Ontem, quando eu li coluna do excelente Contardo Calligaris no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, senti uma certa identificação quando ele disse assim: "...um intenso processo de pensamento: reavaliação contínua da realidade, dúvidas sobre a ação certa, exame constante de consciência e por aí vai. Esse processo leva o sujeito a um conhecimento especial das contradições de sua própria alma e da dos outros"*
Isso sou eu.
Parece que me falta modéstia, não? Mas não falta.
Primeiro que isso é doloroso demais. Depois porque se vc ler o texto todo, ele fala justamente que essa é a característica de uma das doenças, ou melhor, desvios mais enigmáticas que tem.
Conheço bem o tal desvio. Fui apresentado a ele ainda adolescente e nunca procurei uma ajuda externa, profissional ou não. Aprendi a conviver (muito bem) com isso. Isso me gera alguns problemas: sou muito racional, sou muito crítico, sou chato, etc. Mas, ainda assim, sou feliz com isso.
Bom, quando eu li o texto dele, fantástico, me senti bem. Alivia saber que isso não é tão errado assim. Então eu pensei em colocar algo sobre o texto aqui, mas tenho medo de ferir a propriedade intelectual dele, mesmo porque o texto é restrito para quem é assinante UOL.
Não violarei a lei, apesar de ser contra ela.
Então por que estou falando sobre?
Uma parte é porque tem uma pessoa pela qual sinto muito carinho e que precisa ler isso (sim, essa pessoa assina UOL), para que saber que não está só, que isso não é errado, que, pelo contrário, se controlado pode ser muito, muito bom; mas certamente essa pessoa foi a grande desculpa que meu cérebro achou para eu citar algo sobre o tal texto por aqui.
(*): o sublinhado no texto é meu, não do autor
sexta-feira, setembro 30
Cadê a verdade?
Essa casa está um pouco mais triste.
Um dos blogs preferidos por aqui, fechou as portas.
Parece que o pedido pela verdade não foi atendido e o Gimme Some Truth não mais existirá.
Uma pena, Dani.
Um dos blogs preferidos por aqui, fechou as portas.
Parece que o pedido pela verdade não foi atendido e o Gimme Some Truth não mais existirá.
Uma pena, Dani.
quinta-feira, setembro 29
Closer
Tá chegando cada vez mais perto o dia.
NIN (nine inch nails), "A" banda, está vindo aí. E está cada vez mais perto...
Help me - I broke apart my insides.
help me - I’ve got no Soul to tell
Help me - The only thing that works for me
Help me (to) get away from myself
...
My whole existence is flawed
You get me closer to god
Isso aí acima, esse clamor por uma ajuda desesperada, é NIN, na música Closer.
Nenhuma outra banda do mundo une tão bem esse grito desesperado que existe nas letras com o som em si. O som é desesperador, é gritado, é intenso, é poderoso, é foda, é foda, é foda!
Faça um favor para você mesmo: ouça NIN. E libere seus demônios.
NIN (nine inch nails), "A" banda, está vindo aí. E está cada vez mais perto...
Help me - I broke apart my insides.
help me - I’ve got no Soul to tell
Help me - The only thing that works for me
Help me (to) get away from myself
...
My whole existence is flawed
You get me closer to god
Isso aí acima, esse clamor por uma ajuda desesperada, é NIN, na música Closer.
Nenhuma outra banda do mundo une tão bem esse grito desesperado que existe nas letras com o som em si. O som é desesperador, é gritado, é intenso, é poderoso, é foda, é foda, é foda!
Faça um favor para você mesmo: ouça NIN. E libere seus demônios.
segunda-feira, setembro 26
Olavo e Luana
Olavo e Luana se conheceram na pista de cooper do Pepê em uma trombada, que levou, acreditem, Olavo ao chão.
Depois de um singelo pedido de desculpas, Olavo, claro, percebendo que Deus jogara sobre ele uma pequena beldade de vinte e quase nada de idade, não titubeou em dizer aquela velha e batida frase do toma lá dá cá que tanto é usado por sujeitos sem criatividades quando querem chegar em alguma mulher. Verdade seja dita que Olavo foi criativo dizendo que, com a queda, perdera sua carteira e que, portanto, Luana, como desculpas, teria que lhe pagar a água de coco que ele estava indo comprar exatamente no momento da trombada.
Ligeiramente resignada com a proposta, porém impressionada com o um metro e oitenta e qualquer coisa de Olavo, que, quando visto dos um e sessenta e um pouco menos de Luana, chegavam a assustar alguns desavisados, aceitou a proposta. Assim, pelo menos, poderia observar melhor o peitoral de Olavo que o Sol não queria deixar que visse.
Proposta aceita, água de coco tomada, meia dúzia, se muito, de palavras trocadas e o telefone de um já estava na agenda do outro com promessas de saírem juntos na noite seguinte.
Isso tudo aconteceu, acreditem, numa quinta-feira de manhã, pouco antes de ambos irem para o seu respectivo trabalho.
Olavo não ligou na quinta. E na sexta, só ligou após as dezoito horas, no exato momento em que a auto-estima de Luana escorria pelo ralo da pia do banheiro do trabalho. Afinal, pombas, por que, diabos, Olavo pediu seu telefone? O canalha não ia ligar? Dois dias. Dois dias!
“Eu sou tão desinteressante assim? Por que ele não liga?!”
Ele não leu a mente dela. Mas Olavo tem trinta e pouquinho. Solteiro, porém apreciador da espécie feminina, sabia que precisa morder um pouco antes de voltar assoprar. Assim Luana não chegaria ao encontro com moral grande o suficiente de forma que impedisse que fossem para a cama.
Sexta à noite, Olavo a pegou em casa e foram para uma festa na casa de um amigo de Luana, no Recreio, numa cobertura bacana.
Ficaram. Mas Olavo não comeu Luana na sexta. O abusado até experimentou, com uma mãozinha levemente roçada aqui e ali, mas ela fez jogo duro, tirando cordialmente a mão dele de onde ela mais queria que a mão estivesse.
De qualquer forma, sábado em casa e Luana só queria que Olavo ligasse. Ela morreu de tesão por ele. E rezava para que o jogo duro de sexta não o tenha feito desistir de algo.
Mas Olavo não ligou. Não podia ligar. Não devia, nunca, atender com muita precisão as expectativas mais latentes que a mulher tem. Apenas mandou um SMS mentiroso dizendo que estava em Arraial com alguns amigos que passaram em sua casa e o levaram de repente.
Ela respondeu com um “que pena” e outro “divirta-se”.
Mas Domingo, antes do meio-dia, Olavo ligou:
- Praia?
- Que horas?
- Passo aí em meia hora.
“Caralho, meia hora? Não! Preciso tomar banho, fazer a unha, depilar mais um pouco a virilha (afinal você vai me comer hoje, não vai?)”.
- Ah... Meia hora? Err... claro! Tudo bem.
- Tudo bem mesmo?
- É que eu estava indo no mercadinho agora comprar algumas coisas que está faltando em casa... – E não faltava nada, claro.
- Bom, uma hora?
- Não! Meia hora mesmo – vai que ele desiste - Assim que você chegar, interfone. Qualquer coisa você sobe e espera aqui.
“E já vai me comendo aqui mesmo, antes da praia, porque to na TPM morrendo de tesão”
Trinta e oito minutos depois, Luana passava óleo de amêndoas no corpo recém depilado, quando o interfone tocou.
- Oi.
- Cheguei.
- Pode subir.
- Muito cedo?
- Não. Só preciso terminar de por o biquíni.
“Bom Olavo, tenha calma. Não demonstre que você só quer comê-la. Sem muita mão. Vá devagar. Calma que você come ela hoje. Tenho que comer ela hoje, porra!”
Não foram à praia.
Às quatro horas da tarde, depois da quarta, exaustos, ambos deitados pelados na cama de Luana, Olavo olhava o teto branco enquanto Luana descansava nos ombros dele. O rádio começou a tocar Legião. Eduardo e Mônica.
Olavo cantarolou junto.
- Cara, me amarro nessa música. Posso aumentar o volume? – perguntou ele.
- Você gosta de Legião?
- Por quê? Você não?
- Detesto. Acho o Renato Russo um mala de primeira.
- Porra, não fale assim. O cara já morreu. E era um gênio.
- Gênio? Tá. Renato Russo era um gênio. E Dostoievski era um ET. Só se for.
- Quem?
- Dostoievski.
- Ah - disse Olavo rindo – com esse nome o cara certamente era um ET.
- Você não lê?
- Leio, claro. Mas não leio Paulo Coelho – disse Olavo correndo a vista pelo armário de livros do quarto de Luana.
Depois que Olavo foi embora, Luana se arrependeu de ter dado para um cara que nunca mais vai ver. Pelo menos ela não o quer ver novamente. Afinal nem meter bem ele mete.
E Olavo, no carro, pensou “Bom, pelo menos é gostosa. Mete nada, mas é gostosa.”.
Depois de um singelo pedido de desculpas, Olavo, claro, percebendo que Deus jogara sobre ele uma pequena beldade de vinte e quase nada de idade, não titubeou em dizer aquela velha e batida frase do toma lá dá cá que tanto é usado por sujeitos sem criatividades quando querem chegar em alguma mulher. Verdade seja dita que Olavo foi criativo dizendo que, com a queda, perdera sua carteira e que, portanto, Luana, como desculpas, teria que lhe pagar a água de coco que ele estava indo comprar exatamente no momento da trombada.
Ligeiramente resignada com a proposta, porém impressionada com o um metro e oitenta e qualquer coisa de Olavo, que, quando visto dos um e sessenta e um pouco menos de Luana, chegavam a assustar alguns desavisados, aceitou a proposta. Assim, pelo menos, poderia observar melhor o peitoral de Olavo que o Sol não queria deixar que visse.
Proposta aceita, água de coco tomada, meia dúzia, se muito, de palavras trocadas e o telefone de um já estava na agenda do outro com promessas de saírem juntos na noite seguinte.
Isso tudo aconteceu, acreditem, numa quinta-feira de manhã, pouco antes de ambos irem para o seu respectivo trabalho.
Olavo não ligou na quinta. E na sexta, só ligou após as dezoito horas, no exato momento em que a auto-estima de Luana escorria pelo ralo da pia do banheiro do trabalho. Afinal, pombas, por que, diabos, Olavo pediu seu telefone? O canalha não ia ligar? Dois dias. Dois dias!
“Eu sou tão desinteressante assim? Por que ele não liga?!”
Ele não leu a mente dela. Mas Olavo tem trinta e pouquinho. Solteiro, porém apreciador da espécie feminina, sabia que precisa morder um pouco antes de voltar assoprar. Assim Luana não chegaria ao encontro com moral grande o suficiente de forma que impedisse que fossem para a cama.
Sexta à noite, Olavo a pegou em casa e foram para uma festa na casa de um amigo de Luana, no Recreio, numa cobertura bacana.
Ficaram. Mas Olavo não comeu Luana na sexta. O abusado até experimentou, com uma mãozinha levemente roçada aqui e ali, mas ela fez jogo duro, tirando cordialmente a mão dele de onde ela mais queria que a mão estivesse.
De qualquer forma, sábado em casa e Luana só queria que Olavo ligasse. Ela morreu de tesão por ele. E rezava para que o jogo duro de sexta não o tenha feito desistir de algo.
Mas Olavo não ligou. Não podia ligar. Não devia, nunca, atender com muita precisão as expectativas mais latentes que a mulher tem. Apenas mandou um SMS mentiroso dizendo que estava em Arraial com alguns amigos que passaram em sua casa e o levaram de repente.
Ela respondeu com um “que pena” e outro “divirta-se”.
Mas Domingo, antes do meio-dia, Olavo ligou:
- Praia?
- Que horas?
- Passo aí em meia hora.
“Caralho, meia hora? Não! Preciso tomar banho, fazer a unha, depilar mais um pouco a virilha (afinal você vai me comer hoje, não vai?)”.
- Ah... Meia hora? Err... claro! Tudo bem.
- Tudo bem mesmo?
- É que eu estava indo no mercadinho agora comprar algumas coisas que está faltando em casa... – E não faltava nada, claro.
- Bom, uma hora?
- Não! Meia hora mesmo – vai que ele desiste - Assim que você chegar, interfone. Qualquer coisa você sobe e espera aqui.
“E já vai me comendo aqui mesmo, antes da praia, porque to na TPM morrendo de tesão”
Trinta e oito minutos depois, Luana passava óleo de amêndoas no corpo recém depilado, quando o interfone tocou.
- Oi.
- Cheguei.
- Pode subir.
- Muito cedo?
- Não. Só preciso terminar de por o biquíni.
“Bom Olavo, tenha calma. Não demonstre que você só quer comê-la. Sem muita mão. Vá devagar. Calma que você come ela hoje. Tenho que comer ela hoje, porra!”
Não foram à praia.
Às quatro horas da tarde, depois da quarta, exaustos, ambos deitados pelados na cama de Luana, Olavo olhava o teto branco enquanto Luana descansava nos ombros dele. O rádio começou a tocar Legião. Eduardo e Mônica.
Olavo cantarolou junto.
- Cara, me amarro nessa música. Posso aumentar o volume? – perguntou ele.
- Você gosta de Legião?
- Por quê? Você não?
- Detesto. Acho o Renato Russo um mala de primeira.
- Porra, não fale assim. O cara já morreu. E era um gênio.
- Gênio? Tá. Renato Russo era um gênio. E Dostoievski era um ET. Só se for.
- Quem?
- Dostoievski.
- Ah - disse Olavo rindo – com esse nome o cara certamente era um ET.
- Você não lê?
- Leio, claro. Mas não leio Paulo Coelho – disse Olavo correndo a vista pelo armário de livros do quarto de Luana.
Depois que Olavo foi embora, Luana se arrependeu de ter dado para um cara que nunca mais vai ver. Pelo menos ela não o quer ver novamente. Afinal nem meter bem ele mete.
E Olavo, no carro, pensou “Bom, pelo menos é gostosa. Mete nada, mas é gostosa.”.
quarta-feira, setembro 21
Apenas um diálogo qualquer
- Tá tudo bem?
- Mais ou menos. Você sabe.
- Aconteceu alguma coisa? O que foi?
- Nada... não sei.
- O que foi?
- Eu queria entender... o que aconteceu com você? O que aconteceu com a gente?
- Como assim? Não aconteceu nada comigo!
- Mas e com a gente?
- Não sei. Aconteceu alguma coisa?
- Claro que sim. Você não percebe?! Você mudou. Eu mudei.
- Não! Eu não mudei. Você que mudou.
- Eu mudei. Mudei mesmo. É verdade. Todos mudam. Todos mudamos. Você também mudou.
- Não. Não mudei.
- Então cadê aquele cara apaixonante, apaixonado, alegre?
- Aqui, ó. Na sua frente.
- Não, não está.
- Ah, larga a mão. Claro que está. Estou aqui.
- Não. Se está, você o escondeu muito bem, dentro de você.
- É você que não consegue mais enxergá-lo.
- É. Com certeza. Não consigo mesmo. Por isso digo que mudamos. O Pedro pelo qual eu me apaixonei não existe mais. E a Cíntia pela qual você se apaixonou também não existe mais.
- Vem cá, o que foi? Você não está bem, né? Não está legal. O que você está querendo? Onde quer chegar? Claro que você ainda existe. Você ainda é a mesma. Eu ainda estou apaixonado por você!
- Não, não está. É que a gente tem tido tão pouco tempo para a gente que você não consegue ver que mudei. A Cíntia pela qual você se apaixonou via em você uma sujeito maduro, apaixonado, apaixonante, alegre. Eu não vejo mais isso em você porque você mudou. E se eu não vejo mais isso em você é porque eu mudei. Se eu não vejo mais isso em você, eu não sou a pessoa pela qual você se apaixonou.
- Mas eu não me apaixonei por você porque você via em mim um sujeito apaixonante. Eu me apaixonei por você porque eu via, ou melhor, vejo, uma mulher incrível.
- Mas essa mulher só era incrível porque via em você um sujeito que hoje não mais existe. Eu não sou mais aquela mulher. Enxergue isso.
- Para quê? Para que você quer que eu enxergue isso? O que você está querendo?
- Não. Só quero que você perceba que não temos mais porque estarmos juntos. Você tem que entender que a gente não é mais a gente e que não temos mais sentido juntos.
- É isso, então? Você quer mesmo terminar tudo. Assim. Sem mais motivos.
- Não, Pedro, não é sem mais motivos. É justamente por não existir mais motivo algum.
- Vou fazer o seguinte. Eu tô vendo que você não está bem, não está legal. Então vamos cada um pra sua casa. Vamos pensar melhor sobre o assunto, pode ser?
- Não vai adiantar...
- Peraí! Me dá essa chance! Porra, você tem que me dar esse direito pelo menos. Você precisa pensar melhor sobre isso.
- Tá. Pensarei. Mas você tem que pensar melhor sobre o que eu te falei. Você verá. Eu mudei, Pedro. Eu mudei.
- Mais ou menos. Você sabe.
- Aconteceu alguma coisa? O que foi?
- Nada... não sei.
- O que foi?
- Eu queria entender... o que aconteceu com você? O que aconteceu com a gente?
- Como assim? Não aconteceu nada comigo!
- Mas e com a gente?
- Não sei. Aconteceu alguma coisa?
- Claro que sim. Você não percebe?! Você mudou. Eu mudei.
- Não! Eu não mudei. Você que mudou.
- Eu mudei. Mudei mesmo. É verdade. Todos mudam. Todos mudamos. Você também mudou.
- Não. Não mudei.
- Então cadê aquele cara apaixonante, apaixonado, alegre?
- Aqui, ó. Na sua frente.
- Não, não está.
- Ah, larga a mão. Claro que está. Estou aqui.
- Não. Se está, você o escondeu muito bem, dentro de você.
- É você que não consegue mais enxergá-lo.
- É. Com certeza. Não consigo mesmo. Por isso digo que mudamos. O Pedro pelo qual eu me apaixonei não existe mais. E a Cíntia pela qual você se apaixonou também não existe mais.
- Vem cá, o que foi? Você não está bem, né? Não está legal. O que você está querendo? Onde quer chegar? Claro que você ainda existe. Você ainda é a mesma. Eu ainda estou apaixonado por você!
- Não, não está. É que a gente tem tido tão pouco tempo para a gente que você não consegue ver que mudei. A Cíntia pela qual você se apaixonou via em você uma sujeito maduro, apaixonado, apaixonante, alegre. Eu não vejo mais isso em você porque você mudou. E se eu não vejo mais isso em você é porque eu mudei. Se eu não vejo mais isso em você, eu não sou a pessoa pela qual você se apaixonou.
- Mas eu não me apaixonei por você porque você via em mim um sujeito apaixonante. Eu me apaixonei por você porque eu via, ou melhor, vejo, uma mulher incrível.
- Mas essa mulher só era incrível porque via em você um sujeito que hoje não mais existe. Eu não sou mais aquela mulher. Enxergue isso.
- Para quê? Para que você quer que eu enxergue isso? O que você está querendo?
- Não. Só quero que você perceba que não temos mais porque estarmos juntos. Você tem que entender que a gente não é mais a gente e que não temos mais sentido juntos.
- É isso, então? Você quer mesmo terminar tudo. Assim. Sem mais motivos.
- Não, Pedro, não é sem mais motivos. É justamente por não existir mais motivo algum.
- Vou fazer o seguinte. Eu tô vendo que você não está bem, não está legal. Então vamos cada um pra sua casa. Vamos pensar melhor sobre o assunto, pode ser?
- Não vai adiantar...
- Peraí! Me dá essa chance! Porra, você tem que me dar esse direito pelo menos. Você precisa pensar melhor sobre isso.
- Tá. Pensarei. Mas você tem que pensar melhor sobre o que eu te falei. Você verá. Eu mudei, Pedro. Eu mudei.
terça-feira, setembro 20
Very Deep. Real Deep.
Ontem, na hora do almoço, eu fui a uma banca de CDs usados e comprei isso aqui:
Não consigo tirá-lo de meu Discman. Não consigo parar de ouvir.
Claro que um CD desses deveria ser duplo, com 20 músicas em cada CD. Mas numa época dessas, em que você trabalha mais de 12h/ dia, non-stop, a todo vapor, o stress comendo as paredes do meu estômago, nada melhor que esse CD (tá, até tem, mas não para se fazer no escritório).
Não consigo tirá-lo de meu Discman. Não consigo parar de ouvir.
Claro que um CD desses deveria ser duplo, com 20 músicas em cada CD. Mas numa época dessas, em que você trabalha mais de 12h/ dia, non-stop, a todo vapor, o stress comendo as paredes do meu estômago, nada melhor que esse CD (tá, até tem, mas não para se fazer no escritório).
segunda-feira, setembro 19
Uma lógica ilógica
De repente você descobre uma música e se apaixona por ela. Ela mexe com você. Você pesquisa o CD no qual a tal música foi lançada, ouve, gosta, compra, ouve, ouve, ouve.
Vira fã da banda.
Procura outros CDs e os compra (se existirem).
Então você descobre que seria excelente se aqueles seus amigos, ou todos seus amigos e conhecidos também gostassem de tal banda, pois assim você poderia ouvi-lá não só quando estivesse sozinho, mas também ao lado de alguém, compartilhando a emoção que ela o trás.
Mas nada.
No fim, apenas 3 ou 4 amigos gostam da música e você a ouvira em momentos específicos. Mas ela será especial para você durante muito tempo.
Porém...
Se, por algum acaso, a tal banda passar a fazer parte do mainstream e começar a tocar em todas as rádios, então seus amigos e conhecidos, de toda e qualquer tripo ou gosto musical, passam a conhecê-la. Depois, passam a gostar muito dela, a ouvi-la sempre e tudo mais. É então que, de repente, você descobre que essa banda, que essa música perdeu a graça porque ficou comum demais.
Tem alguma lógica?
Vira fã da banda.
Procura outros CDs e os compra (se existirem).
Então você descobre que seria excelente se aqueles seus amigos, ou todos seus amigos e conhecidos também gostassem de tal banda, pois assim você poderia ouvi-lá não só quando estivesse sozinho, mas também ao lado de alguém, compartilhando a emoção que ela o trás.
Mas nada.
No fim, apenas 3 ou 4 amigos gostam da música e você a ouvira em momentos específicos. Mas ela será especial para você durante muito tempo.
Porém...
Se, por algum acaso, a tal banda passar a fazer parte do mainstream e começar a tocar em todas as rádios, então seus amigos e conhecidos, de toda e qualquer tripo ou gosto musical, passam a conhecê-la. Depois, passam a gostar muito dela, a ouvi-la sempre e tudo mais. É então que, de repente, você descobre que essa banda, que essa música perdeu a graça porque ficou comum demais.
Tem alguma lógica?
domingo, setembro 18
INAGURAÇÃO!!!!!!!
Bem vindos ao novo Template.
É. Finalmente, após 19 séculos, publiquei o novo Template. Ainda tem falhas. Na verdade, ainda tem 1 única falha que preciso corrigir. Se fosse um simples XML ou um simples HTML ficaria mais fácil. Mas esse template que escolhi, que mexi e tudo mais, tá foda.
Mas vamos lá.
Sejam bem vindos. Fiquem a vontade.
Criticas? Por favor.
E, para comemorar, coloquei 2 longos e chatos textos inéditos. Fazia tempo, eu sei. Espero que pelo menos 1 de vcs 6 gostem.
É. Finalmente, após 19 séculos, publiquei o novo Template. Ainda tem falhas. Na verdade, ainda tem 1 única falha que preciso corrigir. Se fosse um simples XML ou um simples HTML ficaria mais fácil. Mas esse template que escolhi, que mexi e tudo mais, tá foda.
Mas vamos lá.
Sejam bem vindos. Fiquem a vontade.
Criticas? Por favor.
E, para comemorar, coloquei 2 longos e chatos textos inéditos. Fazia tempo, eu sei. Espero que pelo menos 1 de vcs 6 gostem.
Crise
Quando ele completou 30 anos, há alguns meses, eu esperava que alguma crise viesse e estava preparada para ser a melhor companheira que alguém possa ser. Afinal, além dela, a crise, já estar se anunciando desde seus 28 anos e além de todos os estudos que realmente indicam a existência clara da crise dos 30 (e a dos 40, e a dos 50, e a dos 60...), eu, há 4 anos, quando completei meus 30, tive minha crise e ele foi tão complacente comigo, que imaginava o quanto em troca ele estava plantando para receber.
O que eu não esperava era que sua crise dos 30 seria o prenúncio da crise dos 40, vindo 10 anos adiantados.
Mas pelo menos foi paulatina.
Primeiro ele finalmente parou de fumar. Fumava há tanto tempo que, da mesma forma como é difícil imaginar um antigo quatro olhos, velho conhecido, sem óculos, ninguém nunca o imaginara sem o cigarro. Pois parou.
Passados 2 meses ele riscou a cervejinha com os amigos. Parara de beber. Afirma que é temporário, só para limpar o organismo. Mas pelo que eu o conheço, contando somente os anos que estamos casados, para limpar o álcool do organismo dele, teremos um sujeito sóbrio pelos próximos 10 anos. E então virá a crise dos 40 e é melhor eu nem pensar nisso.
Quando ele finalmente passou a basear sua alimentação numa dieta rica em verde e pobre em carnes e carboidratos, senti que sua tão famosa e bem cultivada pança estava, finalmente, incomodando-o tanto quanto a mim, e a pança finalmente estava com os dias contados.
Então ele quis entrar numa academia. Fazer musculação, Yoga e natação. Para que você entenda a gravidade da situação, ele nunca, jamais, tinha sequer colocado seus pés em alguma academia. Era contra, até.
A partir daí, instalou-se confortavelmente atrás de minhas duas orelhas algumas gordas pulgas. Era tudo isso um forte sinal da crise em si ou era o sinal que alguma outra mulher aparecerá em sua vida? Procurei, dia após dia, refugar essa segunda possibilidade. Trabalho árduo e intenso.
A troca de carro, achei natural. Afinal o carro dele estava com 10 anos e o seguro começaria a ter o preço tão alto, que o valor da parcela de um carro zero somada ao valor de seu seguro seria mais em conta. Mas que não precisava ter sido um Mercedes Classe A, não precisava mesmo.
Hoje quando eu passava por uma sossegada e escura rua da Zona Oeste, vi seu carro sair de um Motel. E era certeza, viu? Conheço sua placa de cor e salteado. Os vidros filmados impediam-me de identificar quem era. Então eu “calmamente” bati meu velho Gol contra seu Classe A. Ele estava parado na esquina, esperando o trânsito permitir sua entrada; e eu estava acelerando a “apenas” 60km/h. Quando a primeira pessoa desceu do carro, um homem, abobalhado pela batida, e não era ele, gelei. Era uma bichinha de quase 20 anos. Logo depois, desceu ele...
Não. Não morri. Estou vivinha. Sou mais forte. Sou forte e não morreria por um cara de 30 anos com salto plataforma e batom. Também não o matei. Não sei porquê. Honestamente.
Hoje a crise finalmente se instalou. Em mim. E que se foda sua crise dos 30 anos e o casamento, encerrado ali mesmo, porque acho que essas porras, na verdade, nunca existiram para ele!
O que eu não esperava era que sua crise dos 30 seria o prenúncio da crise dos 40, vindo 10 anos adiantados.
Mas pelo menos foi paulatina.
Primeiro ele finalmente parou de fumar. Fumava há tanto tempo que, da mesma forma como é difícil imaginar um antigo quatro olhos, velho conhecido, sem óculos, ninguém nunca o imaginara sem o cigarro. Pois parou.
Passados 2 meses ele riscou a cervejinha com os amigos. Parara de beber. Afirma que é temporário, só para limpar o organismo. Mas pelo que eu o conheço, contando somente os anos que estamos casados, para limpar o álcool do organismo dele, teremos um sujeito sóbrio pelos próximos 10 anos. E então virá a crise dos 40 e é melhor eu nem pensar nisso.
Quando ele finalmente passou a basear sua alimentação numa dieta rica em verde e pobre em carnes e carboidratos, senti que sua tão famosa e bem cultivada pança estava, finalmente, incomodando-o tanto quanto a mim, e a pança finalmente estava com os dias contados.
Então ele quis entrar numa academia. Fazer musculação, Yoga e natação. Para que você entenda a gravidade da situação, ele nunca, jamais, tinha sequer colocado seus pés em alguma academia. Era contra, até.
A partir daí, instalou-se confortavelmente atrás de minhas duas orelhas algumas gordas pulgas. Era tudo isso um forte sinal da crise em si ou era o sinal que alguma outra mulher aparecerá em sua vida? Procurei, dia após dia, refugar essa segunda possibilidade. Trabalho árduo e intenso.
A troca de carro, achei natural. Afinal o carro dele estava com 10 anos e o seguro começaria a ter o preço tão alto, que o valor da parcela de um carro zero somada ao valor de seu seguro seria mais em conta. Mas que não precisava ter sido um Mercedes Classe A, não precisava mesmo.
Hoje quando eu passava por uma sossegada e escura rua da Zona Oeste, vi seu carro sair de um Motel. E era certeza, viu? Conheço sua placa de cor e salteado. Os vidros filmados impediam-me de identificar quem era. Então eu “calmamente” bati meu velho Gol contra seu Classe A. Ele estava parado na esquina, esperando o trânsito permitir sua entrada; e eu estava acelerando a “apenas” 60km/h. Quando a primeira pessoa desceu do carro, um homem, abobalhado pela batida, e não era ele, gelei. Era uma bichinha de quase 20 anos. Logo depois, desceu ele...
Não. Não morri. Estou vivinha. Sou mais forte. Sou forte e não morreria por um cara de 30 anos com salto plataforma e batom. Também não o matei. Não sei porquê. Honestamente.
Hoje a crise finalmente se instalou. Em mim. E que se foda sua crise dos 30 anos e o casamento, encerrado ali mesmo, porque acho que essas porras, na verdade, nunca existiram para ele!
Traição
Já estava tudo combinado desde semana passada. Naquele dia ele sairia para o almoço um pouco mais tarde, por volta das duas horas, pegaria seu carro no estacionamento, encontraria a Selma, do estoque, na porta da lanchonete Joinha, passariam toda à tarde no Motel e, de lá, ele pegaria sua esposa no trabalho, como de costume. Tudo perfeito. Nenhuma bandeira seria levantada, nada poderia dar errado.
E assim foi.
Selma era uma máquina de transar. Além de gostosa, ela era ótima de cama. Sabia sempre o que fazer e como. Sabia ser submissa quando tinha que ser, e sabia ser mais ativa quando necessário. A mão sempre estava no lugar certo, do jeito certo, no tempo certo. A boca também. Fazia tempo que ele não tinha uma transa tão bem feita. Empolgado e animado, ele rendeu, consequentemente, muito mais do que o normal. Selma ficou impressionada. Ele também. Banho rápido e secador nos cabelos, estavam prontos para ir embora.
Mas uma coisa ele não planejou, esqueceu, não pensou. Como Selma iria para casa depois? Sem outra solução, claro, levaria Selma para casa – ele não deixaria uma moça como ela pegar o metrô e depois o ônibus, coisa que não estava acostumada; afinal ela não tinha vindo de carro, pois ele tinha a orientado assim.
E então, aquilo que parecia um problema, logo se multiplicou. Selma morava a quarenta minutos dali, já contando o trânsito. Porém para ir para a casa de Selma, ele teria que passar bem em frente ao prédio onde sua esposa trabalhava. E ela não poderia ver Selma.
Ligou para ela:
- Querida, estou entrando numa reunião sem horas para acabar. Não poderia lhe pegar hoje no serviço. Pegue um táxi e vá para casa, tudo bem?
- Tudo. Mas não chegue muito tarde. Cuidado, tá bom?
- Pode deixar.
Ela, a esposa, sabia que Leandro, colega que trabalhava com ela, passaria perto de sua casa para ir embora e arriscou um inocente pedido de carona.
- Tudo bem, sem problemas. Deixo você na porta de sua casa.
- Ah, não precisa. Não quero incomodar. Eu salto na esquina mesmo.
- Ora, imagine que eu deixarei você na esquina. Não me custa nada. Não se preocupe.
Como ao passar em frente ao prédio onde sua esposa trabalhava, ele já tinha alertado à Selma que se abaixasse, ela não pensou duas vezes e uniu o útil ao agradabilíssimo gesto de, antes de abaixar, abrir o zíper da calça dele. Selma mal enchera a boca quando ele viu sua esposa entrar no carro do tal colega de trabalho. Anotou a placa do carro do sujeito, para precaução. Zangou de tal forma que Selma teve dificuldade de fazê-lo gozar.
Na volta para casa, ligou para sua esposa dizendo que já estava voltando. Ela já estava em casa, sem nenhum problema. E ele, como que para se mostrar preocupado, perguntou:
- Pegou o táxi direitinho?
Ela, para não dar asas à imaginação dele, e para não ter aborrecimento, mesmo sem ter feito nada e sem ter absolutamente nada a dever, respondeu que sim.
Pronto. Era o que bastava: ele se descobriu corno.
Ao chegar em casa:
- Oi, tudo bem? Que bom que chegou. A janta já está pronta.
- Antes da janta, gostaria de lhe perguntar uma coisa.
Ela sentiu o tom preocupado na voz dele. Parou, olhou para ele.
- Pode perguntar.
- De quem é o carro tal, cor tal e placa tal?
Ela enrubesceu na hora. Enrubesceu simplesmente porque sabia que ela tinha pego sua mentira e ela não sabia mentir. Odiava mentir e sentiu-se envergonhada por tê-lo feito.
Tentou responder qualquer coisa, mas a voz não veio. E, quando veio, ela gaguejou. Era o que bastava para ele.
Tiverem uma discussão severa. Ele usou os mais baixos adjetivos para se referir a ela. Ela não estava conseguindo acreditar que aquilo estava acontecendo. Ela, inocente. Mas não tinha argumentos que provassem.
Não jantaram.
No dia seguinte pela manhã as coisas dele estavam separadas e ele se mudava para um hotel no centro. Era temporário. Apenas para aguardar o trâmite legal da separação que seus advogados estavam cuidando.
E assim foi.
Selma era uma máquina de transar. Além de gostosa, ela era ótima de cama. Sabia sempre o que fazer e como. Sabia ser submissa quando tinha que ser, e sabia ser mais ativa quando necessário. A mão sempre estava no lugar certo, do jeito certo, no tempo certo. A boca também. Fazia tempo que ele não tinha uma transa tão bem feita. Empolgado e animado, ele rendeu, consequentemente, muito mais do que o normal. Selma ficou impressionada. Ele também. Banho rápido e secador nos cabelos, estavam prontos para ir embora.
Mas uma coisa ele não planejou, esqueceu, não pensou. Como Selma iria para casa depois? Sem outra solução, claro, levaria Selma para casa – ele não deixaria uma moça como ela pegar o metrô e depois o ônibus, coisa que não estava acostumada; afinal ela não tinha vindo de carro, pois ele tinha a orientado assim.
E então, aquilo que parecia um problema, logo se multiplicou. Selma morava a quarenta minutos dali, já contando o trânsito. Porém para ir para a casa de Selma, ele teria que passar bem em frente ao prédio onde sua esposa trabalhava. E ela não poderia ver Selma.
Ligou para ela:
- Querida, estou entrando numa reunião sem horas para acabar. Não poderia lhe pegar hoje no serviço. Pegue um táxi e vá para casa, tudo bem?
- Tudo. Mas não chegue muito tarde. Cuidado, tá bom?
- Pode deixar.
Ela, a esposa, sabia que Leandro, colega que trabalhava com ela, passaria perto de sua casa para ir embora e arriscou um inocente pedido de carona.
- Tudo bem, sem problemas. Deixo você na porta de sua casa.
- Ah, não precisa. Não quero incomodar. Eu salto na esquina mesmo.
- Ora, imagine que eu deixarei você na esquina. Não me custa nada. Não se preocupe.
Como ao passar em frente ao prédio onde sua esposa trabalhava, ele já tinha alertado à Selma que se abaixasse, ela não pensou duas vezes e uniu o útil ao agradabilíssimo gesto de, antes de abaixar, abrir o zíper da calça dele. Selma mal enchera a boca quando ele viu sua esposa entrar no carro do tal colega de trabalho. Anotou a placa do carro do sujeito, para precaução. Zangou de tal forma que Selma teve dificuldade de fazê-lo gozar.
Na volta para casa, ligou para sua esposa dizendo que já estava voltando. Ela já estava em casa, sem nenhum problema. E ele, como que para se mostrar preocupado, perguntou:
- Pegou o táxi direitinho?
Ela, para não dar asas à imaginação dele, e para não ter aborrecimento, mesmo sem ter feito nada e sem ter absolutamente nada a dever, respondeu que sim.
Pronto. Era o que bastava: ele se descobriu corno.
Ao chegar em casa:
- Oi, tudo bem? Que bom que chegou. A janta já está pronta.
- Antes da janta, gostaria de lhe perguntar uma coisa.
Ela sentiu o tom preocupado na voz dele. Parou, olhou para ele.
- Pode perguntar.
- De quem é o carro tal, cor tal e placa tal?
Ela enrubesceu na hora. Enrubesceu simplesmente porque sabia que ela tinha pego sua mentira e ela não sabia mentir. Odiava mentir e sentiu-se envergonhada por tê-lo feito.
Tentou responder qualquer coisa, mas a voz não veio. E, quando veio, ela gaguejou. Era o que bastava para ele.
Tiverem uma discussão severa. Ele usou os mais baixos adjetivos para se referir a ela. Ela não estava conseguindo acreditar que aquilo estava acontecendo. Ela, inocente. Mas não tinha argumentos que provassem.
Não jantaram.
No dia seguinte pela manhã as coisas dele estavam separadas e ele se mudava para um hotel no centro. Era temporário. Apenas para aguardar o trâmite legal da separação que seus advogados estavam cuidando.
sexta-feira, setembro 16
Sexta?
Sim, sexta. E, bem... Ah, que beleza!
Depois de uma quinta com um início punk e um fim into the stars, nada melhor que um bom rock.
Autoramas é o nome da banda que canta uma música chamada Caso Perdido. Essa música, que pode ser achada no CD "Nada Pode Parar os Autoramas", tem uma boa letra para hoje.
Afinal, sexta é o grande dia FUCK YOU!
Quer ver só?
Lá vem eles de novo.
Me forçar a aceitar
o que eu acho errado.
Não que eu seja contra,
nem que eu queira teimar,
só vejo o outro lado.
Será que ter opinião
é algum tipo de agressão
ou muita pretenção?
Alguém pode passar a vida inteira
pensando de certa maneira.
Já eu acho que não!
Pra você eu sou um caso perdido,
minha vida não tem muito sentido.
Mas eu gosto dela assim
Eu não estou a fim
de fazer o que eu não estou a fim.
Quem vai me obrigar?
Mas também aprendi:
não me levar tão a sério assim.
Ninguém vai conseguir me provocar
e se você quiser interpretar
como um absurdo o que eu vier a dizer,
qualquer coisa que eu falar,
tem alguém que não vai concordar.
Eu vou fazer o que?
Pra você eu sou um caso perdido,
minha vida não tem muito sentido.
Mas eu gosto dela assim
É isso aí.
Depois de uma quinta com um início punk e um fim into the stars, nada melhor que um bom rock.
Autoramas é o nome da banda que canta uma música chamada Caso Perdido. Essa música, que pode ser achada no CD "Nada Pode Parar os Autoramas", tem uma boa letra para hoje.
Afinal, sexta é o grande dia FUCK YOU!
Quer ver só?
Lá vem eles de novo.
Me forçar a aceitar
o que eu acho errado.
Não que eu seja contra,
nem que eu queira teimar,
só vejo o outro lado.
Será que ter opinião
é algum tipo de agressão
ou muita pretenção?
Alguém pode passar a vida inteira
pensando de certa maneira.
Já eu acho que não!
Pra você eu sou um caso perdido,
minha vida não tem muito sentido.
Mas eu gosto dela assim
Eu não estou a fim
de fazer o que eu não estou a fim.
Quem vai me obrigar?
Mas também aprendi:
não me levar tão a sério assim.
Ninguém vai conseguir me provocar
e se você quiser interpretar
como um absurdo o que eu vier a dizer,
qualquer coisa que eu falar,
tem alguém que não vai concordar.
Eu vou fazer o que?
Pra você eu sou um caso perdido,
minha vida não tem muito sentido.
Mas eu gosto dela assim
É isso aí.
quinta-feira, setembro 15
Famoso? Bela merda!
É realmente curioso esse negócio de morar no Rio e conviver com o contraste tão explicito assim.
Ontem mesmo eu sai da empresa muito tarde, já passava das dez, e perdi o ônibus fretado, no qual costumo ir para casa sem desconforto algum.
Peguei, portanto, um ônibus tal e qualquer.
Acostumado a ônibus desde sempre, seja em S. Paulo, seja no Rio mesmo, não tive problemas ao ver que, após horas no batente, cansado, enfrentaria uma hora, ou mais, de viagem, mesmo porque eu ouvia Cachorro Grande em meu discman. E em pé, pois o ônibus chegou sem lugares vagos para eu me sentar.
O ônibus, na verdade, nem estava tão cheio. Em pé tinha apenas umas cinco pessoas, contando comigo. Parei prostrado logo após a roleta, e esse foi meu primeiro grande erro.
Aos poucos fui percebendo olhares fixos em mim. Receoso e curioso, não fixei os olhos em ninguém, nem na loirinha com tudo em cima que me fitava sem parar. Corria os olhos de lá pra cá e fui percebendo que de paquera, tais olhares nada tinham. Eram olhares curiosos, ansiosos, tanto de mulheres como de alguns homens até.
Então a passageira Qualquer, sentada dois bancos após a roleta, ofereceu-se gentilmente para levar minha leve mochila. Aceitei sem pestanejar e me coloquei mais perto da tal morena.
Dois pontos depois entram três tipos que faz você pensar em assalto. Principalmente porque dois ficaram perto de mim, ou seja, perto da catraca, e o outro ficou lá no fundo.
Então, de repente, começa o papinho que me levaria ao segundo grande erro.
- Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, novela?
- O quê? - disse eu solícito, tirando um dos fones do meu ouvido.
- Sabe que eu estou adorando a novela?
A senhora ao lado dela não parava de me encarar. "Que raio de novela, cacete?!", pensei eu. Vejam vocês que eu não vejo novelas.
- Você está tão bem nela.
Ah, tá. Entendi. Estou sendo, novamente, confundido com algum artista.
- Obrigado - viram o erro? Eu podia ter desmentido, dito que era um equívoco, mas fui querer me meter a besta de novo, afinal, da primeira vez eu achei engraçado.
- É. Mas não acho que o que você fez com ela certo. Você não devia tratá-la desse jeito. Dê outra chance a ela! - Disse a senhora.
Não ía perder tempo explicando que era coisa do autor, mesmo porquê nem era eu mesmo quem interpretava o sujeito.
Depois de um breve silêncio, a tal Qualquer não se conteve.
- Você é muito mais bonito pessoalmente. Eu sempre achei você muito bonito, mas pessoalmente você é um gato.
- Olha, desculpe - disse a senhora ao lado enquanto todos ao redor olhavam atentos para mim e para elas - mas já eu acho o contrário. Na tevê eu acho você bem bonito mesmo. Mas fiquei decepcionada em te ver assim, ao vivo. Tão magrinho.
- Ah, eu não acho - disse a moça do banco de trás.
- Sabe o que eu acho? - disse um dos três sujeitos com tipo de assaltante
Diante do olhar perplexo de todos, ele elevou o tom de voz.
- Acho melhor vocês ficar quietinhos e me passar o dinheiro e o celular de vocês - ele disse mostrando o revolver para todos no ônibus.
Olhei para os outros dois e um limpava o dinheiro da cobradora (ou trocadora como dizem aqui) e o outro não deixava ninguém descer.
- E você, galã, passa o disqueman! Rápido, anda!
- Aê, todo mundo quietinho senão eu apago o galã aqui.
Eles me levaram até a porta, caso alguém se rebelasse.
Foi os quinze minutos mais tenso da minha vida. Maldita mania de me deixar ser confundido com assaltantes.
Ontem mesmo eu sai da empresa muito tarde, já passava das dez, e perdi o ônibus fretado, no qual costumo ir para casa sem desconforto algum.
Peguei, portanto, um ônibus tal e qualquer.
Acostumado a ônibus desde sempre, seja em S. Paulo, seja no Rio mesmo, não tive problemas ao ver que, após horas no batente, cansado, enfrentaria uma hora, ou mais, de viagem, mesmo porque eu ouvia Cachorro Grande em meu discman. E em pé, pois o ônibus chegou sem lugares vagos para eu me sentar.
O ônibus, na verdade, nem estava tão cheio. Em pé tinha apenas umas cinco pessoas, contando comigo. Parei prostrado logo após a roleta, e esse foi meu primeiro grande erro.
Aos poucos fui percebendo olhares fixos em mim. Receoso e curioso, não fixei os olhos em ninguém, nem na loirinha com tudo em cima que me fitava sem parar. Corria os olhos de lá pra cá e fui percebendo que de paquera, tais olhares nada tinham. Eram olhares curiosos, ansiosos, tanto de mulheres como de alguns homens até.
Então a passageira Qualquer, sentada dois bancos após a roleta, ofereceu-se gentilmente para levar minha leve mochila. Aceitei sem pestanejar e me coloquei mais perto da tal morena.
Dois pontos depois entram três tipos que faz você pensar em assalto. Principalmente porque dois ficaram perto de mim, ou seja, perto da catraca, e o outro ficou lá no fundo.
Então, de repente, começa o papinho que me levaria ao segundo grande erro.
- Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, novela?
- O quê? - disse eu solícito, tirando um dos fones do meu ouvido.
- Sabe que eu estou adorando a novela?
A senhora ao lado dela não parava de me encarar. "Que raio de novela, cacete?!", pensei eu. Vejam vocês que eu não vejo novelas.
- Você está tão bem nela.
Ah, tá. Entendi. Estou sendo, novamente, confundido com algum artista.
- Obrigado - viram o erro? Eu podia ter desmentido, dito que era um equívoco, mas fui querer me meter a besta de novo, afinal, da primeira vez eu achei engraçado.
- É. Mas não acho que o que você fez com ela certo. Você não devia tratá-la desse jeito. Dê outra chance a ela! - Disse a senhora.
Não ía perder tempo explicando que era coisa do autor, mesmo porquê nem era eu mesmo quem interpretava o sujeito.
Depois de um breve silêncio, a tal Qualquer não se conteve.
- Você é muito mais bonito pessoalmente. Eu sempre achei você muito bonito, mas pessoalmente você é um gato.
- Olha, desculpe - disse a senhora ao lado enquanto todos ao redor olhavam atentos para mim e para elas - mas já eu acho o contrário. Na tevê eu acho você bem bonito mesmo. Mas fiquei decepcionada em te ver assim, ao vivo. Tão magrinho.
- Ah, eu não acho - disse a moça do banco de trás.
- Sabe o que eu acho? - disse um dos três sujeitos com tipo de assaltante
Diante do olhar perplexo de todos, ele elevou o tom de voz.
- Acho melhor vocês ficar quietinhos e me passar o dinheiro e o celular de vocês - ele disse mostrando o revolver para todos no ônibus.
Olhei para os outros dois e um limpava o dinheiro da cobradora (ou trocadora como dizem aqui) e o outro não deixava ninguém descer.
- E você, galã, passa o disqueman! Rápido, anda!
- Aê, todo mundo quietinho senão eu apago o galã aqui.
Eles me levaram até a porta, caso alguém se rebelasse.
Foi os quinze minutos mais tenso da minha vida. Maldita mania de me deixar ser confundido com assaltantes.
domingo, setembro 11
Alguém poderia me ouvir?
Acabou.
Kimi, o melhor do ano, ganhou.
Mas Alonso, o cara mais sortudo da F1, chegou em segundo.
Montoya bateu. No final. Não teve culpa.
Agora a distância do Alonso é de 23 pontos.
Se tivessem feito o que eu sugeri....
Kimi, o melhor do ano, ganhou.
Mas Alonso, o cara mais sortudo da F1, chegou em segundo.
Montoya bateu. No final. Não teve culpa.
Agora a distância do Alonso é de 23 pontos.
Se tivessem feito o que eu sugeri....
F1 2005 - Chegou a grande final
Gosta de F1?
Eu gosto. Adoro.
Portanto começa hoje e durará no máximo mais 4 Domingos, não seguidos, as manhãs mais importantes do ano.
Por isso acordei cedo.
Kimi ou Alonso?
Eu sou mais Kimi.
Kimi é mais piloto. Alonso é apenas mais sortudo.
Minha opinião:
1989 - Senna e Prost disputavam o título na penúltima prova do ano, no Japão. A vitória de Senna ainda daria a ele a chance do título mundial. Prost não precisa ganhar. Bastava que Senna não chegasse em primeiro. E Prost estava a frente. Mas eis que na 46ª volta, eles batem. Para muitos, manobra de Prost. Para outros, erro dos dois. Mas para a história, o que ficou foi o título de Prost, ganho de forma fenomenal.
1990 - Senna e Prost disputavam o título na penúltima prova do ano, no Japão. A vitória de Prost ainda daria a ele a chance do título mundial. Senna não precisa ganhar. Bastava que Prost não chegasse em primeiro. E Prost largava na frente. Mas logo na primeira curva, logo após a largada, eles batem. Para muitos, manobra de Senna. Para outros, erro dos dois. Mas para a história, o que ficou foi o título de Senna, ganho de forma fenomenal.
O que acho que a McLarem deveria fazer esse ano, a partir de hoje, é usar a inteligência.
- Kimi larga em segundo e Montoya em primeiro;
- Kimi passa Montoya na largada;
- Montoya cai pra terceiro e fica a frente do Alonso;
- Assim que Alonso tentar ultrapassar Montoya, eles batem.
- A diferença que hoje está em 27 pontos, cairá para 17.
A partir de então, faltará 3 provas. O resto, será história.
Eu gosto. Adoro.
Portanto começa hoje e durará no máximo mais 4 Domingos, não seguidos, as manhãs mais importantes do ano.
Por isso acordei cedo.
Kimi ou Alonso?
Eu sou mais Kimi.
Kimi é mais piloto. Alonso é apenas mais sortudo.
Minha opinião:
1989 - Senna e Prost disputavam o título na penúltima prova do ano, no Japão. A vitória de Senna ainda daria a ele a chance do título mundial. Prost não precisa ganhar. Bastava que Senna não chegasse em primeiro. E Prost estava a frente. Mas eis que na 46ª volta, eles batem. Para muitos, manobra de Prost. Para outros, erro dos dois. Mas para a história, o que ficou foi o título de Prost, ganho de forma fenomenal.
1990 - Senna e Prost disputavam o título na penúltima prova do ano, no Japão. A vitória de Prost ainda daria a ele a chance do título mundial. Senna não precisa ganhar. Bastava que Prost não chegasse em primeiro. E Prost largava na frente. Mas logo na primeira curva, logo após a largada, eles batem. Para muitos, manobra de Senna. Para outros, erro dos dois. Mas para a história, o que ficou foi o título de Senna, ganho de forma fenomenal.
O que acho que a McLarem deveria fazer esse ano, a partir de hoje, é usar a inteligência.
- Kimi larga em segundo e Montoya em primeiro;
- Kimi passa Montoya na largada;
- Montoya cai pra terceiro e fica a frente do Alonso;
- Assim que Alonso tentar ultrapassar Montoya, eles batem.
- A diferença que hoje está em 27 pontos, cairá para 17.
A partir de então, faltará 3 provas. O resto, será história.
sábado, setembro 10
Maluf
São Paulo.
Dia dez de setembro de dois mil e cinco.
Essa data pode entrar para a históriqa como uma das datas mais importantes da política nacional.
Essa pode ser a única e singular chance de fazer com que a população tenha um sinal que a faça voltar a ter fé em nosso processo democrático.
No meio desse mar de acusações e com tantas pizzas no formo, tanta descrença, tanta desilusão, a juíza Silvia Maria Rocha pode entrar para história como a juíza que deu o pontapé inicial à reconstrução de nossa política, simplesmente por ter aceitado as acusações contra Paulo Maluf.
Agora é tudo ou nada. A justiça está com a faca nas mãos. Porém é uma faca de dois gumes.
Agora que Maluf está preso, caso tudo isso dê em nada, a esperança vai dar n'água. Nunca mais eu acreditarei na justiça ou na política desse país.
Por isso, imploro: façam o que deve ser feito. Que a justiça seja cumprida.
Que Maluf pague.
Que todos os políticos paguem.
Dia dez de setembro de dois mil e cinco.
Essa data pode entrar para a históriqa como uma das datas mais importantes da política nacional.
Essa pode ser a única e singular chance de fazer com que a população tenha um sinal que a faça voltar a ter fé em nosso processo democrático.
No meio desse mar de acusações e com tantas pizzas no formo, tanta descrença, tanta desilusão, a juíza Silvia Maria Rocha pode entrar para história como a juíza que deu o pontapé inicial à reconstrução de nossa política, simplesmente por ter aceitado as acusações contra Paulo Maluf.
Agora é tudo ou nada. A justiça está com a faca nas mãos. Porém é uma faca de dois gumes.
Agora que Maluf está preso, caso tudo isso dê em nada, a esperança vai dar n'água. Nunca mais eu acreditarei na justiça ou na política desse país.
Por isso, imploro: façam o que deve ser feito. Que a justiça seja cumprida.
Que Maluf pague.
Que todos os políticos paguem.
quinta-feira, setembro 8
Ei, Pode? Pode
Tenho um MD Player. É Sony, empresa tecnológica da qual sou fã de carteirinha. Sou fã por vários motivos. E todos esses motivos resumem-se no fato de que todos aparelho Sony que já vi em funcionamento, sejam meu ou de pessoas próximas - de fone de ouvido, passando por walkman, discman, som para carro e som para casa - sempre tiveram som melhor, sempre foram mais inteligentes, sempre duraram mais e sempre tiveram o preço na média de seus concorrentes diretos. Além da inventividade que a Sony costuma ter.
Meu MD Player roda os disquinhos (MDs) com MP3. Cada disquinho cabe uns 5 CDs em MP3. E tem rádio AM/ FM.
Ou seja, com meu MD Player + 5 MDs, garanto um final de semana, uma viagem para qualquer lugar, e fico muito feliz.
Sou muito feliz com ele. Mas...
Exatamente um ano após eu ter adquirido meu MD, a Apple lançou o iPod.
Exatamente como a Sony, a Apple, como qq criança sabe, sempre foi empresa a se admirar. Sempre teve um PC melhor, sempre foi mais inteligente, sempre durou mais, porém os preços nunca forma tão compatíveis (mesmo porque não tinham concorrentes diretos).
E iPod virou moda. Ter iPod virou sinônimo de ser cool.
Sempre pensei na possibilidade de ter um, trocando pelo meu MD Player. Mas nunca o quis pelo simples fato de não ter rádio, o qual acho ridículo. Tá, vc tem todas as músicas do mundo num aparelho que é menor que um maço de cigarros. Mas o trânsito parou e vc só saberá o motivo, se devia trocar de caminho quando chegar em casa. Seu time está jogando e vc não saberá como está o jogo, a não ser que tenha um outro rádio. Ridículo. Tão simples colocar a porra dum rádio no troço. Mas a Apple quer ser cool. Então, quer saber? Apple de cool é roller!
Fora isso, no meu MD eu posso brincar com a ordem das músicas como eu quiser. Embaralhá-las por autor ou por disco ou por estilo. No iPod, pelo que parece, essa possibilidade é meio limitada.
Desculpem-me os iPod-maníacos, mas sou muito mais meu MD. Ou era...
A Sony ressurge. E o faz de forma a fuder com o mundo. Bastou duas coisas para isso: "há diversas formas de reprodução aleatória" e "os modelos com memória flash ainda contam com sintonizador FM de radio". Veja mais.
O novo (e definitivo) MP3 da Sony é simplesmente 15x melhor que o iPod. Sacanagem da Sony, né?
É. Só podia ser Sony mesmo....
Meu MD Player roda os disquinhos (MDs) com MP3. Cada disquinho cabe uns 5 CDs em MP3. E tem rádio AM/ FM.
Ou seja, com meu MD Player + 5 MDs, garanto um final de semana, uma viagem para qualquer lugar, e fico muito feliz.
Sou muito feliz com ele. Mas...
Exatamente um ano após eu ter adquirido meu MD, a Apple lançou o iPod.
Exatamente como a Sony, a Apple, como qq criança sabe, sempre foi empresa a se admirar. Sempre teve um PC melhor, sempre foi mais inteligente, sempre durou mais, porém os preços nunca forma tão compatíveis (mesmo porque não tinham concorrentes diretos).
E iPod virou moda. Ter iPod virou sinônimo de ser cool.
Sempre pensei na possibilidade de ter um, trocando pelo meu MD Player. Mas nunca o quis pelo simples fato de não ter rádio, o qual acho ridículo. Tá, vc tem todas as músicas do mundo num aparelho que é menor que um maço de cigarros. Mas o trânsito parou e vc só saberá o motivo, se devia trocar de caminho quando chegar em casa. Seu time está jogando e vc não saberá como está o jogo, a não ser que tenha um outro rádio. Ridículo. Tão simples colocar a porra dum rádio no troço. Mas a Apple quer ser cool. Então, quer saber? Apple de cool é roller!
Fora isso, no meu MD eu posso brincar com a ordem das músicas como eu quiser. Embaralhá-las por autor ou por disco ou por estilo. No iPod, pelo que parece, essa possibilidade é meio limitada.
Desculpem-me os iPod-maníacos, mas sou muito mais meu MD. Ou era...
A Sony ressurge. E o faz de forma a fuder com o mundo. Bastou duas coisas para isso: "há diversas formas de reprodução aleatória" e "os modelos com memória flash ainda contam com sintonizador FM de radio". Veja mais.
O novo (e definitivo) MP3 da Sony é simplesmente 15x melhor que o iPod. Sacanagem da Sony, né?
É. Só podia ser Sony mesmo....
segunda-feira, setembro 5
10 anos em 1h
- Alô
- Alô. Andréa?
- Eu.
- Tudo bem?
- Tudo. Quem tá falando?
- Olha, Andréa, não sei se você vai lembrar de mim, é que faz muito tempo que a gente não se vê...
- Quem é?
- Eu.
- Beck?
- É.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH!! NÃO ACREDITO!
Eu quase fiquei surdo com os gritos dela.
Claro que o papinho do "não sei se você vai lembrar" era uma puta duma mentira, só para fazer suspense.
É uma amizade de mais de dez anos. Daquelas que toda a família conhece.
Era sábado a noite e essa ligação, simples, iría me trazer uma das sensações mais gostosas.
A Andréa era um dos pilares de uma turma enorme, que se conheceu graças a capoeira, e que tinha uma grupo de meninas, Andréa inclusa, que eu chamava, de sacanagem, de Federação Paulista de Anãnismo. Elas realmente são baixas, mas para quem as vês do alto de 1,90m, elas são ainda mais baixas. Era uma turma única, divertida, com a qual eu me reunia todo Domingo a noite para tomar cerveja na casa da Paula e da Renata (não é um casal lésbico, são irmãs). Eu, Déia, Rê, Paulinha, Giuli, Carla, Robson...
Eu tinha 16/17 anos. Éramos todos moleques.
O que dizer? Quando você reencontra uma pessoa com quem não fala há dez anos, no pré-encontro, a apreensão é total.
Apreensão essa que aumentou enormemente quando atravessei a av dos Bandeirantes naquele retorno que tanto fiz há 10 anos. Quando entrei naquela rua, que dava naquela outra... Enquanto cruzava as ruas da Vl Olímpia eu voltava no tempo.
A casa da Paulinha e da Renatinha passou.
- Será que a Renatinha também estará na casa da Déia? Quem mais estará lá? Só a Paulinha e a Déia?
Entrei no apartamento e vi (quase) toda a turma lá. TODO MUNDO! A tensão durou só meio segundo, quando abracei todos. Um abraço apertado que quase compensou 10 anos de ausência. E na primeira risada que causei, a Carla solta um "isso é bem Léo", que me pareceu cheio de saudades.
- Precisamos sair para tomar cerveja
- Quando você voltar para S. Paulo avisa com antecedência para marcarmos algo.
- Você precisa sair com a gente para tomar cerveja.
- Nossa, a gente precisa tomar cerveja juntos.
Nesse Domingo eu voltei no tempo. Lá para, mais ou menos, 1995. Só faltou a cerveja.
- Alô. Andréa?
- Eu.
- Tudo bem?
- Tudo. Quem tá falando?
- Olha, Andréa, não sei se você vai lembrar de mim, é que faz muito tempo que a gente não se vê...
- Quem é?
- Eu.
- Beck?
- É.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH!! NÃO ACREDITO!
Eu quase fiquei surdo com os gritos dela.
Claro que o papinho do "não sei se você vai lembrar" era uma puta duma mentira, só para fazer suspense.
É uma amizade de mais de dez anos. Daquelas que toda a família conhece.
Era sábado a noite e essa ligação, simples, iría me trazer uma das sensações mais gostosas.
A Andréa era um dos pilares de uma turma enorme, que se conheceu graças a capoeira, e que tinha uma grupo de meninas, Andréa inclusa, que eu chamava, de sacanagem, de Federação Paulista de Anãnismo. Elas realmente são baixas, mas para quem as vês do alto de 1,90m, elas são ainda mais baixas. Era uma turma única, divertida, com a qual eu me reunia todo Domingo a noite para tomar cerveja na casa da Paula e da Renata (não é um casal lésbico, são irmãs). Eu, Déia, Rê, Paulinha, Giuli, Carla, Robson...
Eu tinha 16/17 anos. Éramos todos moleques.
O que dizer? Quando você reencontra uma pessoa com quem não fala há dez anos, no pré-encontro, a apreensão é total.
Apreensão essa que aumentou enormemente quando atravessei a av dos Bandeirantes naquele retorno que tanto fiz há 10 anos. Quando entrei naquela rua, que dava naquela outra... Enquanto cruzava as ruas da Vl Olímpia eu voltava no tempo.
A casa da Paulinha e da Renatinha passou.
- Será que a Renatinha também estará na casa da Déia? Quem mais estará lá? Só a Paulinha e a Déia?
Entrei no apartamento e vi (quase) toda a turma lá. TODO MUNDO! A tensão durou só meio segundo, quando abracei todos. Um abraço apertado que quase compensou 10 anos de ausência. E na primeira risada que causei, a Carla solta um "isso é bem Léo", que me pareceu cheio de saudades.
- Precisamos sair para tomar cerveja
- Quando você voltar para S. Paulo avisa com antecedência para marcarmos algo.
- Você precisa sair com a gente para tomar cerveja.
- Nossa, a gente precisa tomar cerveja juntos.
Nesse Domingo eu voltei no tempo. Lá para, mais ou menos, 1995. Só faltou a cerveja.
domingo, setembro 4
Camaleão
Sábado na terra da garoa. A noite chega e lá vou eu atrás de baladas que não se encontram no Rio.
A dica (e a organização) foi da Fernanda Coronado - faz-tudo, promoter e mulher dos eventos indies de Sampa: Wander Wildner no Café Camalehon.
- Quem?! Onde?!
Wander Wildner
Gosta de Rock, né? Lembra de uma banda punk gaúcha chamada Replicantes, não? Não?!
Lembra da música "Surfista Calhorda"? Lembra? Não?! Ah, então sai daqui e vá "surfar n'outra borda".... (brincadeira)
O Wander é um cara único. Feio sim, como ele mesmo se auto-denomida, mas em termos de música é um roqueiro de primeira. Ou não? Será que seria um brega de primeiro?
Bom, roqueiro ou brega (eu acho que ele é os dois), ele é, antes de mais nada, um divertido camaleão.
Vale (muito) a pena procurar seus CDs nas galerias e sebos da vida.
Café Camalehon
E o Café Camalehon é, como diria o próprio Wander, um "Lugar do Caralho".
Bar novo, acho que inaugurado esse, com comando de atrações da Fernanda. Bandas de Jazz e Blues Roqueiras são facilmente encontradas lá. É uma casa atrás do Mackenzie. Sem nome na porta. Estreita. Com um bar na frente, mesas no fundo, seguidas de uma pequeno e breve palco.
E no sótão, lá embaixo, uma pista de dança.
Cerveja gelada (Original) com preço honesto.
Gente antenada, alternativa, cabeça aberta.
Ele está com temporada lá. Durante todo o mês de Setembro, aos Sábados, tem Wander no Café Camalehon.
Se eu fosse você, sorte sua que não sou, iria correndo lá nesse final de semana.
Obs.: ainda matei a saudade da pizza do Pedaço.
Obs2: Estou tenso. Estou indo rever um pessoal que não vejo a 10 anos. Boa sorte.
A dica (e a organização) foi da Fernanda Coronado - faz-tudo, promoter e mulher dos eventos indies de Sampa: Wander Wildner no Café Camalehon.
- Quem?! Onde?!
Wander Wildner
Gosta de Rock, né? Lembra de uma banda punk gaúcha chamada Replicantes, não? Não?!
Lembra da música "Surfista Calhorda"? Lembra? Não?! Ah, então sai daqui e vá "surfar n'outra borda".... (brincadeira)
O Wander é um cara único. Feio sim, como ele mesmo se auto-denomida, mas em termos de música é um roqueiro de primeira. Ou não? Será que seria um brega de primeiro?
Bom, roqueiro ou brega (eu acho que ele é os dois), ele é, antes de mais nada, um divertido camaleão.
Vale (muito) a pena procurar seus CDs nas galerias e sebos da vida.
Café Camalehon
E o Café Camalehon é, como diria o próprio Wander, um "Lugar do Caralho".
Bar novo, acho que inaugurado esse, com comando de atrações da Fernanda. Bandas de Jazz e Blues Roqueiras são facilmente encontradas lá. É uma casa atrás do Mackenzie. Sem nome na porta. Estreita. Com um bar na frente, mesas no fundo, seguidas de uma pequeno e breve palco.
E no sótão, lá embaixo, uma pista de dança.
Cerveja gelada (Original) com preço honesto.
Gente antenada, alternativa, cabeça aberta.
Ele está com temporada lá. Durante todo o mês de Setembro, aos Sábados, tem Wander no Café Camalehon.
Se eu fosse você, sorte sua que não sou, iria correndo lá nesse final de semana.
Obs.: ainda matei a saudade da pizza do Pedaço.
Obs2: Estou tenso. Estou indo rever um pessoal que não vejo a 10 anos. Boa sorte.
sexta-feira, setembro 2
Lucas
Hoje eu FINALMENTE o conheci. E ele é lindo. Posso dizer isso sem medo. Isso não afeta minha masculinidade.
Eu falei para ele que ele era lindo. Sorri para ele, ele sorriu muito pouco. Carreguei ele no colo. Um prazer único.
- Prazer. Sou seu Dindo.
Ela não respondeu nada. Eu nem esperava resposta. Mas ele é muito lindo.
Eu falei para ele que ele era lindo. Sorri para ele, ele sorriu muito pouco. Carreguei ele no colo. Um prazer único.
- Prazer. Sou seu Dindo.
Ela não respondeu nada. Eu nem esperava resposta. Mas ele é muito lindo.
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