo, inimizade geral entre as primas. Inimizade finada até o tempo de minha escolha, por Lurdinha (que ganhou por pouco de sua irmã, a Cícera), quando todas se uniram no ódio contra a melhor entre as primas.
Foi então que decidi, agora sem dúvidas sobre minha escolha, e sem erro, que casaria com Lurdinha. E casei. Casei e hoje completamos trinta anos de bodas.
Claro, meus problemas, na verdade, não acabaram. Depois que casei com a Lurdinha, você não iria acreditar na vizinha que arrumamos.
Mas, dessa vez, resolvi o problema de outra forma. E nem Lurdinha, nem o marido da vizinha, nunca desconfiaram de nada.
Trinta anos!
O curioso é que, mesmo casados há trinta anos, mais os dois meses de namoro que antecederam ao casamento, nenhum dos familiares de Lurdinha falam conosco. Aliás, nunca falaram. Arrepiam-se, até, quando nosso nome é pronunciado. Apenas os pais de Lurdinha ainda nos vêem. Nem a irmã dela fala mais com ela.
E tudo por um erro fatal que cometi. Erro besta. Erro estúpido: casei sem conhecer os familiares da noiva. Mas só não os conheci porque todos da família, exceto pais, moravam no interior paulista.
Afinal, apaixonado, encantado, amando, decidi casar com aquela que era a mulher mais linda e gostosa (e bote gostosa nisso, aliás) com apenas três meses de relacionamento. Isso só foi possível porque fizemos faculdade juntos, durante cinco anos, antes de o namoro começar. Aliás, devo dizer, o namoro só não começou antes porque ela tinha um namorado qualquer. Mas foi só ela terminar o namoro que dia seguinte eu estava lá, boca-na-boca com ela. Não perdi tempo.
E, como já disse, também não perdi tempo em relação ao casamento. Fui a casa dela, conheci os pais e anunciei o matrimônio, o que gerou exaltadas discussões com o pai, pois não queria ceder sua “santa” filha para alguém que ele mal conhecera.
Bom, o que importa aqui é que o convenci. Marcada a data, fizeram-se os convites e menos de mês depois estava eu ao altar. Do altar, para o salão paroquial, onde os noivos foram cumprimentados. E aí começou toda a merda.
Durante os cumprimentos pós-matrimoniais eu finalmente tive a oportunidade de conhecer a família da noiva. E descobri o trágico: minha esposa, apesar de linda, de deliciosa, e tudo mais, era, por mais incrível que isso possa parecer, a mais feiazinha entre todas as primas. E bote primas nisso. Eram nove, no total. Nove! Uma mais gostosa, mais bonita, mais deliciosa que a outra. Era uma guerra em família. Eu fiquei perdido, perdido, perdido. O pior de tudo foi que, além da delicia visual que eu tinha ali, no salão paroquial, as primas, empolgadas com o casório da prima da capital, com um moço bonitão (modéstia eu tenho, mas tenho consciência também, afinal já fui modelo, peralá!), me deram os cumprimentos mais apertados, quentes e intensos da festa.
Foi ali, naqueles cumprimentos entusiasmados, que decidi: casei com a prima errada. E tomei uma decisão óbvia, lógica e que, de anormal, nada tinha. Decidi fazer um, digamos, test drive familiar. Beijei, lambi, chupei e comi todas as nove primas de minha esposa. Tudo isso num período de três meses. Exatamente nos três meses que sucederam as citadas bodas. E, esperto que sou, para incentivar a disputa e conseguir tirar o melhor de cada concorrente, fiz o que fiz avisando a todas o que eu estava fazendo. Assim todas sabiam que estavam enfrentando concorrência e conheciam suas concorrentes. Óbvio foi, e, confesso, não esperei nada diferente, que o causo correu a boca pequena dentro de toda a família. O casamento em si, pobre dele, não durou dois meses. Foi só o tempo de minha esposa saber do que ocorria e de eu decidir que ela, definitivamente, não era a melhor entre as primas.
A árdua disputa gerou, por um tempo, inimizade geral entre as primas. Inimizade finada até o tempo de minha escolha, por Lurdinha (que ganhou por pouco de sua irmã, a Cícera), quando todas se uniram no ódio contra a melhor entre as primas.
Foi então que decidi, agora sem dúvidas sobre minha escolha, e sem erro, que casaria com Lurdinha. E casei. Casei e hoje completamos trinta anos de bodas.
Claro, meus problemas, na verdade, não acabaram. Depois que casei com a Lurdinha, você não iria acreditar na vizinha que arrumamos.
Mas, dessa vez, resolvi o problema de outra forma. E nem Lurdinha, nem o marido da vizinha, nunca desconfiaram de nada.
quarta-feira, março 8
terça-feira, março 7
Sexta-feira tensa
- Oi, vaca! – atendeu Júlia.
- Ah, Jú, me ajuda. – respondeu Rita
- O que foi? Tudo bem?
- Não.
- O que foi?
- É essa sexta-feira maldita! Eu odeio quando o último dia útil do mês cai na sexta. Odeio!
- Vixi, amiga, relaxa. Ela já acabou. Agora a noite é nossa.
- É, nada. Ah, Julinha, eu 'tô mais dura do que qualquer coisa que eu tenha visto nos últimos meses...
- Credo, Rita! Então a gente tem outro problema, né? – disse Júlia, deixando escapar uma risadinha suave.
- Nem me fale...
- Ah, Ritoca, pare com isso. Onde você ‘tá?
- No ponto de ônibus perto da empresa.
- Então pegue um ônibus e vem pra cá. A gente vai se divertir, mesmo sem dinheiro.
Assim que desligou o telefone, Júlia ligou para a Rosa, intimando-a a comparecer ao rendez-vous que se armava, e foda-se se a Rosa tinha algum outro plano para a sexta.
- Mas, Julião, eu marquei um cineminha com o Pedro.
- Não, Ró, ele vai entender. Deixe que eu falo com ele. Relaxe e vem. É vida ou morte. Sua morte, no caso.
E lá foi Júlia atrás de um fumo, que ela jurava ter em algum lugar da casa.
A grande maldição é que ela tinha escondido o fumo muito bem, para que o Gustavo, “aquele corno, filho da puta”, como ela chamava seu ex-namorado, nunca encontrasse.
Quando a campainha tocou – o porteiro já nem mais interfonava para seu apartamento quando uma de suas amigas chegava – ela ainda não tinha encontrado o fumo.
- Vaca, abre aqui! – gritou Rosa do lado de fora. - Que merda de cheiro é esse?
- Incenso. – Disse Júlia abrindo a porta - É para a Rita.
Quando Rita finalmente chegou, os furacões Júlia e Rosa já tinham devastado o apartamento.
- Meninas de Deus, o que é isso?
Júlia nem perdeu tempo:
- Rita, por Deus, lembra quando o corno filho da puta se instalou aqui em casa?
- Claro.
- Lembra que eu tinha um fumo maravilhoso que escondi muito bem para que ele não achasse? - Lembro.
- Lembra onde foi?
- Claro.
- Sua puta!
- Ninguém manda ser lesada. Você enterrou no vaso da figueira, lembra?
Quinze minutos depois, elas pulavam e cantavam, completamente chapadas, só de calcinha, na sala, enquanto ouviam, repetidamente, a segunda metade da música Jaya jagatembe, do Krihsna Das.
- Ah, Jú, me ajuda. – respondeu Rita
- O que foi? Tudo bem?
- Não.
- O que foi?
- É essa sexta-feira maldita! Eu odeio quando o último dia útil do mês cai na sexta. Odeio!
- Vixi, amiga, relaxa. Ela já acabou. Agora a noite é nossa.
- É, nada. Ah, Julinha, eu 'tô mais dura do que qualquer coisa que eu tenha visto nos últimos meses...
- Credo, Rita! Então a gente tem outro problema, né? – disse Júlia, deixando escapar uma risadinha suave.
- Nem me fale...
- Ah, Ritoca, pare com isso. Onde você ‘tá?
- No ponto de ônibus perto da empresa.
- Então pegue um ônibus e vem pra cá. A gente vai se divertir, mesmo sem dinheiro.
Assim que desligou o telefone, Júlia ligou para a Rosa, intimando-a a comparecer ao rendez-vous que se armava, e foda-se se a Rosa tinha algum outro plano para a sexta.
- Mas, Julião, eu marquei um cineminha com o Pedro.
- Não, Ró, ele vai entender. Deixe que eu falo com ele. Relaxe e vem. É vida ou morte. Sua morte, no caso.
E lá foi Júlia atrás de um fumo, que ela jurava ter em algum lugar da casa.
A grande maldição é que ela tinha escondido o fumo muito bem, para que o Gustavo, “aquele corno, filho da puta”, como ela chamava seu ex-namorado, nunca encontrasse.
Quando a campainha tocou – o porteiro já nem mais interfonava para seu apartamento quando uma de suas amigas chegava – ela ainda não tinha encontrado o fumo.
- Vaca, abre aqui! – gritou Rosa do lado de fora. - Que merda de cheiro é esse?
- Incenso. – Disse Júlia abrindo a porta - É para a Rita.
Quando Rita finalmente chegou, os furacões Júlia e Rosa já tinham devastado o apartamento.
- Meninas de Deus, o que é isso?
Júlia nem perdeu tempo:
- Rita, por Deus, lembra quando o corno filho da puta se instalou aqui em casa?
- Claro.
- Lembra que eu tinha um fumo maravilhoso que escondi muito bem para que ele não achasse? - Lembro.
- Lembra onde foi?
- Claro.
- Sua puta!
- Ninguém manda ser lesada. Você enterrou no vaso da figueira, lembra?
Quinze minutos depois, elas pulavam e cantavam, completamente chapadas, só de calcinha, na sala, enquanto ouviam, repetidamente, a segunda metade da música Jaya jagatembe, do Krihsna Das.
segunda-feira, março 6
MULHERES
Eis, a semana, não?
Ou é só mais uma semana dentro das todas outras em que devemos venerar as mulheres ao nosso redor?
De qualquer forma, essa semana tem tratamento especial a elas, que merecem. Sempre.
Ou é só mais uma semana dentro das todas outras em que devemos venerar as mulheres ao nosso redor?
De qualquer forma, essa semana tem tratamento especial a elas, que merecem. Sempre.
Oscar qual?
E o Oscar, hein? Que coisa, não?
Bem, honestamente, não.Ô coisinha mais chata.
Eu nunca, em toda minha vida, consegui assistir a uma cerimônia dessas, e não foi por falta de tentativa. Em todas as vezes que tentei o resultado foi o mesmo: sempre tem outra coisa muito mais interessante para se fazer ou para se ver (ontem, p. ex. a HBO passou HellBoy).
É sério.
VMB (Vídeo Music Brasil), Grammy, Cannes, Globo de Ouro, MTV Movie Awards, Oscar... ufa! Não faltam prêmios por aí para os outros tentarem dizer pra gente, ou melhor, empurrar pela nossa goela abaixo quem é o supostamente melhor.
Mas, e daí? Não gosto de filmes Hollywoodanos. A música pop, ou melhor, as músicas mais populares, em geral, não tocam no meu radinho de pilha. Então, para mim, esses prêmios não significam absolutamente nada.
Desculpe, mas tente entender: eu sou amante de artes. Mas leia com calma: A R T E S. Entendeu? Arte. E arte, claro, como todos nós sabemos, inclui pintura, escultura, literatura, música, teatro, dança, cinema e fotografia. Somando isso ao fato de que minha principal (e pior?) característica é ser muito, ou melhor MUITO crítico em relação a tudo que amo, o que inclui, como dito acima, artes...
Entendeu por que o Oscar não me vale picas? Raramente premia a arte.
Para mim vale muito mais, por exemplo, um prêmio como o da revista Roadie Crew, uma revista de música pesada (música essa popularmente conhecida como Metal, da qual eu gosto muito). O prêmio é eleito pelos leitores. Cada leitor pode votar uma vez e pronto. Os mais votados são eleitos os melhores. Não é isso perfeito?
Se os prêmios cinematográficos fossem focados em seus ramos, quem sabe... Digo, imagine que bacana um prêmio que premiasse efetivamente a arte, sem politicagem, nem nada. Não seria melhor?
Quer ver só? Então veja:
Você sabe o que tem em comum os filmes “Cidadão Kane”, “Fellini 8 ½” e “O Grande Ditador” (para ficar só nesse do Chaplin)?
Nenhum deles ganhou o Oscar. Ou melhor, todos eles deixaram de ganhar o Oscar para os “excelentes” e “sempre lembrados” filmes “Como era Verde meu Vale”, “As Aventuras de Tom Jones” e “Núpcias de Escândalo”, respectivamente.
Então para que perder tempo?
Aliás, a saber: no prêmio da Roadie Crew, a excelente banda “King Bird”, formada por amigos e colegas meus, que ano passado lançou seu primeiro disco por uma gravadora, mas não toca em rádio, não vende em nenhum loja fora de São paulo e essas coisas todas, conseguiu os seguintes méritos:
- 2ª banda revelação
- 3º melhor vocalista (o excelente João Luiz)
- 6º melhor guitarrista (o irmão Silvio Lopes)
Eis algo a se comentar...
Oscar, para mim, é o nome do ótimo zagueiro titular do Tricolor durante a década de '80.
Bem, honestamente, não.Ô coisinha mais chata.
Eu nunca, em toda minha vida, consegui assistir a uma cerimônia dessas, e não foi por falta de tentativa. Em todas as vezes que tentei o resultado foi o mesmo: sempre tem outra coisa muito mais interessante para se fazer ou para se ver (ontem, p. ex. a HBO passou HellBoy).
É sério.
VMB (Vídeo Music Brasil), Grammy, Cannes, Globo de Ouro, MTV Movie Awards, Oscar... ufa! Não faltam prêmios por aí para os outros tentarem dizer pra gente, ou melhor, empurrar pela nossa goela abaixo quem é o supostamente melhor.
Mas, e daí? Não gosto de filmes Hollywoodanos. A música pop, ou melhor, as músicas mais populares, em geral, não tocam no meu radinho de pilha. Então, para mim, esses prêmios não significam absolutamente nada.
Desculpe, mas tente entender: eu sou amante de artes. Mas leia com calma: A R T E S. Entendeu? Arte. E arte, claro, como todos nós sabemos, inclui pintura, escultura, literatura, música, teatro, dança, cinema e fotografia. Somando isso ao fato de que minha principal (e pior?) característica é ser muito, ou melhor MUITO crítico em relação a tudo que amo, o que inclui, como dito acima, artes...
Entendeu por que o Oscar não me vale picas? Raramente premia a arte.
Para mim vale muito mais, por exemplo, um prêmio como o da revista Roadie Crew, uma revista de música pesada (música essa popularmente conhecida como Metal, da qual eu gosto muito). O prêmio é eleito pelos leitores. Cada leitor pode votar uma vez e pronto. Os mais votados são eleitos os melhores. Não é isso perfeito?
Se os prêmios cinematográficos fossem focados em seus ramos, quem sabe... Digo, imagine que bacana um prêmio que premiasse efetivamente a arte, sem politicagem, nem nada. Não seria melhor?
Quer ver só? Então veja:
Você sabe o que tem em comum os filmes “Cidadão Kane”, “Fellini 8 ½” e “O Grande Ditador” (para ficar só nesse do Chaplin)?
Nenhum deles ganhou o Oscar. Ou melhor, todos eles deixaram de ganhar o Oscar para os “excelentes” e “sempre lembrados” filmes “Como era Verde meu Vale”, “As Aventuras de Tom Jones” e “Núpcias de Escândalo”, respectivamente.
Então para que perder tempo?
Aliás, a saber: no prêmio da Roadie Crew, a excelente banda “King Bird”, formada por amigos e colegas meus, que ano passado lançou seu primeiro disco por uma gravadora, mas não toca em rádio, não vende em nenhum loja fora de São paulo e essas coisas todas, conseguiu os seguintes méritos:
- 2ª banda revelação
- 3º melhor vocalista (o excelente João Luiz)
- 6º melhor guitarrista (o irmão Silvio Lopes)
Eis algo a se comentar...
Oscar, para mim, é o nome do ótimo zagueiro titular do Tricolor durante a década de '80.
sábado, fevereiro 18
Voando
- Como se faz para voar tão alto? – perguntou o mais novo.
- Não sei explicar.
- Mas você acabou de voar! Eu tento todo dia, todos os dias, nunca consigo, sempre caio.
- Tem coisas que você simplesmente faz. Vem de dentro. É com o coração. Não se pára para pensar antes de fazer algumas coisas. Não é tudo que fazemos com o raciocínioto. Eu nunca parei para pensar antes de voar. Enquanto estou voando, lá no alto, eu não penso em como fazer; simplesmente começo a fazer. E quando vejo, já voei.
- Eu queria tanto conseguir voar...
- Por isso não consegue. Fica ansioso demais.
- Então eu nunca voarei?
- Sim. Voará. Você só precisa aprender a relaxar.
- E só relaxar?
- E acreditar que você pode. Se você acreditar que poderá voar e relaxar, quando você não perceber, estará lá no alto, comigo. Tchau.
Alguns meses depois, deitado na grama de um parque qualquer, completamente relaxado, o mais novo ouvia uma música ao longe e começou a sonhar que estava voando. Sonhou com tanta força, que acreditou que fosse verdade. Quando deu por si, continuava deitado na grama.
Ele nunca voou.
- Não sei explicar.
- Mas você acabou de voar! Eu tento todo dia, todos os dias, nunca consigo, sempre caio.
- Tem coisas que você simplesmente faz. Vem de dentro. É com o coração. Não se pára para pensar antes de fazer algumas coisas. Não é tudo que fazemos com o raciocínioto. Eu nunca parei para pensar antes de voar. Enquanto estou voando, lá no alto, eu não penso em como fazer; simplesmente começo a fazer. E quando vejo, já voei.
- Eu queria tanto conseguir voar...
- Por isso não consegue. Fica ansioso demais.
- Então eu nunca voarei?
- Sim. Voará. Você só precisa aprender a relaxar.
- E só relaxar?
- E acreditar que você pode. Se você acreditar que poderá voar e relaxar, quando você não perceber, estará lá no alto, comigo. Tchau.
Alguns meses depois, deitado na grama de um parque qualquer, completamente relaxado, o mais novo ouvia uma música ao longe e começou a sonhar que estava voando. Sonhou com tanta força, que acreditou que fosse verdade. Quando deu por si, continuava deitado na grama.
Ele nunca voou.
quarta-feira, fevereiro 15
Brincadeira de criança?
Quando eu era moleque, a diversão estava garantida com uma coisa bem simples.
Era só pegar um copo qualquer, encher de água, pingar algumas poucas gotas de sabão líquido, desses usados para lavar louça, mexer bem, e pronto. A brincadeira já podia começar.
O desafio, além de fazer uma bolha de sabão maior que as bolhas que minha irmã e meus primos faziam, era conseguir segurar a bolha sem que ela estourasse ao tocar na mão.
Era essa, aliás, a parte que eu mais gostava. Eu nem ligava tanto para o tamanho da bolha. Qualquer bolha de sabão que saísse, lá estava eu tentando pegar a bolha na mão.
E quando eu conseguia, era uma festa.
Agora, pegar essa bolha com mão?
Nem pensar.
Era só pegar um copo qualquer, encher de água, pingar algumas poucas gotas de sabão líquido, desses usados para lavar louça, mexer bem, e pronto. A brincadeira já podia começar.
O desafio, além de fazer uma bolha de sabão maior que as bolhas que minha irmã e meus primos faziam, era conseguir segurar a bolha sem que ela estourasse ao tocar na mão.
Era essa, aliás, a parte que eu mais gostava. Eu nem ligava tanto para o tamanho da bolha. Qualquer bolha de sabão que saísse, lá estava eu tentando pegar a bolha na mão.
E quando eu conseguia, era uma festa.
Agora, pegar essa bolha com mão?
Nem pensar.
Foto de David Hancock / AFP, retirada do home da UOL.
terça-feira, fevereiro 14
Um bom almoço
O primeiro passo foi a escolha da massa, por isso mesmo fui de Spaghettini nº3, da Barilla.
No meu molho de tomate, à bolonhesa, além dos ingredientes básicos, eu coloquei, o que pra mim é indispensável: leite, que deixa o molho mais cremoso (a quantia varia de acordo com a cremosidade que vc queira dar) e açúcar, para quebrar a acidez do tomate (cuidado para não deixar o molho muito doce). Isso, claro, além de louro, majericão e orégano.
Para fechar tudo isso com chave de ouro, meia garrafa de Miolo Pinot Noir, safra 2004.
Então, a tarde melhora. Muito. Deixando somente a dúvida: quem disse que cozinhar para um e almoçar sozinho é realmente ruim?
No meu molho de tomate, à bolonhesa, além dos ingredientes básicos, eu coloquei, o que pra mim é indispensável: leite, que deixa o molho mais cremoso (a quantia varia de acordo com a cremosidade que vc queira dar) e açúcar, para quebrar a acidez do tomate (cuidado para não deixar o molho muito doce). Isso, claro, além de louro, majericão e orégano.
Para fechar tudo isso com chave de ouro, meia garrafa de Miolo Pinot Noir, safra 2004.
Então, a tarde melhora. Muito. Deixando somente a dúvida: quem disse que cozinhar para um e almoçar sozinho é realmente ruim?
Pagode da Jurema
São Paulo realmente é de encher os olhos, de elevar a alma e de acalmar o agitado coração. Mesmo com seu trânsito babilônico e com seu ritmo sem sentido, eu amo São Paulo.
Quer dizer, na verdade não é bem São Paulo que enche a alma, que eleva o coração ou que acalma os olhos, mas sim o pagode da Jurema. Lá, no pagode da Jurema, tem Original, sempre geladinha, tem a caipirinha do Pedrão, sempre caprichada, e tem ela, sambando.
Ela.
Sim, ela.
Ela que realmente enche o coração, eleva os olhos e acalma a alma. Ela, uma coisinha de pouco mais de metro e meio e que toda terça-feira está na lá, no pagode da Jurema, sambando como se o samba tivesse sido criado só para que ela sambasse.
Só vendo para entender.
Morena, com a pele queimada do Sol de Bertioga, para onde vai todo final de semana, na casa da prima que se mudou para lá, sempre com o colo à mostra, exibindo a marca do biquíni, samba só, num rebolado miúdo, contido, planejado, nada espalhafatoso, como quem aprendeu a sambar bem antes de aprender a andar.
Cabelo castanho, longo, com suaves e discretas mechas loiras da parafina que, da prancha, foi, nem ela sabe muito bem como, parar no cabelo, e que cada dia é arrumado de um jeito, vezes solto, vezes preso.
E lá vai ela, sambando, rebolando, espalhando seu cheiro pelo salão. E samba sem se preocupar com ninguém, como se ninguém estivesse vendo, como se ninguém reparasse, porque, para ela, sambar é a coisa mais normal e natural que tem.
Mas, ah, se eu pudesse, um dia só, pegar naquela cinturinha dela, que se torce e retorce como que me chamando para sambar...
É toda terça-feira.
E toda terça-feira, claro, eu, como que sem nenhuma outra intenção, estou lá na Jurema, onde sempre tem um bom samba bem tocado, só para vê-la sambar seu samba que me nocauteia.
O diabo, a maldição, o inferno é que além dela e de mim, toda terça-feira, no pagode da Jurema, eu tenho que levar, a tira-colo, a patroa, a chefe de casa, a mãe dos meus filhos. Pior, o Coisa Ruim, vestido num traje de gala vermelho, bota fogo na patroa, que sai sambando salão adentro. Um samba bonito, sem dúvida, que, de tão bonito, já me arrumou duas brigas no pagode da Jurema. Mas, coitada da patroa. Por mais que sambe, e, repito, samba muito bem, mesmo sendo loira, filha de alemães, nunca vai conseguir sambar que nem a outra. Nunca vai sambar com a graça que só aquela outra tem.
Enfim, ainda assim, acredito que Deus me abençoou, porque é graças a Ele que a patroa gosta de samba. Gosta tanto que se eu, numa terça-feira qualquer, deixar a entender que não vamos ao pagode da Jurema, ganho carinhos extras, que a patroa me dá só para me convencer de levá-la na Jurema. E é graças a esse amor da patroa pelo samba que, toda terça-feira, eu vejo aquele rebolar gostoso de metro e meio a espalhar, pelo salão, o charme de sua morenice, adquirida em Bertioga. Charme que eu admiro da mesa, mesmo, com minha Original gelada e a caipirinha do Pedrão como companhias. Não ouso arriscar um passo de samba sequer. No máximo, tamborilo timidamente meus dedos sobre a mesa, no ritmo do samba, mesmo porque, afinal, tem uma coisa que nem a patroa sabe: eu odeio samba.
Quer dizer, na verdade não é bem São Paulo que enche a alma, que eleva o coração ou que acalma os olhos, mas sim o pagode da Jurema. Lá, no pagode da Jurema, tem Original, sempre geladinha, tem a caipirinha do Pedrão, sempre caprichada, e tem ela, sambando.
Ela.
Sim, ela.
Ela que realmente enche o coração, eleva os olhos e acalma a alma. Ela, uma coisinha de pouco mais de metro e meio e que toda terça-feira está na lá, no pagode da Jurema, sambando como se o samba tivesse sido criado só para que ela sambasse.
Só vendo para entender.
Morena, com a pele queimada do Sol de Bertioga, para onde vai todo final de semana, na casa da prima que se mudou para lá, sempre com o colo à mostra, exibindo a marca do biquíni, samba só, num rebolado miúdo, contido, planejado, nada espalhafatoso, como quem aprendeu a sambar bem antes de aprender a andar.
Cabelo castanho, longo, com suaves e discretas mechas loiras da parafina que, da prancha, foi, nem ela sabe muito bem como, parar no cabelo, e que cada dia é arrumado de um jeito, vezes solto, vezes preso.
E lá vai ela, sambando, rebolando, espalhando seu cheiro pelo salão. E samba sem se preocupar com ninguém, como se ninguém estivesse vendo, como se ninguém reparasse, porque, para ela, sambar é a coisa mais normal e natural que tem.
Mas, ah, se eu pudesse, um dia só, pegar naquela cinturinha dela, que se torce e retorce como que me chamando para sambar...
É toda terça-feira.
E toda terça-feira, claro, eu, como que sem nenhuma outra intenção, estou lá na Jurema, onde sempre tem um bom samba bem tocado, só para vê-la sambar seu samba que me nocauteia.
O diabo, a maldição, o inferno é que além dela e de mim, toda terça-feira, no pagode da Jurema, eu tenho que levar, a tira-colo, a patroa, a chefe de casa, a mãe dos meus filhos. Pior, o Coisa Ruim, vestido num traje de gala vermelho, bota fogo na patroa, que sai sambando salão adentro. Um samba bonito, sem dúvida, que, de tão bonito, já me arrumou duas brigas no pagode da Jurema. Mas, coitada da patroa. Por mais que sambe, e, repito, samba muito bem, mesmo sendo loira, filha de alemães, nunca vai conseguir sambar que nem a outra. Nunca vai sambar com a graça que só aquela outra tem.
Enfim, ainda assim, acredito que Deus me abençoou, porque é graças a Ele que a patroa gosta de samba. Gosta tanto que se eu, numa terça-feira qualquer, deixar a entender que não vamos ao pagode da Jurema, ganho carinhos extras, que a patroa me dá só para me convencer de levá-la na Jurema. E é graças a esse amor da patroa pelo samba que, toda terça-feira, eu vejo aquele rebolar gostoso de metro e meio a espalhar, pelo salão, o charme de sua morenice, adquirida em Bertioga. Charme que eu admiro da mesa, mesmo, com minha Original gelada e a caipirinha do Pedrão como companhias. Não ouso arriscar um passo de samba sequer. No máximo, tamborilo timidamente meus dedos sobre a mesa, no ritmo do samba, mesmo porque, afinal, tem uma coisa que nem a patroa sabe: eu odeio samba.
domingo, fevereiro 12
Pizza, alimento sagrado e... doce
A pizza pode ser um alimento sagrado.
Pode. Não necessariamente é (e o Rio de Janeiro, desculpem-me os cariocas, é mestre em provar isso).
Para ser sagrada a pizza depende de muitos detalhes.
Começa pela massa, que deve ser saborosa, e não deve ser nem grossa, nem muito fina (afinal borda se come, não se joga fora). O molho de tomate é a peça chave da pizza. Molho caseiro, bem temperado, sem economia, sem exagero, deixa a pizza deliciosa. O queijo utilizado, seja um mozarela, seja o requeijão (Catupiry é a marca, anta!), ou qualquer outro, no caso da deliciosa 4 queijos, deve ser sempre de altíssima qualidade, assim como todos os demais ingredientes.
Você pensou em catchup? Por favor, saia deste blog. Você não é bem vindo aqui...
Se tudo isso estiver em ordem, a pizza fica sagrada.
Um simples deslize, a pizza perde o status de sagrada. Mas pode ganhar o status de deliciosa, desde que o deslize não seja no molho de tomate, que é primordial.
Agora, raciocine. É óbvio que para que tudo isso dê certo, claro, há um custo. Então desconfie da pizza muito barata. Em 100% dos casos, você terá uma frustração.
Só que existem os milagres.
Ah, existem milagres, sim. E eu presenciei um milagre desses ontem. Bem na minha frente.
A pizza tinha a massa fina, sem muita borda (o que passa, sem problemas) e, para por tudo ao chão, não tinha molho de tomates!
Acreditam? Não?
Ora, claro que não tinha molho de tomates: era pizza doce.
Aliás, que pizza doce.
E olha que pizza doce gostosa é difícil, afinal, como dito lá em cima, pizza boa deve contar só com bons ingredientes. E achar uma pizza doce com um bom chocolate é como achar uma agulha no Saara. E, acredite, o chocolate da pizza de ontem era de bom para razoável. Mas a tal pizza doce que me derrubou no chão (no bom sentido) não levava o chocolate. Era até bem simples: açúcar, canela e abacaxi.
Você já conhecia pizza de abacaxi? Nem eu.
Mas ontem eu conheci. E, pelo amor de seja lá quem for, que coisa mais deliciosa. O pessoal não economizou no abacaxi, cortado em pequenos cubos. Coisa de louco. Divina. Fantástica. Sagrada.
Eu aconselho:
Você está em casa sem fazer nada e com vontade de comer alguma coisa doce? Então compre um bom abacaxi, prepare a massa e bom apetite. Você não vai se arrepender. Com certeza.
Pode. Não necessariamente é (e o Rio de Janeiro, desculpem-me os cariocas, é mestre em provar isso).
Para ser sagrada a pizza depende de muitos detalhes.
Começa pela massa, que deve ser saborosa, e não deve ser nem grossa, nem muito fina (afinal borda se come, não se joga fora). O molho de tomate é a peça chave da pizza. Molho caseiro, bem temperado, sem economia, sem exagero, deixa a pizza deliciosa. O queijo utilizado, seja um mozarela, seja o requeijão (Catupiry é a marca, anta!), ou qualquer outro, no caso da deliciosa 4 queijos, deve ser sempre de altíssima qualidade, assim como todos os demais ingredientes.
Você pensou em catchup? Por favor, saia deste blog. Você não é bem vindo aqui...
Se tudo isso estiver em ordem, a pizza fica sagrada.
Um simples deslize, a pizza perde o status de sagrada. Mas pode ganhar o status de deliciosa, desde que o deslize não seja no molho de tomate, que é primordial.
Agora, raciocine. É óbvio que para que tudo isso dê certo, claro, há um custo. Então desconfie da pizza muito barata. Em 100% dos casos, você terá uma frustração.
Só que existem os milagres.
Ah, existem milagres, sim. E eu presenciei um milagre desses ontem. Bem na minha frente.
A pizza tinha a massa fina, sem muita borda (o que passa, sem problemas) e, para por tudo ao chão, não tinha molho de tomates!
Acreditam? Não?
Ora, claro que não tinha molho de tomates: era pizza doce.
Aliás, que pizza doce.
E olha que pizza doce gostosa é difícil, afinal, como dito lá em cima, pizza boa deve contar só com bons ingredientes. E achar uma pizza doce com um bom chocolate é como achar uma agulha no Saara. E, acredite, o chocolate da pizza de ontem era de bom para razoável. Mas a tal pizza doce que me derrubou no chão (no bom sentido) não levava o chocolate. Era até bem simples: açúcar, canela e abacaxi.
Você já conhecia pizza de abacaxi? Nem eu.
Mas ontem eu conheci. E, pelo amor de seja lá quem for, que coisa mais deliciosa. O pessoal não economizou no abacaxi, cortado em pequenos cubos. Coisa de louco. Divina. Fantástica. Sagrada.
Eu aconselho:
Você está em casa sem fazer nada e com vontade de comer alguma coisa doce? Então compre um bom abacaxi, prepare a massa e bom apetite. Você não vai se arrepender. Com certeza.
sexta-feira, fevereiro 10
Amargor bom?
Aquela velha lava que varre tudo, como diria Paulinho, realmente traz um gosto amargo à boca.
O problema, na verdade, diferente do que muitos pensam, não é quando o gosto chega à boca, e sim quando a boca se acostuma com o amargor de tal forma que o sabor doce perde todo o sentido.
O problema, na verdade, diferente do que muitos pensam, não é quando o gosto chega à boca, e sim quando a boca se acostuma com o amargor de tal forma que o sabor doce perde todo o sentido.
quinta-feira, fevereiro 9
Só mais um trabalhador comum
Argeu, 25 anos de idade, mora na Baixada Fluminense, na cidade de Belford Roxo.
Todo dia ele acorda cedo e, após uma hora e meia de viagem, feita em dois ônibus lotados, onde deixa um total de R$3,10, ele finalmente chega no local de trabalho, em Nova Iguaçu.
O trabalho, de tanto que lhe exige esforço físico, é dividido pela manhã e pela tarde. Porém, trabalhador, além do trabalho diário pela manhã e pela tarde, alguns dias da semana ele tem dormir no trabalho, pois na noite seguinte seu cargo lhe exigirá uma responsabilidade grande, muita concentração e muito esforço físico. Mesma responsabilidade, mesma concentração e mesmo esforço físico que deverá demonstrar, vez aqui, vez ali, numa bela tarde de domingo, após mais uma bela noite longe de casa, no trabalho.
Tanto trabalho e tanta dedicação trouxeram como recompensa um grande reconhecimento do chefe direto, que confia nele plenamente, dando-lhe uma responsabilidade extra de tomar conta de todo um setor de onde trabalha.
Próximo domingo, Argeu trabalha. Porém, diferente da maioria dos trabalhadores cujo profissão lhe toma o domingo, Argeu não vê a hora de domingo chegar, pois será o domingo mais importante de sua vida, domingo que poderá lhe trazer um belo presente, uma bela recompensa pelo trabalho, pela dedicação. Nesse domingo, ele trabalhará em um lugar mágico, único, mítico.
Argeu trabalha com as bolas nos pés. Seu empregador, o América Football Club, disputa o campeonato carioca de futebol. E domingo, Argeu, titular do time, volante aguerrido, ao lado de seus companheiros de trabalho, defenderá seu empregador, o América, na final da Taça Guanabara, em pleno Maracanã.
Domingo, assim que o jogo acabar, Argeu, em algum momento, se encontrará sozinho, no ponto de ônibus, aguardando a volta pra casa. Só o destino sabe se, no ponto, Argeu estará decepcionado ou se estará incrédulo, explodindo de alegria e levando pra casa a medalha de campeão da Taça Guanabara.
Boa sorte, Argeu.
Obs.: História não-fictícia. Todo seu conteúdo é incrivelmente verídico.
Todo dia ele acorda cedo e, após uma hora e meia de viagem, feita em dois ônibus lotados, onde deixa um total de R$3,10, ele finalmente chega no local de trabalho, em Nova Iguaçu.
O trabalho, de tanto que lhe exige esforço físico, é dividido pela manhã e pela tarde. Porém, trabalhador, além do trabalho diário pela manhã e pela tarde, alguns dias da semana ele tem dormir no trabalho, pois na noite seguinte seu cargo lhe exigirá uma responsabilidade grande, muita concentração e muito esforço físico. Mesma responsabilidade, mesma concentração e mesmo esforço físico que deverá demonstrar, vez aqui, vez ali, numa bela tarde de domingo, após mais uma bela noite longe de casa, no trabalho.
Tanto trabalho e tanta dedicação trouxeram como recompensa um grande reconhecimento do chefe direto, que confia nele plenamente, dando-lhe uma responsabilidade extra de tomar conta de todo um setor de onde trabalha.
Próximo domingo, Argeu trabalha. Porém, diferente da maioria dos trabalhadores cujo profissão lhe toma o domingo, Argeu não vê a hora de domingo chegar, pois será o domingo mais importante de sua vida, domingo que poderá lhe trazer um belo presente, uma bela recompensa pelo trabalho, pela dedicação. Nesse domingo, ele trabalhará em um lugar mágico, único, mítico.
Argeu trabalha com as bolas nos pés. Seu empregador, o América Football Club, disputa o campeonato carioca de futebol. E domingo, Argeu, titular do time, volante aguerrido, ao lado de seus companheiros de trabalho, defenderá seu empregador, o América, na final da Taça Guanabara, em pleno Maracanã.
Domingo, assim que o jogo acabar, Argeu, em algum momento, se encontrará sozinho, no ponto de ônibus, aguardando a volta pra casa. Só o destino sabe se, no ponto, Argeu estará decepcionado ou se estará incrédulo, explodindo de alegria e levando pra casa a medalha de campeão da Taça Guanabara.
Boa sorte, Argeu.
Obs.: História não-fictícia. Todo seu conteúdo é incrivelmente verídico.
quarta-feira, fevereiro 8
A poesia no futebol carioca
Gosta de futebol?
Se não gosta, ficou complicado, agora...
Mas, se você gosta, pergunto: mora no Rio de Janeiro?
Se não mora, nem nunca morou, então vou tentar explicar o que está acontecendo aqui no Rio agora.
Mas antes, a pergunta: sabe quem foi Lamartine Babo?
Criador de famosas marchinhas carnavalescas, como “Linda Morena” (Linda morena, morena, morena que me faz penar...) e “O Teu Cabelo Não Nega” (O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata da cor...), Lamartine Babo é considerado um dos maiores compositores da história da música popular do Brasil
Lamartine, entre tantas coisas boas que criou, é o criador do hino dos 5 grandes clubes do Rio de Janeiro, hinos que são, indiscutivelmente, os mais bonitos do futebol brasileiro.
Opa! Peraí! Cinco grandes clubes no Rio?
Sim, cinco: Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e... América.
Isso mesmo, o América é considerado, por muitos (eu incluso), mas não por todos (a maioria burra), um time grande aqui no Rio.
E voltamos ao futebol...
O América, ou, Ameriquinha, como é carinhosamente chamado por seus torcedores, possuí a mais fiel das torcidas cariocas. E, centenário, possui uma história importante dentro do futebol carioca, sendo, entre outras coisas, o primeiro finalista de um campeonato estadual do Rio de Janeiro.
Mas é, sobretudo, graças a seus torcedores, que o América é um clube especial. O América é cult. É poético. Seus torcedores têm, como característica típica, a ponderação e o amor mais puro. Amor maduro. Amor livre de paixão (que toma-nos a razão). É lindo ver a relação que os torcedores do América têm com seu clube amado. Lindo.
A coisa é tão incrível, o América gera um carinho tão intenso, que é, indubitavelmente, o segundo clube do coração de quase todos os cariocas. Até eu, recém chegado por aqui, já sinto um certo carinho pelo América, não nego.
E, para completar isso tudo, o América tem o hino mais bonito do futebol brasileiro. Isso talvez porque Lamartine, o autor, tinha no América o seu clube do coração.
E eis que o América, após 23 anos, está novamente em uma final de campeonato, a Taça Guanabara, que é o torneio mais charmoso do Rio de Janeiro. Final essa que será disputada contra o Botafogo, justamente o outro único grande clube do Rio que tem mais tradição, história e charme que os demais e que é, justamente, o menos popular entre eles.
É por tudo isso que hoje o futebol carioca vive um clima carregado de poesia, como eu nunca tinha visto no futebol. É muito bonito.
Por isso tudo que...
“Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração
..."
Se não gosta, ficou complicado, agora...
Mas, se você gosta, pergunto: mora no Rio de Janeiro?
Se não mora, nem nunca morou, então vou tentar explicar o que está acontecendo aqui no Rio agora.
Mas antes, a pergunta: sabe quem foi Lamartine Babo?
Criador de famosas marchinhas carnavalescas, como “Linda Morena” (Linda morena, morena, morena que me faz penar...) e “O Teu Cabelo Não Nega” (O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata da cor...), Lamartine Babo é considerado um dos maiores compositores da história da música popular do Brasil
Lamartine, entre tantas coisas boas que criou, é o criador do hino dos 5 grandes clubes do Rio de Janeiro, hinos que são, indiscutivelmente, os mais bonitos do futebol brasileiro.
Opa! Peraí! Cinco grandes clubes no Rio?
Sim, cinco: Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e... América.
Isso mesmo, o América é considerado, por muitos (eu incluso), mas não por todos (a maioria burra), um time grande aqui no Rio.
E voltamos ao futebol...
O América, ou, Ameriquinha, como é carinhosamente chamado por seus torcedores, possuí a mais fiel das torcidas cariocas. E, centenário, possui uma história importante dentro do futebol carioca, sendo, entre outras coisas, o primeiro finalista de um campeonato estadual do Rio de Janeiro.
Mas é, sobretudo, graças a seus torcedores, que o América é um clube especial. O América é cult. É poético. Seus torcedores têm, como característica típica, a ponderação e o amor mais puro. Amor maduro. Amor livre de paixão (que toma-nos a razão). É lindo ver a relação que os torcedores do América têm com seu clube amado. Lindo.
A coisa é tão incrível, o América gera um carinho tão intenso, que é, indubitavelmente, o segundo clube do coração de quase todos os cariocas. Até eu, recém chegado por aqui, já sinto um certo carinho pelo América, não nego.
E, para completar isso tudo, o América tem o hino mais bonito do futebol brasileiro. Isso talvez porque Lamartine, o autor, tinha no América o seu clube do coração.
E eis que o América, após 23 anos, está novamente em uma final de campeonato, a Taça Guanabara, que é o torneio mais charmoso do Rio de Janeiro. Final essa que será disputada contra o Botafogo, justamente o outro único grande clube do Rio que tem mais tradição, história e charme que os demais e que é, justamente, o menos popular entre eles.
É por tudo isso que hoje o futebol carioca vive um clima carregado de poesia, como eu nunca tinha visto no futebol. É muito bonito.
Por isso tudo que...
“Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração
..."
Caricatura?
Sim, mais um pouco do assunto.
Aqui, pela falta de preconceito de minha parte, publico uma caricatura de um Jesus, no boteco.
TV e Cerveja
Aqui, pela falta de preconceito de minha parte, publico uma caricatura de um Jesus, no boteco.
TV e Cerveja
terça-feira, fevereiro 7
Ainda sobre Caricaturas
Todo e qualquer crédito que o jornal dinamarquês Jyllands-Posten tinha perante este grande leitor aqui, caiu por terra.
Negaram-se a publicar uma caricatura de Jesus? E não o fizeram porque, segundo eles, isso seria um desrespeito?
Bom, nesse caso....
Ainda assim, a violência não é justificada. Nunca. (mas esccorregaram feio, hein?)
Negaram-se a publicar uma caricatura de Jesus? E não o fizeram porque, segundo eles, isso seria um desrespeito?
Bom, nesse caso....
Ainda assim, a violência não é justificada. Nunca. (mas esccorregaram feio, hein?)
domingo, fevereiro 5
Campanha Blogs a favor da liberdade de expressão
Com o post abaixo, dei início a uma singela e humilde campanha a favor da liberdade de expressão. Foi graças a caricatura abaixo (o que, venhamos e convenhamos, não tem nada de tão diferente da realidade) que alguns religiosos xiitas e ignorantes deram início a ridícula e absurda onda de vandalismo.
Junte-se também a essa campanha.
Tenha coragem e divulgue também a Campanha Blogs a favor da liberdade de expressão.
Boa sorte.
Junte-se também a essa campanha.
Tenha coragem e divulgue também a Campanha Blogs a favor da liberdade de expressão.
Boa sorte.
Maomé
Estão querendo nos convencer de que Maomé sente-se extremamente ofendido com uma caricatura sua como terrorista, dando a seus seguidores a possibilidade de ataques contra aqueles que O ofendeu, mas abençoa, elevando aos céus, aqueles que, como terroristas, tira vida de inocentes em ataques suicidas, certo?
E o papa com cara de diabo ainda reprime os jornais pela charge, afirmando que liberdade de expressão não inclui ato anti-religioso?
E depois também tentam nos convencer que os líderes religiosis cristãos são muito menos xiitas...
Olha, por um momento eu pensei estar no séc. XXI, mas com a possibilidade eminente de Heloisa Helena ser queimada viva na fogueira, acusada de bruxa, creio que, ou estou em séc errado ou o ser humano não evolui absolutamente nada nos últimos séculos.
Eu queria muito, em protesto contra atos repugnantes que só mesmo a religião, o maior atraso existente na Terra, pode causar, colocar aqui uma das 12 charges que foi feita de Maomé.
Mas até agora eu só achei a charge que o jornal francês France Soir fez em protesto contra os ataques.
Ei-la:
"Não proteste, Maomé. Aqui, todos temos sido caricaturizados."
E o papa com cara de diabo ainda reprime os jornais pela charge, afirmando que liberdade de expressão não inclui ato anti-religioso?
E depois também tentam nos convencer que os líderes religiosis cristãos são muito menos xiitas...
Olha, por um momento eu pensei estar no séc. XXI, mas com a possibilidade eminente de Heloisa Helena ser queimada viva na fogueira, acusada de bruxa, creio que, ou estou em séc errado ou o ser humano não evolui absolutamente nada nos últimos séculos.
Eu queria muito, em protesto contra atos repugnantes que só mesmo a religião, o maior atraso existente na Terra, pode causar, colocar aqui uma das 12 charges que foi feita de Maomé.
Mas até agora eu só achei a charge que o jornal francês France Soir fez em protesto contra os ataques.
Ei-la:
"Não proteste, Maomé. Aqui, todos temos sido caricaturizados."
quarta-feira, fevereiro 1
Um conto cotidiano
Eu estava com a minha camiseta mais bacana. Coincidência. Ela é cinza clara, com uns desenhos abstrados, riscos, na verdade, vermelho e amarelo, por toda ela. E na altura dos meus peitos está escrito "last night I dream that somebody loved me...¹", em preto, pequeno, discreto. Eu tinha acabado de colocar o DVD do Pixies, o "Sell Out", da turnê de 2004, a qual eu até hoje não acredito que vi ao vivo, quando ele entrou na loja.
Calça jeans, um tênis qualquer e uma camiseta branca com o desenho do boneco que tem em tantos encartes do Radiohead, sabe qual é?
- Oi. - Ele disse, mal olhando pra mim e indo direto para a seção de filmes orientais.
Eu não desgrudei os olhos dele. Era a segunda vez que ele vinha na loja e eu, desde a primeira vez que o vi, fiquei encantada.
Já disse que ele esava com fones no ouvido? Então, ele estava com fones no ouvido, não sei o que ouvia, mas deve ter sido por isso que não reparou o DVD do Pixies rolando. O curioso é que é raro eu colocar um DVD musical na loja, afinal locadora vive de filmes, então eu quase sempre coloco filmes para rolar. Mas eu estava muito a fim de ver o DVD que tinha acabado de chegar, então eu coloquei, já que a loja fica sempre vazia, principalmente as terças, como ontem. Coloquei e ele entrou na loja. Deve ser algum sinal, não?
Bom, era meio óbvio que ele gostava de Pixies. Porque todo mundo que gosta de Radiohead gosta de Pixies, ou quase todo mundo, ou você esqueceu que o Tom Yorke² disse uma vez que no começo da carreira deles eles queriam apenas soar como o Pixies?
Então, quando ele terminou de escolher o filme, veio andando na direção do balcão no qual eu estava, ele olhou o Frank Black na TV e parou. Tirou o fone dos ouvidos e ficou assistindo o DVD por uns três minutos, mais ou menos. Era "U-Mass"³ que estava rolando. Quando a música acabou, ele veio até o balcão e finalmente viu minha camiseta.
- Bom, né? - disse se referindo ao DVD e me entregando a caixinha do ótimo "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera".
- Estou vendo agora pela primeira vez. Muito bom - disse eu, meio nervosa.
- E pensar que eu vi essa turnê...
- Sério?! Eu também. Em Curitiba!
- É. Show bom, né?
- Nossa, excelente.
- Sabe que há seis meses eu fui pra Inglaterra, a passeio, de férias, e consegui ver um show do Morrissey? Muito bom. Realmente muito bom.
Olhie pra minha camiseta e ri. Não sabia o que dizer. Ele tem o mesmo gosto musical que eu. Eu gelei. Travei.
- E, ah, e... é só esse, hoje? - perguntei, pegando a caixinha do filme, após uns 3 dias de silêncio entre a gente.
- É. Eu vi esse filme no cinema. É excelente. Já assitiu?
- Já. Já vi. Muito bom.
- Pois acredita que minha noiva ainda não viu? Estou alugando para vermos hoje a noite. Ela vai adorar esse filme.
- Sua... noiva?
Eu estou de TPM desde domingo! Imagine quão arrasada fiquei! Noiva!
Sabe, eu tenho uma teoria de que Deus foi morto pelo Diabo, que agora controla tudo e fica brincando com a gente.
Sorte que isso foi perto da hora de fechar. Saí daqui com a Ritinha e fomos para um barzinho. Enchi a cara e quando fui ver era quase quatro da manhã...
Sei que errei, desculpe, mas você entende por cheguei atrasada hoje, chefinha?
1- Título de uma música do Smiths.
2- Vocalista do Radiohead.
3- Título de uma música do Pixies que esse escriba acha genial.
Calça jeans, um tênis qualquer e uma camiseta branca com o desenho do boneco que tem em tantos encartes do Radiohead, sabe qual é?
- Oi. - Ele disse, mal olhando pra mim e indo direto para a seção de filmes orientais.
Eu não desgrudei os olhos dele. Era a segunda vez que ele vinha na loja e eu, desde a primeira vez que o vi, fiquei encantada.
Já disse que ele esava com fones no ouvido? Então, ele estava com fones no ouvido, não sei o que ouvia, mas deve ter sido por isso que não reparou o DVD do Pixies rolando. O curioso é que é raro eu colocar um DVD musical na loja, afinal locadora vive de filmes, então eu quase sempre coloco filmes para rolar. Mas eu estava muito a fim de ver o DVD que tinha acabado de chegar, então eu coloquei, já que a loja fica sempre vazia, principalmente as terças, como ontem. Coloquei e ele entrou na loja. Deve ser algum sinal, não?
Bom, era meio óbvio que ele gostava de Pixies. Porque todo mundo que gosta de Radiohead gosta de Pixies, ou quase todo mundo, ou você esqueceu que o Tom Yorke² disse uma vez que no começo da carreira deles eles queriam apenas soar como o Pixies?
Então, quando ele terminou de escolher o filme, veio andando na direção do balcão no qual eu estava, ele olhou o Frank Black na TV e parou. Tirou o fone dos ouvidos e ficou assistindo o DVD por uns três minutos, mais ou menos. Era "U-Mass"³ que estava rolando. Quando a música acabou, ele veio até o balcão e finalmente viu minha camiseta.
- Bom, né? - disse se referindo ao DVD e me entregando a caixinha do ótimo "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera".
- Estou vendo agora pela primeira vez. Muito bom - disse eu, meio nervosa.
- E pensar que eu vi essa turnê...
- Sério?! Eu também. Em Curitiba!
- É. Show bom, né?
- Nossa, excelente.
- Sabe que há seis meses eu fui pra Inglaterra, a passeio, de férias, e consegui ver um show do Morrissey? Muito bom. Realmente muito bom.
Olhie pra minha camiseta e ri. Não sabia o que dizer. Ele tem o mesmo gosto musical que eu. Eu gelei. Travei.
- E, ah, e... é só esse, hoje? - perguntei, pegando a caixinha do filme, após uns 3 dias de silêncio entre a gente.
- É. Eu vi esse filme no cinema. É excelente. Já assitiu?
- Já. Já vi. Muito bom.
- Pois acredita que minha noiva ainda não viu? Estou alugando para vermos hoje a noite. Ela vai adorar esse filme.
- Sua... noiva?
Eu estou de TPM desde domingo! Imagine quão arrasada fiquei! Noiva!
Sabe, eu tenho uma teoria de que Deus foi morto pelo Diabo, que agora controla tudo e fica brincando com a gente.
Sorte que isso foi perto da hora de fechar. Saí daqui com a Ritinha e fomos para um barzinho. Enchi a cara e quando fui ver era quase quatro da manhã...
Sei que errei, desculpe, mas você entende por cheguei atrasada hoje, chefinha?
1- Título de uma música do Smiths.
2- Vocalista do Radiohead.
3- Título de uma música do Pixies que esse escriba acha genial.
quarta-feira, janeiro 25
Aproveite São Paulo
Todo ano, a época do aniversário da cidade de São Paulo é a época em que várias entidades, públicas ou privadas, atingem o máximo do eufemismo sobre a amada São Paulo. Cria-se, portanto, uma ótima chance de descobrir coisas interessantes sobre a cidade e conhecê-la melhor.
Um dos bons jeitos de descobrir o que São Paulo oferece e o que está oferecendo especialmente pela comemoração do aniversário é pelo sitio SP Metrópole.
Agora, cuidado!
No meio de tanta comemoração e eufemismo que pululam pela cidade, não esqueça nunca de seus graves problemas sócio-políticos. Não se deixe enganar. A cidade é linda, uma jóia rara, mas ainda tem muito, muito, muito a melhorar.
Um dos bons jeitos de descobrir o que São Paulo oferece e o que está oferecendo especialmente pela comemoração do aniversário é pelo sitio SP Metrópole.
Agora, cuidado!
No meio de tanta comemoração e eufemismo que pululam pela cidade, não esqueça nunca de seus graves problemas sócio-políticos. Não se deixe enganar. A cidade é linda, uma jóia rara, mas ainda tem muito, muito, muito a melhorar.
Amor (ou Aniversário)
Engraçado o amor. Ninguém consegue explicá-lo, ninguém consegue entendê-lo. Suas razões para existir são sempre um pouco nebulosa. Muitas vezes ele é renegado, amaldiçoado - o amor é criado sobre aquele que mais lhe faz sofrer. Muitas vezes ele é abafado, escondido. Mas ele nunca é escolhido. Ama-se. Ponto. Como e por quê, não importa, não se sabe.
Bom, eu a amo. Sempre a amarei.
Eu a amo mesmo conhecendo tão bem seus tantos e muitos defeitos (e bota defeito nisso). Amo porque também conhece tão bem suas tantas e muitas qualidades, singulares, exclusivas, e que me fazem um bem tal incrível.
Sonho com um dia em que ela tenha seus defeitos mais graves corrigidos. Será quando eu nunca mais ficarei tão longe quanto estou agora.
Sim, estou longe dela.
Estou longe não porque não a suporto. Estou longe apenas porque as circunstâncias da vida me afastaram dela. Mas ainda a amo. E sei que um dia ainda voltarei para ela. E se não tenho pressa de voltar é porque sei que sou dela, sempre serei.
Eis algo que me dá orgulho: ser dela. Isso porque ela me orgulha. Eu fico feliz quando ouço ou leio algo sobre ela, algum elogio.
Bom, hoje ela faz aniversário. Hoje ela completa seus 452 anos de existência.
Parabéns, São Paulo, cidade que eu amo tanto.
Se seus governantes lhe amassem tanto quanto eu, você não seria tão mal tratada por esses imbecis.
Bom, eu a amo. Sempre a amarei.
Eu a amo mesmo conhecendo tão bem seus tantos e muitos defeitos (e bota defeito nisso). Amo porque também conhece tão bem suas tantas e muitas qualidades, singulares, exclusivas, e que me fazem um bem tal incrível.
Sonho com um dia em que ela tenha seus defeitos mais graves corrigidos. Será quando eu nunca mais ficarei tão longe quanto estou agora.
Sim, estou longe dela.
Estou longe não porque não a suporto. Estou longe apenas porque as circunstâncias da vida me afastaram dela. Mas ainda a amo. E sei que um dia ainda voltarei para ela. E se não tenho pressa de voltar é porque sei que sou dela, sempre serei.
Eis algo que me dá orgulho: ser dela. Isso porque ela me orgulha. Eu fico feliz quando ouço ou leio algo sobre ela, algum elogio.
Bom, hoje ela faz aniversário. Hoje ela completa seus 452 anos de existência.
Parabéns, São Paulo, cidade que eu amo tanto.
Se seus governantes lhe amassem tanto quanto eu, você não seria tão mal tratada por esses imbecis.
sexta-feira, janeiro 20
Fondue digital
Imagine a seguinte cena:
Você está sentado(a) em frente ao seu computador fazendo só Deus sabe o quê (isso, claro, caso ele exista e esteja olhando para cá) quando a fome aperta. Só que você tem dois problemas:
1 - o "seja lá o que for" que você está fazendo no seu computador não pode ser interrompido;
2 - você está com muita preguiça para ir até a cozinha e preparar algo.
O que fazer? Como matar essa maldita fome que está acabando com você?
Simples.
Basta conectar seu rechaud high-tec na primeira entrada USB disponível no seu computador, jogar o queijo dentro e voila. Seu fondue está pronto para degustação.
Simples, não?
Não.
Como é que é?
Você não tem um rechaud high-tec em casa e não acredita que isso exista?
Então olhe só:
Viu como existe?
Ah, agora quer um para você, né? Então clique aqui.
Obs.1: reparou no nome do site que vende isso? Mais apropriado impossível, não?
Obs.2: dica "roubada" do "Frugal, mas nem tanto", excelente blog gastronômico.
Você está sentado(a) em frente ao seu computador fazendo só Deus sabe o quê (isso, claro, caso ele exista e esteja olhando para cá) quando a fome aperta. Só que você tem dois problemas:
1 - o "seja lá o que for" que você está fazendo no seu computador não pode ser interrompido;
2 - você está com muita preguiça para ir até a cozinha e preparar algo.
O que fazer? Como matar essa maldita fome que está acabando com você?
Simples.
Basta conectar seu rechaud high-tec na primeira entrada USB disponível no seu computador, jogar o queijo dentro e voila. Seu fondue está pronto para degustação.
Simples, não?
Não.
Como é que é?
Você não tem um rechaud high-tec em casa e não acredita que isso exista?
Então olhe só:
Viu como existe?
Ah, agora quer um para você, né? Então clique aqui.
Obs.1: reparou no nome do site que vende isso? Mais apropriado impossível, não?
Obs.2: dica "roubada" do "Frugal, mas nem tanto", excelente blog gastronômico.
terça-feira, janeiro 17
Criação caótica
Ontem eu finalmente ouvi, pela primeira vez, e com a devida calma, “Chaos and Creation in the Backyard”, o novo do Paul.
As críticas foram positivas, o produtor foi escolhido a dedo e o nome do CD é fantástico. Então eu esperava muito desse CD.
E ele não me decepcionou (desculpe, Dani). Muito pelo contrário. O CD é excelente!
Quer dizer, ele começa um pouco abaixo das expectativas, com duas primeiras músicas apenas boas.
Mas a partir da terceira música, Jenny Wren, que é simplesmente Divina, o CD me ganhou por completo. A partir dali, até algumas escorregadas, como, por exemplo, em Too Much Rain, óbvia demais, puderam ser completamente perdoadas.
Saldo final do CD: fantástico.
Paul McCartney voltando a velha forma que tinha nos Beatles, realmente.
Um ótimo CD.
O problema foi quando eu cheguei na casa dos meus pais com o CD no discman.
- Pai, ouve isso – disse eu, colocando os fones de ouvido no ouvido do velho.
- O que é isso?
- Ouve e não enche o saco.
- É só tocada?
- Ouve aí, porra!
- ‘Tô ouvindo!
- E aí? Bom?
- Bom. É daquele cara que toca todos os instrumentos? – ele foi sarcástico.
- Quem? Ah, ouve aí e não enche o saco!
- A bateria tem o estilo dele! É, não é?
- Ouve e depois eu falo quem é.
...
- Sabia! É ele!
Eu ri:
- Como você sabe?
- Agora ele ta cantando.
Bom, aí não tinha mais jogo. A voz do Paul é inconfundível.
- Gostou?
- Claro! Obrigado. Não precisava. – ele disse rindo.
- Ah, ‘tá bom. Você acha que é pra você? Vai sonhando.
- Então grava lá uma cópia pra mim.
- Não posso; ‘tá no encarte que é crime.
- Então você fica com o encarte e eu com o CD...
Já gravei a cópia pro velho.
As críticas foram positivas, o produtor foi escolhido a dedo e o nome do CD é fantástico. Então eu esperava muito desse CD.
E ele não me decepcionou (desculpe, Dani). Muito pelo contrário. O CD é excelente!
Quer dizer, ele começa um pouco abaixo das expectativas, com duas primeiras músicas apenas boas.
Mas a partir da terceira música, Jenny Wren, que é simplesmente Divina, o CD me ganhou por completo. A partir dali, até algumas escorregadas, como, por exemplo, em Too Much Rain, óbvia demais, puderam ser completamente perdoadas.
Saldo final do CD: fantástico.
Paul McCartney voltando a velha forma que tinha nos Beatles, realmente.
Um ótimo CD.
O problema foi quando eu cheguei na casa dos meus pais com o CD no discman.
- Pai, ouve isso – disse eu, colocando os fones de ouvido no ouvido do velho.
- O que é isso?
- Ouve e não enche o saco.
- É só tocada?
- Ouve aí, porra!
- ‘Tô ouvindo!
- E aí? Bom?
- Bom. É daquele cara que toca todos os instrumentos? – ele foi sarcástico.
- Quem? Ah, ouve aí e não enche o saco!
- A bateria tem o estilo dele! É, não é?
- Ouve e depois eu falo quem é.
...
- Sabia! É ele!
Eu ri:
- Como você sabe?
- Agora ele ta cantando.
Bom, aí não tinha mais jogo. A voz do Paul é inconfundível.
- Gostou?
- Claro! Obrigado. Não precisava. – ele disse rindo.
- Ah, ‘tá bom. Você acha que é pra você? Vai sonhando.
- Então grava lá uma cópia pra mim.
- Não posso; ‘tá no encarte que é crime.
- Então você fica com o encarte e eu com o CD...
Já gravei a cópia pro velho.
segunda-feira, janeiro 16
Mate Shake
- Calor, hein?
- ‘Tá foda!
- Porra, se ‘tá.
- Uma piscininha agora...
- Uma cervejinha agora...
- É. Precisava ter nascido rico. Pobre é isso: trabalhar com o sol queimando os miolos.
- Sorte que tem o Rei do Mate aqui perto.
- Onde?
- Ali na rua de trás.
- ‘Tá de sacanagem!
- ‘Tô não. É sério. E os caras entregam aqui.
- Você tem o telefone?
- Claro.
- Então demorô!
- Só. ‘Tô ligando lá. Vai querer o quê?
- Ah, que dúvida...
- Do quê?
- Chocolate!
- Grande ou pequeno?
- Grande, claro!
- Alô. Vê dois Mate Shakes grandes com cobertura de chocolate.
- Caralho, que delícia!
- Bota delícia nisso.
- Que piscina e cervejinha o caralho. Esse Mate Shake do Rei do Mate é de fuder.
- Nem me fale.
- Peraí.
- Que foi?
- Peraí... Alô? Oi. Vê mais um Mate Shake grande com cobertura de chocolate!
- Ei, pede mais um pra mim também, porra!
- Dois, então.
- ‘Tá foda!
- Porra, se ‘tá.
- Uma piscininha agora...
- Uma cervejinha agora...
- É. Precisava ter nascido rico. Pobre é isso: trabalhar com o sol queimando os miolos.
- Sorte que tem o Rei do Mate aqui perto.
- Onde?
- Ali na rua de trás.
- ‘Tá de sacanagem!
- ‘Tô não. É sério. E os caras entregam aqui.
- Você tem o telefone?
- Claro.
- Então demorô!
- Só. ‘Tô ligando lá. Vai querer o quê?
- Ah, que dúvida...
- Do quê?
- Chocolate!
- Grande ou pequeno?
- Grande, claro!
- Alô. Vê dois Mate Shakes grandes com cobertura de chocolate.
- Caralho, que delícia!
- Bota delícia nisso.
- Que piscina e cervejinha o caralho. Esse Mate Shake do Rei do Mate é de fuder.
- Nem me fale.
- Peraí.
- Que foi?
- Peraí... Alô? Oi. Vê mais um Mate Shake grande com cobertura de chocolate!
- Ei, pede mais um pra mim também, porra!
- Dois, então.
domingo, janeiro 15
Radiohead
Live at The Astoria London 27 05 04
Eis um grande DVD para se ter em casa.
Lançado no final do ano passado, mostra o Radiohead logo após o lançamento de seu segundo e genial álbum, The Bends, em um show feito na Inglaterra.
Para nós, brasileiros ou residentes daqui, que nunca tivemos a oportunidade de ver um show deles e perdemos essa turnê, é ótimo para ver que eles são capazes de reproduzir todas as músicas com seus sons "estranhos" ao vivo.
Show excelente. Fantástico!
Obrigado, Lucas, afilhado que tanto amo, por ter me dado esse excelente presente com nem mesmo 5 meses de idade. Se continuar assim, eu bem imagino o que vou ganhar dele quando ele tiver mais de dezoito anos e trabalhando. Tô feito.
Ah, e obrigado Alan e Vera, pelo afilhado.
quinta-feira, janeiro 12
Livros
Como você já leu abaixo ou viu no menu lateral, eu terminei a leitura de Amerika (ou O Desaparecido). Então, nessas duas primeiras semanas do ano, li dois livros, ambos de contos, ambos de grandes escritores nacionais, ambos divertidos.
Ler Kakfa nos causa esse tipo de reação. É preciso dar férias ao cérebro.
O livro de Veríssimo, Orgias, é bom, apesar de ser apenas uma jogada da editora Objetiva para ganhar mais em cima da obra do autor. Afinal Orgias é apenas uma recompilação dos contos que Veríssimo já publicou antes sob a alcunha de Comédias da Via Privada. Até vale a pena, mas é ridículo que o a editora fez.
Já o livro de Frei Betto, Treze Contos Diabólicos e um Angélico, é o livro de Frei Beatto, né? Eu considero Frei Betto uma das personalidades mais importantes desse país, um dos autores mais inteligentes que há. Frei Betto segue uma linha meio parecida com a do Cony, afinal um é Frei e outro foi seminarista, ambos lutaram na esqueda anti-ditatorial e são muito engraçados. Compre e leia, nem que só para ver de quantos nomes Frei Betto acha para o Coisa Ruim, o Bode, o Capeta. Hilário!
Agora, finalmente, vamos enfiar o nariz em Saramago. Eita vida boa...
Ler Kakfa nos causa esse tipo de reação. É preciso dar férias ao cérebro.
O livro de Veríssimo, Orgias, é bom, apesar de ser apenas uma jogada da editora Objetiva para ganhar mais em cima da obra do autor. Afinal Orgias é apenas uma recompilação dos contos que Veríssimo já publicou antes sob a alcunha de Comédias da Via Privada. Até vale a pena, mas é ridículo que o a editora fez.
Já o livro de Frei Betto, Treze Contos Diabólicos e um Angélico, é o livro de Frei Beatto, né? Eu considero Frei Betto uma das personalidades mais importantes desse país, um dos autores mais inteligentes que há. Frei Betto segue uma linha meio parecida com a do Cony, afinal um é Frei e outro foi seminarista, ambos lutaram na esqueda anti-ditatorial e são muito engraçados. Compre e leia, nem que só para ver de quantos nomes Frei Betto acha para o Coisa Ruim, o Bode, o Capeta. Hilário!
Agora, finalmente, vamos enfiar o nariz em Saramago. Eita vida boa...
O Desaparecido
Quem? Eu? Desaparecido?
Não, não, não.
O Desaparecido é Karl Rossman (ou Karl Homem-Cavalo), personagem central do livro O Desaparecido (ou Amerika), de Kafka, que eu terminei de ler, mas esqueci de comentar aqui e de trocar o livro no meu lateral ali (já troquei, calma).
Vamos ao livro, enfim.
Definitivamente, Kafka é um dos meu quatro escritores de cabeceira (para quem não sabe, eu o coloco ao lado de Dostoiévski, Cony e Henry Miller), mesmo com Ela insistindo em me dizer que na USP os leitores de Kafka são considerados loucos, literalmente.
O Desaparecido (ou Amerika) é um livro angustiante, no melhor estilo Kafka. É um livro extremamente perturbador, como só Kakfa o é. É um livro que incomoda, incomoda muito, como só nos livros de Kakfa. É um livro de humor-negro, como só Kafka sabe escrever.
Para quem leu O Processo e achou o livro angustiante, perturbador, incômodo, e não conseguiu terminá-lo (relaxe, afinal nem o Kafka conseguiu terminá-lo), nem chegue perto de O Desaparecido (ou Amerika). Isso porque o personagem central de O Desparecido (ou Amerika) não se ajuda, diferente do que ocorre em O Processo.
Em ambos o livros o personagem central vê seu mundo desabar, ver que todos o tratam com frieza, com meias verdades, com dissimulações, e vê tudo dando errado para ele, entrando num poço sem fundo, sabendo que não tem saída. Mas em O Desaparecido (ou Amerika), diferentemente de K., em O Processo, Karl Rossman não tem dicernimento, não parece ser inteligente; ele sente que tem algo errado, mas aos poucos se convence que não, que a vida é assim mesmo. Karl Rossman é uma besta, uma mula; é burro e inocente demais. Muito imaturo. Não é só o mundo que se volta contra ele. Ele mesmo não se ajuda. E você vai lendo e vai sentindo um vazio pela vida de Rossman, que é incrível.
Para piorar o incômodo, Kakfa consegue fazer um livro ter seu principal suspense, sua trama central, ser "atrapalhada" pelo excesso de detalhes que Kafka narra. Somente Kakfa narra com tanto brilhantismo tudo aquilo que circunda a cena que está a acontecer. E é com essa riqueza de detalhes geniais, engraçadas, divertidas, que Kafka faz a leitura seguir num rítmo menos acelerado. Kafka vai te freando quando você mais quer acelerar.
Kafka foi gênio. Descobriram isso tarde. Uma pena.
Ler Kafka é uma das experiências mais ricas que a literutara pode oferecer (ou pôde me oferecer até aqui).
Não, não, não.
O Desaparecido é Karl Rossman (ou Karl Homem-Cavalo), personagem central do livro O Desaparecido (ou Amerika), de Kafka, que eu terminei de ler, mas esqueci de comentar aqui e de trocar o livro no meu lateral ali (já troquei, calma).
Vamos ao livro, enfim.
Definitivamente, Kafka é um dos meu quatro escritores de cabeceira (para quem não sabe, eu o coloco ao lado de Dostoiévski, Cony e Henry Miller), mesmo com Ela insistindo em me dizer que na USP os leitores de Kafka são considerados loucos, literalmente.
O Desaparecido (ou Amerika) é um livro angustiante, no melhor estilo Kafka. É um livro extremamente perturbador, como só Kakfa o é. É um livro que incomoda, incomoda muito, como só nos livros de Kakfa. É um livro de humor-negro, como só Kafka sabe escrever.
Para quem leu O Processo e achou o livro angustiante, perturbador, incômodo, e não conseguiu terminá-lo (relaxe, afinal nem o Kafka conseguiu terminá-lo), nem chegue perto de O Desaparecido (ou Amerika). Isso porque o personagem central de O Desparecido (ou Amerika) não se ajuda, diferente do que ocorre em O Processo.
Em ambos o livros o personagem central vê seu mundo desabar, ver que todos o tratam com frieza, com meias verdades, com dissimulações, e vê tudo dando errado para ele, entrando num poço sem fundo, sabendo que não tem saída. Mas em O Desaparecido (ou Amerika), diferentemente de K., em O Processo, Karl Rossman não tem dicernimento, não parece ser inteligente; ele sente que tem algo errado, mas aos poucos se convence que não, que a vida é assim mesmo. Karl Rossman é uma besta, uma mula; é burro e inocente demais. Muito imaturo. Não é só o mundo que se volta contra ele. Ele mesmo não se ajuda. E você vai lendo e vai sentindo um vazio pela vida de Rossman, que é incrível.
Para piorar o incômodo, Kakfa consegue fazer um livro ter seu principal suspense, sua trama central, ser "atrapalhada" pelo excesso de detalhes que Kafka narra. Somente Kakfa narra com tanto brilhantismo tudo aquilo que circunda a cena que está a acontecer. E é com essa riqueza de detalhes geniais, engraçadas, divertidas, que Kafka faz a leitura seguir num rítmo menos acelerado. Kafka vai te freando quando você mais quer acelerar.
Kafka foi gênio. Descobriram isso tarde. Uma pena.
Ler Kafka é uma das experiências mais ricas que a literutara pode oferecer (ou pôde me oferecer até aqui).
quarta-feira, janeiro 11
Cheiros
É só uma massa, de farinha, com alguns outros produtos tais.
Mas, quando o bolo, um bolo qualquer, entra no forno quente e começa a assar, vem aquele cheiro tão gostoso, que nem Ela, cheirosa que só, principalmente por não usar perfume, tem cheiro melhor.
É então, no momento que o cheiro do bolo de milho invade meu cérebro, que coloco água para ferver, pó no coador e começo a passar o café (porque não há nada no mundo como um bom pedaço de bolo de milho com uma boa xícara de café).
Vem então o cheiro do café sendo passado. Aí fudeu. Fudeu porque, se cheiro de bolo assando é insuperável, nada provoca mais desejos que o cheiro de um café sendo passado pelo coador. Nem Ela, com seu cheiro divino.
Aos curiosos:
- sim, fui eu quem fiz o bolo.
- e sim, óbvio que sim, estava uma delícia!
Mas, quando o bolo, um bolo qualquer, entra no forno quente e começa a assar, vem aquele cheiro tão gostoso, que nem Ela, cheirosa que só, principalmente por não usar perfume, tem cheiro melhor.
É então, no momento que o cheiro do bolo de milho invade meu cérebro, que coloco água para ferver, pó no coador e começo a passar o café (porque não há nada no mundo como um bom pedaço de bolo de milho com uma boa xícara de café).
Vem então o cheiro do café sendo passado. Aí fudeu. Fudeu porque, se cheiro de bolo assando é insuperável, nada provoca mais desejos que o cheiro de um café sendo passado pelo coador. Nem Ela, com seu cheiro divino.
Aos curiosos:
- sim, fui eu quem fiz o bolo.
- e sim, óbvio que sim, estava uma delícia!
terça-feira, janeiro 3
Ufa!
2005, o ano mais conturbado da história, finalmente chegou ao fim. 2006 terá que se esforçar muito para ser pior, hein? Eu duvido que consiga, espero que não consiga, mas com eleições presidenciais a vista, e com o cenário como está, não duvido de nada...
E, como que para fechar com "chave de ouro", seu último dia útil, dia 30/12, foi meu último dia com obrigações profissionais...
Agora vamos ver o que será.
E, como que para fechar com "chave de ouro", seu último dia útil, dia 30/12, foi meu último dia com obrigações profissionais...
Agora vamos ver o que será.
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